É bastante comum vermos filmes e livros de ficção científica que tratam da clonagem. A popularidade desse termo começou com a grande repercussão na mídia da clonagem de uma ovelha, no ano de 1996. No entanto, o assunto ainda é bastante polêmico, apesar da técnica ter aplicações brilhantes na medicina e na reprodução de organismos.
O termo clone é derivado da palavra klon, que em grego significa “broto de um vegetal”. Essa palavra foi utilizada pela primeira vez pelo norte-americano Herbert Webber, em 1900. Ele era um botânico e estava descrevendo uma colônia de plantas originadas por um único progenitor. Assim como o observado por Webber, a natureza realiza clonagens com frequência, como no caso de gêmeos idênticos e na reprodução de diversos organismos, como bactérias, fungos e vegetais. Em plantas, a clonagem é chamada de propagação vegetativa. Porém, em animais, o assunto ainda gera bastante polêmica.
O que é clonagem?
Clonagem é definida como a produção de cópias geneticamente iguais. A cópia pode ser feita em níveis diferentes, desde um gene até de um indivíduo completo.
A técnica pode ocorrer de maneira natural ou pelo uso de técnicas de biologia molecular.
Caso Dolly
O termo clonagem ficou popularmente conhecido depois que a técnica deu origem à ovelha Dolly, em 1996. Esse animal foi o resultado bem-sucedido após 275 tentativas de aplicar a técnica.
O caso expandiu a utilização da clonagem para outros mamíferos, como camundongos, gatos, porcos e bovinos. Porém, ainda hoje, a eficiência desse processo é de apenas 15%.
Em 2005, a ONU solicitou que os governos criassem medidas para proibir o uso dessa técnica para clonar humanos, até mesmo as clonagens para tratamento de doenças. Devido a problemas experimentais e éticos, ainda é cedo para a geração de clones humanos.
A técnica de clonagem
A clonagem é feita a partir da transferência de um núcleo de uma célula de qualquer tecido para um óvulo sem núcleo. Posteriormente, esse óvulo, agora com um núcleo externo, é inserido no útero da fêmea de uma mesma espécie, como uma barriga de aluguel. Como resultado, um indivíduo idêntico ao doador do núcleo é gerado.
Tipos
A clonagem pode ser do tipo reprodutiva ou terapêutica. A primeira é a técnica empregada para a clonagem da ovelha Dolly, em que um novo indivíduo é formado geneticamente igual ao doador do óvulo.
Já a segunda cria células-tronco embrionárias. Por meio da mesma técnica de inserção do núcleo em um óvulo, são criadas células capazes de se diferenciar em qualquer outro tipo de células, chamadas pluripotentes. No entanto, ao invés do óvulo ser inserido no útero, ele fica sob condições controladas, crescendo em um meio de cultura.
A clonagem terapêutica pode ser empregada para reconstrução da medula óssea, para reprodução do tecido cardíaco e para produção de neurônios, por exemplo. Assim, acidentes que prejudicam a coluna, infartos e doenças como o Mal de Parkinson podem ser tratados de maneira mais eficiente e restaurar a saúde e autoestima do paciente.
No entanto, essa técnica ainda é bastante complicada e possui problemas éticos, em função da necessidade de óvulos humanos.
Clonagem de animais extintos e pets
Hoje em dia, é possível encontrar empresas que clonam seus animais de estimação quando estes falecem. O primeiro país a realizar esse procedimento foi a Coreia do Sul, que possui um centro de pesquisa especializado na clonagem de cães. O custo é de aproximadamente 370 mil reais.
Uma outra possibilidade é a clonagem de animais extintos. No entanto, isso só é possível com o uso de células somáticas do animal que se deseja clonar, bem como uma fêmea da espécie ou de uma espécie próxima para doar os óvulos. Essa talvez, seja a esperança para a biologia da conservação, principalmente no resgate de espécies da megafauna.
Outras aplicações
Além dos benefícios para o estudo em Biologia e em Medicina, a clonagem também favorece a criação de tratamentos para diversas doenças. Mas, sua aplicação não se limita a isso.
A clonagem pode ser utilizada na Agricultura e Agropecuária, para produção de animais de criação com características desejáveis e também na produção de culturas vegetais mais resistes ou maiores, dependendo da finalidade.
Além de tudo, a técnica possibilita o desenvolvimento de novos fármacos e a criação de modelos celulares para o estudo de doenças genéticas.