Revolução Russa: o que foi, acontecimentos e consequências

A Revolução Russa de 1917 foi uma revolta da população russa, durante o governo do Czar Nicolau II, que aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial.

A população revolucionária extinguiu o modelo econômico monárquico e implantou um governo com bases socialistas. Leia, aqui no Gestão Educacional, informações completas sobre as causas e muito mais!

Principais causas da Revolução Russa

Revolução Russa: o que foi, acontecimentos e consequências
Protestos durante a Revolução Russa.

Durante o século XIX, a liberdade na Rússia era quase inexistente. Os camponeses viviam na zona rural, submetidos aos latifúndios da nobreza – outra classe social que, aparentemente, era livre, porém vivia sob o comando do Czar da época. Fato é que havia um choque entre a necessidade de modernização do país e os trabalhadores rurais.

Mesmo com algumas reformas recentemente promovidas como a Abolição da Servidão no ano de 1861 e a Reforma Agrária, ainda não era o suficiente para acalmar a população russa. Durante esse período, o governo era rígido com qualquer tipo de oposição. A polícia política, chamada de Ochrana, tinha o controle das escolas, das universidades, da imprensa e, até mesmo, dos tribunais. Por isso, muitas pessoas eram enviadas ao exílio, localizado na Sibéria, geralmente por crimes políticos.

Durante o governo do Czar Nicolau II (1894-1917), o processo de industrialização do país cresceu graças ao investimento estrangeiro, no qual o foco estava em grandes cidades industriais, como Moscou e Petrogrado.

Mesmo assim, as condições de vida pioravam, a fome aumentava, o desemprego crescia e os salários eram menores, ao mesmo tempo em que a burguesia não tinha nenhuma vantagem, tendo em vista que o maior capital ficava na mão de banqueiros e empresários.

A oposição aumentava e vários partidos clandestinos surgiam, como o Partido Social Democrata, liderado por Lenin e Plekhanov, que, posteriormente, dividiu-se em:

  • Bolcheviques (significa “maioria”, em russo): liderado por Lenin, defendendo a ideia de que a luta armada era o caminho até o poder;
  • Mencheviques (significa “minoria“, em russo): defendia que a revolução era possível por meio das eleições e vias pacíficas.

Domingo Sangrento

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Domingo Sangrento – 1905

Um evento marcante para a Revolução Russa aconteceu em janeiro de 1905, quando vários operários protestavam de forma pacífica em frente ao Palácio de Inverno, localizado em São Petersburgo. O objetivo era entregar um abaixo assinado ao Czar.

Porém, a guarda do palácio, chocada pela grande quantidade de protestantes, abriu fogo contra a população, matando mais de mil pessoas, tornando o dia conhecido como Domingo Sangrento, que deu brecha para vários protestos na Rússia.

Depois disso, o Czar publicou a Constituição e abriu as eleições para o Parlamento. Desse modo, a Rússia tornou-se uma monarquia constitucional, mesmo que o Czar ainda tivesse a maioria do poder, enquanto o parlamento detinha atuação controlada.

O governo usou dessa estratégia para se organizar contra a Revolução de 1905, enfraquecendo os protestos.

Primeira Guerra Mundial

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Exército Russo ao perder batalha durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Com participação na Tríplice Entente – Inglaterra e França -, a Rússia lutava contra o domínio Alemão e Austro-húngaro, porém isso bagunçou mais ainda a economia local, que era ainda mais afetada pelas derrotas russas frequentes e pela perda militar.

Em março, a revolução ganhou mais força, espalhando-se por vários centros industrias e impulsionado ainda mais pela revolução camponesa. Os militares também se uniram à revolução, forçando a renuncia de Czar, no início do ano de 1917.

Pós-renúncia

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Família do Czar Nicolau II.

Depois da queda do Czar Nicolau II, o Governo Provisório com características socialistas assumiu o poder, sendo comandado por Kerensky. Os operários pressionavam o governo para a anistia dos prisioneiros e exilados políticos, sendo nesse momento que Lenin e Trotsky voltam à Rússia comandando o movimento bolchevique, com o lema”Paz, Terra e Pão“ou “Todo o poder aos soviets” – os soviets eram a classe de operários russos.

Então, no dia 6 de novembro, os operários e camponeses tomaram o poder, sob o comando de Lenin. Os bolcheviques distribuíram as terras entre os camponeses, estatizaram os bancos, as estradas de ferro e as indústrias.

Para que não houvesse a tentativa da reestruturação da monarquia, o Czar Nicolau II e toda a sua família – que estavam exilados na Sibéria – foram mortos sem nenhum julgamento, em julho de 1918.

Saída Russa da Guerra

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Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk, em 1918.

A primeira ação do novo governo russo foi a retirada do país da Primeira Guerra Mundial, assinando um tratado com as Potência Centrais, conhecido como o Tratado de Brest-Litovsk. Esse acordo entregava alguns países para o comando alemão, como: Finlândia, Polônia, Ucrânia, Bielorrússia, Países Bálticos, Geórgia e Império Otomano.

Pós-revolução

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Exército Vermelho, liderado por Trostky.

Os quatro anos iniciais do governo bolchevique são caracterizados pela guerra civil entre o Exército Vermelho e o Exército Branco. O primeiro criado por Trotsky, que derrubou o segundo – pró-czarista e contra a revolução -, garantiu o poder bolchevique.

A revolução, nesse momento, ainda acontecia, porém a economia estava estagnada. Foi quando a NEP – Nova Política Econômica – foi criada, permitindo a entrada de capital estrangeiro no país. Isso aumentou a indústria e produção agrícola na Rússia.

No ano de 1922 surge a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, tendo, depois da morte de Lenin, em 1924, Trotsky e Stalin lutando pelo poder. O primeiro é derrotado e expulso do país, permanecendo exilado no México e, posteriormente, morto em 1940, sob o comando de Stalin.

Stalin liderou a era mais violenta da URSS, sendo um dos principais inimigos do nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, aliando-se aos EUA e ao Reino Unido. Depois, desse período, tornou-se a segunda maior potência mundial.

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