Arte Romana – Origem, Características, Arquitetura, Pintura e Escultura

Dá-se o nome “Arte Romana” às manifestações artísticas produzidas pela antiga civilização romana, cuja existência vai de aproximadamente 753 a.C. a 476 d.C. Por se tratar de uma arte milenar e pelo fato de o Império Romano, em seu auge, ir das Ilhas Britânicas ao Mar Cáspio, passando pelo norte da África e pelo Oriente Médio, a arte romana é de difícil definição e sintetização.

Contexto histórico

Segundo a mitologia romana, Roma foi fundada em 21 de abril de 753 a.C., nas margens do rio Tibre, no centro da Itália, por Rômulo, após este matar seu irmão gêmeo, Remo. Até hoje, comemora-se o aniversário de Roma em 21 de abril, também conhecido como “Natal de Roma” ou “Dia das Festas de Pales”, em referência à divindade Pales, relacionada à vida pastoril.

De sua fundação até 509 a.C., Roma foi uma monarquia, sendo governada por reis, tendo sido Rômulo o primeiro deles. Em 509 a.C., Roma torna-se uma república após Tarquínio, o Soberbo, ser deposto por Lucius Junius Brutus. O novo sistema de governo consistia em eleições anuais de cônsules, escolhidos pelos cidadãos e aconselhados pelo senado.

Em 27 a.C., com Roma sofrendo por conflitos internos e guerras civis, Otaviano é proclamado pelo Senado e pelo povo “príncipe” (em latim “primeiro”) e “imperador”, recebendo também o título “Augusto”, que em latim significa “o venerado”. Isso marca o fim da República e o início do Império. Augusto conseguiu dar fim à guerra civil e aos conflitos internos, mergulhando Roma em um período de estabilidade social e econômica. O período entre 27 a.C. e 284 d.C. é conhecido como “Principado”.

Em 284 d.C., com agitações sociais, dificuldades econômicas e com a peste assolando a Europa, Diocleciano renuncia ao título de príncipe e passa a se chamar “domine”, cujo significado é próximo a “mestre” ou “senhor”. Isso marca o fim do Principado e o início do Dominato, período em que o Império Romano passou a ter um estado de monarquia absoluta, com o poder ainda mais centralizado no imperador.

No século V, agitações internas, motivadas especialmente pela grande extensão do Império Romano e pela grande quantidade de povos e culturas dentro dele, e invasões externas, como a de Átila, o Huno, resultam na queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., ano em que o último imperador do ocidente, Rômulo Augusto, é deposto por Odoacro, que, em vez de assumir o título de imperador, se submete ao domínio do Império Romano do Oriente, cuja capital é Constantinopla, que viria a ser conhecido como Império Bizantino. Termina, portanto, não só o Império Romano como também a arte romana, que é substituída pela arte bizantina.

Caraterísticas da arte romana

Um primeiro detalhe importante de se ressaltar é a grande influência da arte etrusca e principalmente da arte grega na arte romana. Os artistas romanos deliberadamente reproduziam características gregas em suas obras, sendo comum, inclusive, realizar cópias precisas de esculturas gregas.

A influência grega pode ser observada em todas as manifestações e técnicas artísticas romanas, como na escultura e na escultura em relevo, na fundição em bronze, na ourivesaria, no artesanato, na pintura etc. Não se pode, entretanto, considerar a arte romana como uma mera cópia ou extensão da arte grega, uma vez que os romanos também foram responsáveis por grandes inovações artísticas.

Convém observar ainda que as obras de arte romanas, em sua grande maioria, não eram assinadas e tinham como propósito a decoração de casas a palácios de membros mais abastados da sociedade, sendo símbolo de riqueza e de status.

Arquitetura romana

A arquitetura romana desenvolveu-se bastante, tanto a religiosa quanto a secular (sem fins religiosos). Embora contassem com características etruscas e gregas, a arquitetura romana inovou no uso do material, como o concreto, com a criação de abóbodas semicilíndricas e arcos sem sustentação, além de prezar muito pelo tamanho e pela funcionalidade de suas construções.

O uso do concreto, inclusive, também tinha um caráter funcional, uma vez que é um material econômico e bastante resistente, o que permitia construções em grande escala, necessárias para ajudar no desenvolvimento das regiões conquistadas. Frequentemente, o concreto era revestido com algum outro material, como mármore, a fim de dar à construção uma aparência mais refinada.

Duas das principais construções romanas ainda sobreviventes são o Panteão (113-125 d.C.), sendo um templo dedicado a todos os deuses romanos, e o Coliseu (68-79 d.C.), um anfiteatro oval na época com capacidade para abrigar de 50 a 80 mil espectadores. Ambos possuem clara influência grega, como o uso de colunas.

Pintura romana

Também bastante influenciada pela arte grega, a pintura foi bastante popular no Império Romano, embora poucos exemplares tenham sobrevivido ao tempo, como os afrescos nas construções de Pompeia e de Herculano. Foi a partir dos afrescos de Pompeia que o historiador Augusto Mau classificou quatro estilos de pintura pompeienses: estilo de inscrustração (ou “de alvenaria”), arquitetônico, enfeitado e intricado.

No primeiro (século II a.C.), pintava-se relevos em rebocos, imitando retalhos em mármores coloridos. No segundo (80 a.C. a 20 a.C.), prevalecem as colunas e os peitoris, pintados com sombras e imagens em tamanho real, para passar uma impressão de tridimensionalidade e realismo, ilusionando a visão do observador. No terceiro (20 a.C. a 60 d.C.), prevalecem alegorias lineares bidimensionais e paisagens livres e bucólicas, com uma grande riqueza de detalhes. Por fim, o quarto estilo de pompeia (60 d.C. a 79 d.C.) misturava elementos do segundo e do terceiro, representando paisagens e cenas da mitologia e da vida cotidiana.

Após a destruição de Pompeia pela erupção do Vesúvio, a pintura romana continuou nitidamente marcada pelos estilos pompeienses.

Escultura romana

A escultura romana, como já comentado, tinha uma forte influência da escultura grega. Valorizava-se a representação precisa e harmoniosa da anatomia humana, com poses geralmente simbólicas, como a mão direita levantada, símbolo imperial. Os romanos elevaram ainda mais o nível de detalhe e realismo das obras, especialmente nas dobras dos tecidos.

Os principais materiais utilizados eram a pedra, o bronze, o mármore e alguns metais preciosos. Os temais geralmente giravam em torno da mitologia e do sucesso militar do Império Romano, servindo como propaganda imperial.

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