O ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é uma espécie bastante intrigante, por conta do seu visual estranho. Trata-se de um mamífero do mesmo grupo das equidnas, habitante somente da Austrália.
Ele é o único mamífero que bota ovo e possui um bico de pato e membranas interdigitais nas patas. Embora bastante caçado durante o século 17, a espécie conseguiu sobreviver até hoje. Porém, encontra-se em declínio populacional.
Confira, abaixo, mais detalhes sobre o ornitorrinco e curiosidades da espécie.
Características físicas do ornitorrinco
São animais pequenos, que variam de 38 a 60 centímetros de altura, incluindo a cauda, e os machos são geralmente maiores que as fêmeas.
De aparência incomum, esse animal possui um bico, semelhante a um pato. Como vivem em ambiente aquático, contam com adaptações do corpo para o nado, como membros anteriores em formato de nadadeiras. Além disso, sua cauda é achatada como a de um castor, o que auxilia na propensão do animal na água.
Seu corpo é roliço e suas pernas são achatadas. Seus pelos são densos, à prova d’água, e servem de protetor térmico. A coloração de sua pelagem é marrom, com manchas brancas abaixo dos olhos.
Talvez o ponto mais intrigante desse animal é o fato de que ele é o único mamífero venenoso. Os machos possuem um esporão no tornozelo conecto às glândulas que secretam venenos. Essa estrutura é utilizada para brigas entre a espécie, principalmente durante a época reprodutiva.
Habitat
Esse animal ocorre apenas em rios e lagos da Austrália.
Comportamento
Os ornitorrincos são animais tímidos e, por isso, dificilmente visualizados, o que dificulta o seu estudo. Costumam ser mais ativos durante o amanhecer e ao entardecer. Durante o dia, permanecem dentro de tocas ao lado de lagos e rios.
Para nadar, possuem um sistema de eletroreceptores que realiza a navegação embaixo d’água.
Alimentação
É um animal carnívoro. Sua dieta é baseada em insetos, vermes, mexilhões, peixes, sapos e moluscos. Ele pode ingerir a mesma quantidade de comida que seu próprio peso, diariamente.
Reprodução
Infelizmente, o sistema reprodutivo dessa espécie não é muito conhecido, em função da dificuldade de se estudar o seu comportamento. A maturidade sexual ocorre aos 4 anos de idade.
Durante a corte, os machos geralmente brigam e causam feridas uns nos outros utilizando os arpões venenosos. A corte ocorre dentro da água, durante o fim do inverno, e dura até a primavera, sendo que a época varia conforme a localização. O acasalamento é exaustivo, pois o macho fica muito tempo esfregando sua cauda na fêmea até que o coito ocorra.
O período gestacional dura cerca de um mês e, ao contrário dos mamíferos, o ornitorrinco bota ovos. Após duas semanas do acasalamento, de um a três ovos são depositados nos ninhos e incubados por cerca de 10 dias. Após o nascimento, os filhotes são nutridos com o leite materno.
Outra curiosidade no sistema reprodutivo desse animal é que as fêmeas não possuem mamilos, então o leite escorre nos pelos e os filhotes lambem para se alimentarem. Os filhotes permanecem com as mães por aproximadamente 18 meses.
Essa espécie pode viver por mais de 20 anos.
Curiosidades
Os ornitorrincos se encontram ameaçados de extinção. As principais ameaças são a caça, a perda de habitat e as mudanças climáticas.
O declínio populacional da espécie ocorreu de maneira despercebida, já que são animais de difícil visualização. No entanto, diversas descobertas científicas incentivam a preservação dos ornitorrincos, por exemplo, para estudos de produção de antibióticos presentes no leite desses animais e possíveis curas para diabetes com o uso de seu veneno.
Caça
A caça desses animais ocorreu mais fortemente a partir século 17, pelos europeus. Os animais eram cobiçados principalmente por conta de suas peles à prova d’água e por serem macias. No inicio do século 20, no entanto, a prática foi proibida na Austrália. Até o momento, o ornitorrinco não é protegido por nenhuma lei nacional.
Leite
Foi descoberto que o leite dos ornitorrincos possui uma nova proteína que contém propriedades antibacterianas com potencial para salvar vidas.
Essa proteína poderia ser efetiva para combater superbactérias e para a fabricação de novos medicamentos.
Acredita-se que a função dessa proteína para os ornitorrincos é evitar a contaminação do seu leite, que fica exposto nos pelos, uma vez que não possuem mamilos. A contaminação poderia colocar em risco a saúde dos filhotes.