Podemos perceber que a estatística está presente em todas as partes da nossa vida. Os dados estatísticos são utilizados, por exemplo, como base para a coleta e a partilha de fundos econômicos, de modo que o Estado consiga se planejar na questão dos serviços que oferece à população, para trazer melhorias na qualidade deles.
Visto que a dimensão da estatística é abrangente, nota-se que essa área nos possibilita ter um olhar analítico sobre os acontecimentos naturais e sociais. Conheça, a seguir, o que são estatísticas, quais são seus conceitos mais importantes e um pouco de sua história.
O que são estatísticas?
Historiadores indicam que em 3300 a.C., na China, a estatística já era utilizada, pois os governantes precisavam ter conhecimento sobre os bens que estavam transitando pelas cidades. Porém, foi no século XVIII, por trabalho de matemáticos, entre eles o alemão Gottfried Achenwall (1719-1772), que essa área da Matemática adquiriu caráter científico.
Estatística é segmento da matemática que oferece métodos e técnicas para resolvermos problemas, de maneira racional, que envolvem incertezas. Várias das informações que acessamos no dia a dia, como índices econômicos, estimativas de gastos e prazos de obras e resultados de pesquisas de opinião pública, são obtidas com recursos dessa área.
Onde usamos a estatística?
É recorrente o uso da pesquisa nas várias áreas da nossa vida, por exemplo:
- Empresas que normalmente aplicam questionários aos consumidores, para criação de um novo produto;
- Pesquisas populares realizadas durante as eleições, que ajudam os candidatos a melhorarem suas campanhas;
- Pesquisas de desempenhos de atletas e equipes em um campeonato, que influenciam na forma como os treinadores se planejarão;
- Canais televisivos que fazem pesquisas para ver as preferências dos seus espectadores, de modo a moldar sua programação de acordo com o que o público deseja.
Principais termos estatísticos
Para fazer uma pesquisa, são necessárias diversas etapas: escolha da amostra, coleta e organização dos dados (informações), resumo desses dados (gráficos, tabelas) e interpretação dos resultados. Quem trata desses assuntos é a estatística. Dentro dela, há diversos termos utilizados, conheça-os, a seguir.
População e amostra
Se queremos saber qual é o filme preferido de um grupo de 20 pessoas, basta perguntar para cada pessoa desse grupo que filme elas mais gostam. No entanto, isso não é possível se queremos saber a intenção de voto da população do município do Rio de Janeiro durante as eleições para presidente, visto que não conseguimos consultar todos que compõem a população ou o universo estatístico.
Assim, utilizamos uma amostra, isto é, um grupo de indivíduos, que, ao ser consultado, possibilita que cheguemos ao resultado mais parecido com a realidade. Normalmente na publicação desse tipo de pesquisa, mostra-se quantas pessoas foram consultadas, porque a escolha da amostra (quantos e quais indivíduos) é primordial para os resultados.
A letra U representa o universo e a letra A representa a amostra. Desse modo, podemos indicar a relação entre esses dois elementos da seguinte maneira: A ⊂ U.
Indivíduo ou objeto
Cada elemento que faz parte da amostra é chamado de indivíduo ou objeto. Voltando ao exemplo da pesquisa eleitoral no Rio de Janeiro, as pessoas consultadas são os indivíduos. Já quando, por exemplo, usam algumas marcas de pilha para testar a durabilidade desse produto, cada marca é um objeto de pesquisa.
Variável
Uma empresa de celulares pretende lançar um novo modelo de smartphone e, para isso, faz uma pesquisa com o intuito de ver a preferência dos consumidores em relação ao preço, à câmera, à memória, ao design, à cor etc.
Cada um desses elementos é chamado de variável da pesquisa. Na variável “cor”, a escolha pode ser, ocre, preta ou branca, por exemplo. Esses são realizações ou valores da variável “cor”.
Variável qualitativa
Em uma pesquisa que envolve seres humanos, as variáveis podem ser sexo, cor do cabelo, banda favorita, grau de instrução etc. Essas variáveis são qualitativas, porque têm como possíveis valores um atributo ou uma qualidade das pessoas pesquisadas.
Variável quantitativa
Já quando a pesquisa envolve idade, altura, peso, a dominamos como variável quantitativa, porque seus possíveis valores são números. As variáveis quantitativas podem ser discretas, quando se refere à contagem, ou seja, a números inteiros, ou contínuas, quando se refere à medida, ou seja, a números reais.
Frequência absoluta e frequência relativa
Vamos supor que, em um festival internacional, perguntamos para um grupo a nacionalidade de cada um e obtenhamos o seguinte resultado:
- Ana: brasileira;
- Beth: canadense;
- Ragnar: irlandês;
- Canu: queniano;
- Paulo: brasileiro;
- Wangari: queniana;
- Lisa: canadense;
- Maia: indiana.
A quantidade de vezes que um valor da variável é citado é denominado frequência absoluta. A frequência absoluta de canadenses é 2, por exemplo. A relação entre a frequência absoluta e o total de citações é a frequência relativa. Assim, a frequência relativa de Brasileiros é 2/8.
Representação gráfica
A representação gráfica nos ajuda a observar de modo mais claro os dados numéricos.
Temos à nossa disposição gráficos de seguimentos, gráficos de barras e gráficos de setores, que chamamos popularmente de gráfico de “pizza”. Esses são os exemplos mais utilizados, veja como eles são:
Medidas de tendência central
Além de gráficos, usamos medidas de tendência central como média, moda e mediana para conseguir tirar melhores conclusões de uma sequência de números que obtemos como dados.
Para entender melhor esses conceitos, veja nosso conteúdo completo sobre média, moda e mediana, clicando aqui!
Medidas de dispersão
Algumas medidas de tendência central são insuficientes para conclusões mais aprofundadas. Dessa maneira, usamos as medidas de dispersão para entender o grau de dispersão de um conjunto de dados.
Para compreender essas medidas, confira nosso conteúdo completo sobre desvio padrão e medida de dispersão, clicando aqui!
Estatística e probabilidade
Essa é a área da estatística que vemos sempre em veículos de informação nas épocas de eleição. Os resultados de quem tem mais chance de ser o presidente do Brasil são obtidos por meio de um histórico de dados analisados, que geram uma previsão.