Empirismo – O que é? Origem, Principais autores, John Locke e Legado

Empirismo é um movimento filosófico que afirma que o conhecimento só pode ser adquirido pela prática, ou seja, por meio das experiências humanas como as únicas responsáveis pela formação das ideias e dos conceitos existentes.

Essa corrente acredita que o conhecimento científico é adquirido por percepções, e é pela experiência que estabelecemos o valor, a origem e os limites do conhecimento.

Origem do Empirismo

O termo “Empirismo” vem do grego, derivado de um uso mais específico, utilizado para nomear pessoas que possuíam habilidades e conhecimentos adquiridos pelas experiências práticas (como médicos) e não de teorias. Passando para o mundo romano, o termo passa a ser traduzido como experiência.

A ideia de buscar evidências práticas como fonte de conhecimento vem desde a Grécia Antiga, mas foi a partir do século XVII que essa filosofia passou a ter maior destaque.

John Locke

O filósofo inglês John Locke (1632 – 1704) é considerado o principal teórico do Empirismo. Locke defendia a ideia de que a mente humana é uma “folha em branco” ou uma “tábula rasa”, na qual são gravadas todas as impressões externas.

Nesse sentido, não é possível tratar de ideias inatas e nem do conhecimento universal. Portanto, o Empirismo se opõe ao Racionalismo (que defende que o conhecimento se dá pela razão), criticando conceitos como os de causa e substância. Ou seja, o processo do conhecimento se dá pela prática, pelo agir, pela experiência, pela tentativa e pelo erro.

Para Locke, as ideias poderiam surgir de duas formas: sensação e reflexão, resultando em ideias simples ou complexas. As ideias simples não são passíveis de análise, pois se referem às qualidades primárias e secundárias dos objetos. Enquanto as qualidades primárias são aquelas que definem o objeto em si (por exemplo, uma cadeira), as qualidades secundárias estão relacionadas às informações sensoriais do objeto, definindo seus atributos (cor, tamanho, espessura, material, etc.).

Por sua vez, ideias complexas são aquelas que são capazes de combinar ideias simples, incluindo substâncias, modos e relações. Assim, segundo Locke, o conhecimento humano acerca dos objetos do mundo é a percepção de ideias que estão em concordância ou discordância umas com as outras.

Principais nomes do Empirismo

Além de John Locke, o Empirismo também teve como grande nomes, entre outros, o filósofo irlandês George Berkeley e o britânico David Hume.

George Berkeley (1688 – 1751) era um grande admirador de John Locke, expandindo o Empirismo a partir das ideias deste autor, embora discordasse de algumas delas. Para Berkeley, uma substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que se conhece, na verdade, são apenas as qualidades reveladas durante o processo perceptivo. Dessa forma, o que existe nada mais é que um amontoado de sensações.

David Hume (1713 – 1784), por sua vez, identifica dois tipos de conhecimento: matérias de fato e relação de ideias. As matérias de fato estão relacionadas com a percepção imediata das coisas, sendo a única forma verdadeira de conhecimento. A relação de ideias se dá quando relacionamos ideias diferentes, da qual surge uma terceira ideia.

Para Hume, só é possível conhecer aquilo que percebemos de forma imediata. Dessa forma, Hume rejeitou a ideia de causalidade (causa e efeito), pois nem sempre causa e efeito são perceptíveis. Hume argumentava que o simples motivo de um fenômeno ser sempre seguido de outro faz com que eles se relacionem entre si de tal forma que um é encarado como causa do outro. Causa e efeito, portanto, não seriam mais do que um evento seguido de outro.

Legado do Empirismo

O Empirismo é considerado a base para o surgimento da metodologia científica, pois, graças à valorização das experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados mais práticos, com o intuito de dominar a natureza e seus fenômenos, deixando de lado a intuição e a fé. Por conta disso, essa corrente teórica causou uma grande revolução na ciência a partir do século XVII.

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