Aranha armadeira – Características físicas, Comportamento, Habitat, Alimentação e Reprodução

As aranhas são pertencentes ao grupo dos artrópodes. Da família Ctenidae, as aranhas armadeiras (Phoneutria sp.) ocorrem em toda a América do Sul, habitando preferencialmente florestas tropicais e subtrupicais. No entanto, a exportação dos cachos de bananas, local onde elas são comumente encontradas, espalhou as espécies pelo mundo. Assim, são também conhecidas como aranha-da-banana.

No Brasil, existem oito espécies desse grupo: Phoneutria bahiensis, Phoneutria boliviensis, Phoneutria eickstedtae, Phoneutria fera, Phoneutria keyserlingi, Phoneutria nigriventer, Phoneutria pertyi e Phoneutria reidyi.

Essas espécies possuem comportamento bastante agressivo e são peçonhentas. Seu veneno possui efeitos neurotóxicos potentes e responsáveis pelo maior número de acidentes com picadas de aranha. Assim, é considerada uma das aranhas mais venenosas do mundo. No entanto, seus botes são mecanismos de defesa.

Características físicas

As aranhas armadeiras são grandes, com corpos que podem atingir até 5 centímetros e pernas que podem chegar a 15 centímetros de comprimento. A coloração varia, mas geralmente é cinza com pelos curtos marrons-acinzentados. O ventre da fêmea é preto enquanto o do macho pode ser laranja ou amarelo claro. As pernas possuem espinhos negros, como se fossem divisões segmentares.

Comportamento

O nome dessas aranhas vem de seu hábito de predação. Como elas não constroem teias, como a maioria das aranhas, predam ativamente. As aranhas armadeiras ficam vagando pelo chão das florestas caçando ativamente suas presas, prontas para darem o bote quando o animal está indefeso. Por isso, em inglês, o nome comum desse grupo é ‘wander spiders’ ou aranhas vagantes/errantes. Como predam à noite, são espécies de hábito noturno e solitário. Durante o dia, ficam escondidas em buracos ou embaixo de troncos.

Apesar da fama de serem perigosas, suas mordidas são ações defensivas. Quando se sentem ameaçadas, erguem suas pernas dianteiras para intimidar o opositor. Esse movimento também é um sinal de que ela irá atacar se algo permanecer por perto.

Alimentação

As aranhas são animais carnívoros. A dieta delas é composta por insetos e outras aranhas e, às vezes, por pequenos vertebrados, como anfíbios, répteis e ratos.

Habitat

Na natureza, essas aranhas habitam folhas de bananeiras e outras folhagens, como palmeiras e coqueiros. Podem também ser encontradas em buracos escuros e entre pedras empilhadas. Essas aranhas também ocorrem em área urbana. Nas residências, ocupam sapatos, ficam entre roupas e cortinas, e acabam picando pessoas desavisadas. Por isso, é importante sempre checar suas roupas e sapatos antes de vesti-los.

Reprodução

As aranhas armadeiras são dioicas, isto é, possuem os sexos separados. Além disso, apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas maiores que os machos, como ocorre na maioria das aranhas. São animais ovíparos (que botam ovos) e possuem fecundação interna.

A época reprodutiva ocorre entre março e abril, época em que ficam mais ativas. Para copular, os machos se aproximam das fêmeas para tentar chamar a atenção, exibindo uma dança característica. A fêmea então faz a seleção do macho que realiza a melhor dança. Assim, é comum também haver disputa entre os machos pelas fêmeas. Quando a copulação termina, as fêmeas frequentemente atacam os machos, levando-os à morte. Dessa forma, os machos precisam prestar muita atenção se quiserem sobreviver.

A fêmea pode armazenar o esperma em uma câmara separada até que os ovos estejam prontos para serem fertilizados. Em média, cerca de mil ovos podem ser postos. O ciclo de vida da aranha armadeira dura entre um e dois anos.

Curiosidades

O nome do gênero dessas aranhas, Phoneutria, significa “assassina”, em grego, justamente pela fama mortífera de seu veneno e seu comportamento de predação.

Os venenos produzidos por esse grupo são potentes. A peçonha da P. nigriventer, por exemplo, causa problemas neurotóxicos, afetando os músculos e as terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo.

Seu veneno age mais rapidamente do que o da maioria das serpentes. A dor acontece imediatamente após a picada, sendo apenas 1% dos casos assintomáticos. Podem ocorrer também pulsações aceleradas, edema, eritema e sudorese no local da picada. Em alguns casos, ela pode causar também a morte por asfixia, principalmente de crianças. O tratamento deve ser feito com soroterapia o mais rápido possível. Estudos publicados afirmam que 0,006mg do veneno são suficientes para matar um rato.

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