Cultura africana – O que é? Características, Tradições e Influências

O termo Cultura africana, em geral, refere-se ao vasto arcabouço cultural proveniente do continente africano. O termo mais correto a ser utilizado é o de “culturas africanas”, visto que essa cultura não é singular, e sim plural, representada por um grande número de línguas, religiões e costumes.

Boa parte dessa cultura se espalhou pelo mundo, sobretudo nas Américas, muito por conta da prática da escravidão. Em muitos países, como no Brasil, a cultura proveniente da África se tornou parte integrante da sociedade.

O continente africano

O continente africano é considerado o local mais antigo a ser habitado pelo homem, ocupando aproximadamente ⅕ do território do planeta. Esse longo período de história, por óbvio, resultou em uma mistura formidável de povos, dando origem a uma combinação de muitos idiomas, religiões, organizações sociais, políticas e econômicas. Vem de lá uma das maiores civilizações da história: a Civilização Egípcia.

Desde a antiguidade, a África tem sido alvo de disputas por parte de outros povos, a começar pelos romanos, que dominaram todo o norte do continente, seguidos dos povos árabes, cuja presença na região se tornou permanente.

A partir do século XVI, os europeus passaram a explorar o continente, tendo como um dos principais resultados o tráfico de milhares de pessoas para o trabalho escravo nas colônias europeias nas Américas. Esse fluxo de escravos só terminaria no século XIX.

No final do mesmo século, as potências europeias voltaram a cobiçar a África, partilhando seu território e dividindo suas riquezas por meio da Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885. Esse período de dominação durou até o final da Segunda Guerra Mundial, quando, paulatinamente, várias regiões começaram a se tornar independentes.

Características gerais

A África era o lar de uma grande variedade de povos diferentes, resultando em mais de 70 diferentes grupos étnicos, o que torna muito difícil uma caracterização. De forma geral, é possível apresentar alguns aspectos da cultura africana como um todo.

As religiões africanas estão voltadas ao culto aos antepassados, e reverenciam divindades da natureza, além de se acreditar na existência de forças desconhecidas. A vida material e espiritual são inseparáveis nas religiões africanas.

Muitas tribos nômades, e a maioria das tribos que se fixaram em um determinado território, se organizavam em torno da figura de um chefe político local, que muitas vezes também era um chefe religioso.

Cultura afro-brasileira

No Brasil, a cultura africana chegou juntos com os escravos. A grande variedade étnica de negros trazidos para o país resultou também em uma grande variação cultural, que, aos poucos, foi sendo modificada, adaptada e absorvida pela sociedade brasileira.

Aspectos religiosos e linguísticos, entre outros, fazem parte do cotidiano da grande maioria dos brasileiros. Hoje em dia, temos como parte de nossa própria cultura, por exemplo:

  • A capoeira: desenvolvida por descendentes de escravos africanos, era uma mistura de luta, dança e música, que constituía o principal meio de autodefesa por parte dos negros;
  • O samba: gênero musical surgiu no Rio de Janeiro com influência de ritmos africanos muito antigos;
  • As congadas: essa uma festividade que mistura dança, música e canto para representar a coroação de um rei do Congo;
  • O maracatu: festividade que mistura dança, música e ritual religioso, com origem em Pernambuco;
  • A umbanda e o candomblé: religiões de origem africana mais conhecidas e difundidas no Brasil;
  • A culinária: pratos como a moqueca, o acarajé, o vatapá e, sobretudo, a feijoada, são exemplos da culinária africana, amplamente difundida e apreciada no país.

Além disso, temos diversas palavras de origem africana presentes no idioma português, tais como dengo, cafuné, quitanda, moleque, fubá, etc. Mas, a maior representação africana está no próprio povo brasileiro: cerca de 54% da população brasileira (aproximadamente 113 milhões de pessoas) é formada de afrodescendentes.

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