Todos os verbos da língua portuguesa possuem uma forma no particípio passado. Alguns verbos, porém, não contam apenas com uma forma, mas duas. São a esses verbos, que possuem duas formas para o particípio passado, que se dá o nome “verbos abundantes”.
Neste artigo do Gestão Educacional, você verá o que são verbos abundantes, o que é particípio regular e irregular, quando usar cada um deles e uma série de exemplos de verbos abundantes!
O que são verbos abundantes?
Verbos abundantes são aqueles que possuem duas formas diferentes para o particípio passado: uma regular e outra irregular.
É o caso, por exemplo, do verbo “imprimir”, que possui, para o particípio passado, tanto “impresso” quanto “imprimido”. Confira os exemplos:
- O trabalho já estava impresso;
- Gabrielle havia imprimido o trabalho no dia anterior.
Os dois exemplos estão gramaticalmente corretos. O que define a escolha do particípio passado, no caso de verbos abundantes, nós veremos mais adiante.
Quando os verbos não são abundantes, ou seja, quando possuem apenas uma forma para o particípio, eles podem ter tanto apenas um particípio regular (como “acabar”, que possui apenas “acabado”), quanto apenas um particípio irregular (como “fazer”, que possui apenas “feito”).
Particípio regular x particípio irregular
Quando um verbo é abundante, ele tem dois particípios passados: um regular, também chamado longo, e um irregular, também chamado curto.
O particípio regular é formado pelo acréscimo das desinências -ADO ou -IDO ao radical do verbo. Exemplos:
Já o particípio irregular, por se tratar, como o nome sugere, de um verbo irregular, não possui uma regra para a sua formação, variando de verbo para verbo. Exemplos:
Perceba que os verbos no particípio irregular são geralmente menores que as suas formas no particípio regular, daí o fato de os regulares serem chamados de “longo” e os irregulares de “curtos”.
Quando usar um e quando usar o outro?
Quando o verbo é abundante, há uma certa regra para a escolha do particípio a ser usado.
Quando o verbo está na voz passiva, ou seja, quando o sujeito está sofrendo a ação do verbo, e o particípio tem como verbo auxiliar “ser” ou “estar”, usa-se o particípio na sua forma irregular.
Exemplo:
- O jogador havia sido expulso do campo por agredir um adversário.
Quando a oração está na voz ativa e o verbo auxiliar é “ter” ou “haver”, emprega-se o particípio na forma regular.
Exemplo:
- O bombeiro havia extinguido o fogo rapidamente.
Porém, apesar dessas regras, no português contemporâneo, o particípio regular de alguns verbos abundantes está tendendo a desaparecer. Portanto, é bastante comum empregar-se o particípio irregular em contextos em que regular precisava ser usado.
Como quando o verbo auxiliar é “ter”. É comum ouvirmos:
- Eu tenho aceito tudo de cabeça baixa.
Portanto, hoje em dia, especialmente na língua falada, há uma certa arbitrariedade na escolha do particípio a ser empregado quando se faz uso de algum verbo abundante.
Exemplos de verbos abundantes
Confira, abaixo, alguns exemplos de verbos abundantes, seguidos de seus particípios.
- Aceitar: aceitado e aceito;
- Acender: acendido e aceso;
- Benzer: benzido e bento;
- Eleger: elegido e eleito;
- Emergir: Emergido e emerso;
- Entregar: entregado e entregue;
- Envolver: envolvido e envolto;
- Expelir: expelido e expulso;
- Expressar: expressado e expresso;
- Exprimir: exprimido e expresso;
- Expulsar: expulsado e expulso;
- Extinguir: extinguido e extinto;
- Frigir: frígido e frito;
- Imergir: imergido e imerso;
- Imprimir: imprimido e impresso;
- Incluir: incluído e incluso;
- Inserir: inserido e inserto;
- Matar: matado e morto;
- Morrer: morrido e morto;
- Pagar: pagado e pago;
- Pegar: pegado e pego;
- Prender: prendido e preso;
- Revolver: revolvido e revolto;
- Romper: rompido e roto;
- Salvar: salvado e salvo;
- Soltar: soltado e solto;
- Submergir: submergir e submerso;
- Suspender: suspendido e suspenso;
- Tingir: tingido e tinto.