O nosso país é considerado o terceiro maior em biodiversidade de répteis no mundo, perdendo apenas para o México e para a Austrália. O último estudo divulgado em 2018 apontou que há 795 desses animais no Brasil, o que corresponde a cerca de 8% de todas as espécies do mundo.
Infelizmente, a maioria dos répteis é tida como animais perigosos pelos seres humanos. Isso se deve à sua aparência, parecida com os temidos dinossauros e dragões dos livros de histórias.
Os lagartos, por sua vez, pertencem ao grupo dos répteis, classificados na classe Reptilia e na ordem Squamata, a mesma das serpentes. Muitos desses animais apresentam importantes funções ecológicas e sociais, e o Brasil conta com 276 espécies desse grupo, que estão espalhadas por todos os biomas. Os exemplares mais comuns dos lagartos são as lagartixas, os camaleões e as iguanas.
Confira, abaixo, mais detalhes sobre o lagarto e suas características.
Características físicas do lagarto
Algumas espécies de lagarto medem cerca de 5 centímetros e outras podem atingir até 3 metros de comprimento, como o famoso dragão-de-komodo. Suas pernas são musculosas e fortes, apresentando uma longa cauda.
O corpo do lagarto é coberto por escamas e a coloração varia entre o marrom, verde e cinza. Algumas espécies, no entanto, não possuem cauda e se movem como as cobras.
Outros tipos de lagarto apresentam características únicas, como espinhos e chifres, placas ósseas e outras estruturas. Esses adornos servem para afugentar o inimigo. Outras espécies possuem pregas de peles que, quando abertas, se assemelham a asas e permitem o salto planado.
Comportamento
A maioria das espécies de lagartos é diurna. As lagartixas, no entanto, são mais ativas à noite, período em que consomem insetos.
Alguns lagartos conseguem mudar de coloração, ficando com um tom mais vivo. Esse comportamento é utilizado para atração sexual ou para afugentar competidores. Outras espécies podem, ainda, utilizar essa função como comunicação. A temperatura e luz do ambiente também podem influenciar na mudança de coloração. O animal mais conhecido com esse comportamento é o camaleão, que chama atenção pela beleza de suas cores.
Esses animais gastam grande parte do tempo em busca de alimento, e a maioria foge de inimigos e predadores. Quando brigam, inflam e ficam eretos para parecerem maiores. Eles também podem usar a cauda, que se desprende do corpo quando tocada, para distração do predador – assim o animal consegue fugir. Uma nova cauda cresce no lugar sem danos permanentes.
Apenas duas espécies de lagartos são venenosas: o monstro-de-gila, que possui a pele vistosa e ocorre no sudoeste dos Estados Unidos; e o lagarto-de-contas, que ocorre no México. O veneno de ambas as espécies é forte o suficiente para matar uma pessoa.
Habitat
Os lagartos podem viver embaixo da terra (fossoriais), em árvores (arborícolas), no chão (terrícolas), associados a rochas (saxícolas) e, algumas espécies, na água (semiaquáticos).
Alimentação
A maioria das espécies de lagartos é onívora e consome principalmente insetos. No entanto, alguns podem também ingerir partes vegetais, como frutos, folhas e sementes.
Reprodução
Os lagartos botam ovos, que variam em quantidade, dependendo da espécie. Os ovos possuem uma casca bastante resistente como o couro, e são depositados no meio da vegetação ou enterrados.
Alguns lagartos apresentam cuidado parental nessa fase, em que a fêmea fica vigiando os ovos até eles eclodirem, mas a maioria abandona o ninho. Como os ovos não são chocados, é o calor da vegetação que garante a determinação sexual dos filhotes.
Curiosidades
Terceiro olho
Os lagartos apresentam uma estrutura no meio da parte superior da cabeça, um círculo pálido. Essa falta de pigmentação permite a passagem de luz, área popularmente chamada de terceiro olho. Mas, na verdade, trata-se do olho pineal.
Os pesquisadores ainda não sabem exatamente qual a sua função, mas afirmam estar relacionada à detecção de luz, o que auxilia os animais a se orientarem no ambiente e regularem seu ciclo cicardiano.
Lagartos e humanos
Algumas populações humanas consomem os ovos de lagartos e até mesmo a carne desses animais, como de iguanas e calangos.
Atualmente, as atividades humanas ameaçam a sobrevivência de algumas espécies, devido, principalmente, ao desmatamento e à caça. Também, alguns desses animais são comercializados como animais de estimação exóticos.