A desigualdade social é um problema que assola o mundo inteiro, mesmo que ocorra em menor ou maior grau em certos países. No Brasil, é algo que afeta o desenvolvimento da sociedade, que se vê em condições desiguais, com muita pobreza e poucas oportunidades para o conjunto da população.
Mas, você sabia que dentro do conceito de desigualdade é possível compilar diversos outros termos e explicações? Pois bem, esse tema é tão amplo que nos impõe a focar não apenas na compreensão do que é este conceito e como ele é importante dentro do estudo da Sociologia, mas também traremos de suas causas e de como a desigualdade se desenrola no Brasil.
O que é desigualdade social?
A desigualdade social surge quando há uma diferença muito profunda de renda entre os indivíduos que estão na base social em relação aos mais ricos daquela sociedade. Isso faz com que alguns sejam mais privilegiados, pois com mais dinheiro, têm melhor acesso à educação, saúde, moradia, alimentação etc., do que um grupo social que ganha pouco mais de um salário mínimo, por exemplo.
Vale dizer que a diferença de vestimenta entre as pessoas, por exemplo, não configura a desigualdade, mas sim quando o acesso aos direitos é tolhido devido à sua condição social. Isto é, as pessoas das camadas mais baixas da sociedade possuem menos possibilidades de ascender socialmente, pois não têm as mesmas oportunidades daqueles que estão no topo da pirâmide social.
Causas da desigualdade social
O primeiro pensador a analisar a desigualdade entre as classes foi o filósofo e economista alemão Karl Marx (1818 – 1883). Para ele, a desigualdade social é a base do sistema capitalista. Isso porque, esse modo de produção, que visa o lucro por meio do acúmulo do capital e da exploração do trabalhador, faz com que as riquezas produzidas se concentrem nos mais ricos, deixando aos mais pobres com apenas parte dos rendimentos para a própria sobrevivência.
Conforme Marx, as pessoas podem até fazer suas escolhas individuais dentro da sociedade capitalista, mas elas são todas influenciadas pelas condições econômicas dadas naquele sistema. Ou seja, as condições são produzidas para aumentar a concentração de renda e a desigualdade social, não para deixar a sociedade mais justa do ponto de vista econômico e social.
“Há elementos que o indivíduo pode fazer suas escolhas, mas as determinações sociais nesse caso são muito influenciadas pelas determinações econômicas na perspectiva marxiana. Praticamente a economia, então a concentração de renda, a gente poderia dizer na mão de poucos, ou daqueles que detêm os meios e os modos de produção praticamente dizem e estabelecem o processo de desigualdade social, o que é gritante, lamentável e chocante”, afirma o professor de Sociologia Fábio Medeiros, em entrevista ao G1.
Desigualdade social no Brasil
Especialistas destacam que a desigualdade social no Brasil advém dos tempos coloniais e foi prosseguida a partir da formação da República, com algumas ações de certos governantes que apenas buscaram mitigar o problema ao longo dos últimos 100 anos.
Os frequentes acordos entre as elites em momentos graves do Brasil acabaram mudando pouca coisa e mantendo as desigualdades de maneira profunda. Mais recentemente neste século, o país experimentou um crescimento econômico bastante forte, propiciando uma maior distribuição de renda e, consequentemente, uma queda importante na desigualdade social.
Porém, após a crise política e econômica que atravessa o país há alguns anos, a economia desacelerou, os investimentos sociais diminuíram e a desigualdade social cresceu. Segundo um estudo feito pela ONG Oxfam, em 2017, a desigualdade de renda, que afeta diretamente a desigualdade social, parou de cair no Brasil pela primeira vez em 15 anos. Dessa forma, o país subiu no ranking mundial da desigualdade, alcançando o 9º lugar.
Além disso, em um ano, cresceu em 11% o número de pobres no país, alcançando 15 milhões de brasileiros em 2017, o que corresponde a 7,2% da população. Por fim, algo que pode explicar esse retrocesso: no ano da pesquisa, os gastos sociais no país voltaram ao patamar de 2001.
Conclusão
Como foi possível demonstrar, a desigualdade social é um dos problemas mais sérios no mundo, em que muitos ainda sofrem com pouco ou quase nada e pouquíssimos possuem muito. É preciso que os governantes encarem de uma vez por todas essa questão de frente e adotem, ampliem políticas públicas permanentes que permitam que os mais necessitados consigam ter acesso aos serviços básicos e também a melhores empregos e rendas, para que possam não apenas sobreviver, mas viver dignamente.
A participação da população nesse processo é fundamental para garantir que os governos e as elites realmente se preocupem com isso e que o assunto não vire apenas discurso eleitoral.