As tartarugas são seres fascinantes e estão presentes em todos os mares. São espécies migratórias e, por isso, muitas vezes, as mesmas espécies são encontradas em regiões muito distantes.
Das sete espécies de tartarugas-marinhas, cinco estão presentes no Brasil. No entanto, infelizmente, todas estão ameaçadas de extinção. Por isso, é importante conhecer sua biologia para podermos conservá-las.
Características físicas da tartaruga
Abaixo, você pode conferir um pouco mais sobre as características das tartarugas-marinhas presentes aqui no Brasil:
Tartaruga-de-couro ou tartaruga-gigante (Dermochelys coriácea)
O comprimento de sua carapaça pode chegar a 178cm e seu peso médio é de 400kg. A carapaça é formada por uma pele fina e resistente, contendo milhares de placas ósseas que formam sete quilhas ao longo do comprimento. A cabeça é relativamente pequena, se comparada ao corpo, e possui mandíbulas na forma de W, muito afiadas. E as nadadeiras dianteiras podem atingir mais de 2 metros.
Tartaruga-de-pente ou tartaruga-legítima (Eretmochelys imbricata)
Comparada com a tartaruga-de-couro, esta espécie é bem menor. Sua carapaça pode atingir 110cm de comprimento e 86kg de peso. A carapaça é formada por quatro placas de coloração que varia entre o marrom e o amarelado. Comparada com o corpo, a cabeça é relativamente pequena e alongada, e a boca possui formato de bico.
Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
A tartaruga-oliva é ainda menor que a tartaruga-de-pente. Possui 72cm de carapaça e pesa, em média, 42kg. O casco é composto por seis ou mais pares de placas laterais. Quando jovem, sua coloração é cinzenta, e os adultos são verde-cinzento-escuro. A cabeça é pequena e possui uma mandíbula potente.
Tartaruga-cabeçuda ou tartaruga-mestiça (Caretta caretta)
A carapaça pode medir até 136cm de comprimento e o peso médio é de 140kg. A carapaça é óssea, com cinco pares de placas laterais de coloração marrom-amarelada. A cabeça é grande em relação ao corpo, e sua mandíbula é extremamente forte.
Tartaruga-verde ou tartaruga-aruanã (Chelonia mydas)
Esta espécie pode atingir até 143cm de comprimento de carapaça e 160kg. O casco é formado por quarto pares de placas laterais, com coloração que varia entre verde, verde-acinzentado e marrom. A cabeça é pequena e possui mandíbula serrilhada.
Habitat
A tartaruga-de-couro é encontrada em todos os oceanos tropicais e temperados, preferindo se manter em mar aberto. Já a tartaruga-de-pente está distribuída nos mares tropicais, e prefere recifes de corais e águas costeiras rasas. A tartaruga-oliva habita preferencialmente águas rasas dos mares tropicais e subtropicais, assim como a tartaruga-verde e tartaruga-cabeçuda. Porém, esta última, na fase juvenil, ocorre em mar aberto, enquanto os adultos preferem viver próximo à costa, em profundidades entre 25 e 50 metros.
Alimentação
As tartarugas são animais carnívoros ou onívoros. A tartaruga-de-couro consome zooplâncton gelatinoso, como as águas-vivas. Já a tartaruga-de-pente consegue capturar alimentos nas fendas dos recifes com sua mandíbula em formato de bico, consumindo esponjas, anêmonas, lulas e camarões.
A dieta da tartaruga-oliva é praticamente carnívora, composta majoritariamente por peixes, moluscos, crustáceos, águas-vivas e, em menor quantidade, algas.
As tartarugas-cabeçudas são carnívoras, alimentando-se de invertebrados marinhos. Já a tartaruga verde é a única herbívora quando adulta e onívora quando filhote.
Reprodução
As tartarugas possuem o habito curioso de retornarem para a praia onde nasceram para desovar. Elas constroem ninhos na areia utilizando as nadadeiras. Quando o ninho está fundo o suficiente, depositam os ovos que podem chegar ao número de 100 ovos por ninho, dependendo da espécie.
Curiosidades
Infelizmente, todas as espécies de tartarugas que ocorrem no Brasil estão globalmente ameaçadas de extinção. Internacionalmente, a tartaruga-de-couro, a tartaruga-oliva e a tartaruga-cabeçuda estão classificadas como ‘vulnerável – VU’, de acordo com a IUCN (International Union for Conservation of Nature). A tartaruga-de-pente se encontra classificada como ‘criticamente em perigo – CR’ e a tartaruga-verde ‘em perigo – EN’.
A fim de conservar essas espécies, o projeto Tamar foi criado em 1980, no Brasil. Quando os indivíduos sobem à praia para desovar, são coletados dados morfométricos, presença de parasitas ou marcas de predação e competição, além de serem coletados materiais biológicos. Os ninhos também são monitorados e transferidos quando necessário.
Além da pesquisa, o projeto Tamar investe na educação ambiental de pescadores, turistas e moradores das áreas de nidificação. Os pescadores também são orientados sobre como retirar as tartarugas que ficam presas nas redes de pesca.
Dentre as ameaças para as tartarugas, a coleta de ovos para alimentação já não é mais significativa, no entanto, a ocupação das áreas litorâneas, bem como a captura em redes de pesca e a poluição dos mares por rejeitos, principalmente por plástico, mata muitos indivíduos anualmente.