Allan Kardec – Quem foi? Biografia e Principais Obras

Allan Kardec é o pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivali, um francês que viveu entre 1804 e 1869. Educador, escritor e tradutor, Kardec tinha um vasto trabalho em âmbito pedagógico, mas ficou conhecido pelo seu intenso esforço em codificar a doutrina espírita.

Muito estudioso das ciências e filosofia, o educador francês encarou como uma missão a elaboração de diversas obras que influenciam muitos até hoje adeptos do espiritismo, inclusive no Brasil, com muitas pessoas a consumirem seus ensinamentos.

Quem é Allan Kardec e sua fase educadora?

Allan Kardec nasceu na cidade de Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804 e, apesar de ser filho de pais católicos, foi criado de acordo com os ditames do protestantismo. Desde cedo, o jovem demonstrou mais afeição em estudar ciências e filosofia. Kardec estudou no renomado colégio Pestalozzi, na cidade de Yerdun, na Suíça, e lá se formou como pedagogo, em 1824.

Como Rivali, Kardec tem uma vasta produção na área de educação, com a qual atuou até os 50 anos, elaborando diversos livros didáticos utilizados por muitos institutos de educação. Conhecedor de diversos idiomas, ele traduziu do alemão várias obras didáticas de educação. Ao lado da esposa Amélie Gabrielle Boudet, Kardec fundou, em 1828, um local para dar aulas. Dois anos depois, ele alugou uma casa para oferecer palestras e cursos gratuitos nas áreas de Astronomia, Anatomia Comparada, Física, Química, entre outros.

Devido a suas contribuições, Kardec tomou parte de inúmeras sociedades eruditas, como a Academia Real de Arras, que no ano de 1831 lhe concedeu o Prêmio de Honra por conta de um ensaio escrito por ele de nome: Qual é o Sistema de Estudo Mais em Harmonia com as Necessidades da Época?

Qual a relação entre o espiritismo e Allan Kardec?

O educador francês já tinha contatos com investigações relacionadas ao sonambulismo, ao transe, à clarividência e a demais fenômenos, tanto que foi, por anos, secretário da Sociedade de Fenologia de Paris, tendo atuado de maneira ativa na Society of Magnetism. Mas, foi a partir de 1855 que Kardec começou a tomar contato mais a fundo com o universo da espiritualidade, em um período que a própria Europa se via discutindo vários fenômenos denominados espíritas.

Em 1857, saiu sua primeira e mais famosa obra: O Livro dos Espíritos, que estava muito longe de suas produções didáticas. Para evitar perseguições e proteger a sua carreira editorial, impedindo que seus livros fossem questionados pelas instituições de ensino religioso, o educador adotou um pseudônimo.

A ideia de se autointitular Allan Kardec veio de uma lembrança de uma sessão mediúnica de que participou, em que um amigo de vidas passadas, chamado Zéfiro, havia lhe contado que, durante o Império Romano, entre os anos de 58 e 44 antes de Cristo, o francês havia sido um líder druida em uma sociedade celta de nome Allan Kardec.

O livro saiu após dois anos de muitas entrevistas com médiuns – termo criado por ele para definir os “intermediários” entre os vivos e os mortos –, entre eles jovens adolescentes. Dessa forma, Kardec não se considera autor da obra, no máximo, um organizador. Em dois meses, todos os 1500 exemplares foram vendidos, tornando a obra um sucesso quase que instantâneo. Por outro lado, a Igreja Católica passou a perseguir os adeptos do espiritismo, alegando que a necromancia (ato de adivinhar o futuro por intermédio dos mortos) era um pecado mortal.

Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, tendo sido presidente até a sua morte. A partir da primeira obra, ele se dedicou fortemente a elaborar a codificação da doutrina espírita nas esferas filosófica, científica e religiosa, indo além do esquema de perguntas e respostas de seu livro mais conhecido. Ele também criou e dirigiu a revista Espírita, com o objetivo de defender os pontos de vista tratados em O Livro dos Espíritos.

O codificador do espiritismo também produziu outras obras relativas ao tema, que compõem um conjunto importante para entender a doutrina espírita. Entre elas estão: O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865), A Gênese (1868).

Allan Kardec morreu em Paris no dia 31 de março de 1869, devido a um aneurisma, e foi enterrado no cemitério Père-Lachaise, na capital francesa.

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