O pretérito perfeito é um dos tempos verbais da língua portuguesa. Na sua forma simples, existe apenas no modo indicativo. Já na forma composta, pode existir tanto no modo indicativo quanto no modo subjuntivo.
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Pretérito perfeito simples do indicativo
Diferentemente do pretérito imperfeito simples, que pode ser tanto do indicativo quanto do subjuntivo, o pretérito perfeito simples existe apenas no modo indicativo. Ele ser do “pretérito” indica que a ação aconteceu num momento anterior ao instante da fala, ou seja, no passado. Ele ser “perfeito” indica que a ação começou no passado e foi finalizada no passado (ao contrário do pretérito imperfeito, em que a ação não foi concluída). Ser do “indicativo” indica que a ação certamente aconteceu ou tem chances reais de ter acontecido (ao contrário do subjuntivo, em que não se há a certeza de que a ação ocorreu ou não).
Ou seja, o pretérito perfeito do indicativo expressa uma ação que certamente começou e terminou no passado (em relação ao momento em que se fala). Confira alguns exemplos:
(1) Ano passado, eu viajei para a Europa.
(2) Ontem, encontrei a Jéssica no supermercado.
Perceba que, nesses dois exemplos, a ação do verbo destacado começou num momento anterior ao da fala e terminou num momento também anterior ao da fala. No exemplo (1), a viagem à Europa iniciou e foi concluída no passado, não perdurando até o momento da enunciação da oração. O mesmo vale para o exemplo (2), em que o sujeito encontrou Jéssica no mercado num momento anterior ao da fala, também não perdurando até ao instante em que proferiu a oração.
Seria diferente, por exemplo, se alguém dissesse:
(3) Eu viajava para a Europa quando tive o meu visto confiscado.
Neste exemplo (3), o verbo destacado encontra-se no pretérito imperfeito, que indica uma ação que começou no passado, mas que, por alguma razão, não chegou a ser concluída (nesse caso, porque o visto do sujeito foi confiscado). Essa é a principal diferença entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito.
Isso, entretanto, diz respeito ao pretérito perfeito simples, em que há a presença de apenas um verbo. No pretérito perfeito composto, o sentido muda um pouco.
Pretérito perfeito composto (do indicativo e do subjuntivo)
No pretérito composto, há a utilização de dois verbos: um principal e um auxiliar. O verbo principal está na forma do particípio, enquanto o verbo auxiliar é necessariamente o verbo “ter” (ou “haver”, embora menos frequente) conjugado no presente do indicativo, ou seja, “tenho” e suas variações. Confira um exemplo:
(4) Eu tenho estudado todos os dias.
Em (4), o sentido não é o de uma ação que começou e foi finalizada no passado. Isso porque o pretérito perfeito composto indica uma ação que começou no passado, mas que perdura até o momento em que se fala. No exemplo em questão, compreendemos que o sujeito começou a estudar num momento anterior ao instante da enunciação, permanecendo estudando desde então, até o momento em que proferiu a oração. E sabemos que o sujeito realmente tem estudado todos os dias, não havendo dúvidas quanto a isso. Trata-se, portanto, de um exemplo do chamado pretérito perfeito composto do indicativo.
A forma composta, entretanto, também permite a formação do chamado pretérito perfeito composto do subjuntivo. Ele é criado a partir da junção do presente do subjuntivo do verbo “ter” (ou “haver”, embora menos frequente), ou seja, “tenha” e suas variações. Confira um exemplo:
(5) Espero que tu não tenhas terminado com sua namorada.
Perceba que, neste exemplo (5), o verbo não expressa uma certeza, mas cogita uma possibilidade, ou seja, algo que pode ou não ter acontecido num tempo passado. Essa é uma das características do modo subjuntivo: não expressar certeza, mas dúvida ou desejo; neste exemplo, mais desejo que dúvida.
Regras para a formação do pretérito perfeito com verbos regulares
Diferente do que ocorre com os verbos irregulares e anômalos, os chamados verbos regulares possuem uma forma recorrente para suas conjugações, sendo divididos em:
- 1ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -a-:
- Pegar, almoçar, ligar;
- 2ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -e-:
- Beber, escolher, ceder;
- 3ª conjugação: verbos que possuem a vogal temática -i-:
- Dirigir, falir, ferir.
São as seguintes as regras para se formar o pretérito perfeito:
- Pretérito perfeito simples do indicativo
- 1ª conjugação
Tu radical + aste Tu and + aste
Nós radical + amos Nós and + amos
Vós radical + astes Vós and + astes
Eles radical + aram Eles and + aram
-
- 2ª conjugação
Tu radical + este Tu com + este
Nós radical + emos Nós com + emos
Vós radical + estes Vós com + estes
Eles radical + eram Eles com + eram
-
- 3ª conjugação
Tu radical + iste Tu part + iste
Ele radical + iu Ele part + iu
Nós radical + imos Nós part + imos
Vós radical + istes Vós part + istes
Eles radical + iram Eles part + iram
- Pretérito perfeito composto do indicativo
Eu tenho + particípio do verbo principal Eu tenho + estudado
Tu tens + particípio do verbo principal Tu tens + estudado
Ele tem + particípio do verbo principal Ele tem + estudado
Nós temos + particípio do verbo principal Nós temos + estudado
Vós tendes + particípio do verbo principal Vós tendes + estudado
Eles têm + particípio do verbo principal Eles têm + estudado
- Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Que eu tenha + particípio do verbo principal Que eu tenha + estudado
Que tu tenhas + particípio do verbo principal Que tu tenhas + estudado
Que ele tenha + particípio do verbo principal Que ele tenha + estudado
Que nós tenhamos + particípio do verbo principal Que nós tenhamos + estudado
Que vós tenhais + particípio do verbo principal Que vós tenhais + estudado
Que eles tenham + particípio do verbo principal Que eles tenham + estudado