Os povos Astecas foram responsáveis por uma das grandes civilizações que floresceram na região do atual México durante o período conhecido como Pré-Colombiano, ou seja, antes da chegada dos europeus.
Essa civilização ocupou a parte central do país, sendo o último grande povo registrado em tal região antes da conquista europeia.
Origem do termo Asteca
A palavra asteca vem do náuatle “aztectl” (no singular) e “aztecah” (no plural), com o significado de “povo de Aztlan”. Aztlan era um lugar mítico, do qual vários grupos étnicos da região acreditavam ser originários. Azteca é, portanto, um termo genérico, utilizado para se referir a vários povos diferentes.
Origem dos Astecas
O território do México apresenta indícios de ocupação humana que remontam há vinte mil anos. Ao longo da história, a região foi cenário de grandes culturas, começando com a Olmeca.
Em seguida, temos o desenvolvimento daquela que ficou conhecida como civilização de Teotihuacan. Surgida por volta de 100 a.C., esse povo se estabeleceu na área central mexicana, e é famoso pelos grandes templos e por gigantescas pirâmides, como a Pirâmide do Sol, quase tão grande quanto a Pirâmide de Queóps, no Egito.
A civilização Maia, reconhecida como uma das mais desenvolvidas do período pré-colombiano, espalhou-se pelo sul do méxico, Honduras, Guatemala, Belize e El Salvador, até entrar em um paulatino declínio entre os séculos VIII e IX, com as principais cidades sendo abandonadas pouco tempo depois. A decadência dos Maias permitiu o crescimento dos Toltecas na região do México e, posteriormente, dos Astecas.
Expansão Asteca
Os Astecas tiveram seu auge entre os séculos XIV e XVI. Vindos do norte, estabeleceram-se na região central do México, dominando todas as cidades da região. A sua capital, Tenochtitlan, estava situada na zona da moderna Cidade do México.
Originalmente, esses povos eram conhecidos como mexicas, daí o nome do país, e chegaram a ter uma população de aproximadamente 100.000 pessoas, em 1519.
O chamado “império” asteca, na verdade, funcionava de forma informal, com as áreas conquistadas devendo pagar tributos para o poder central, mas gozando de relativa autonomia.
Conquista espanhola
Em 1519, os espanhóis, liderados por Hernán Cortés, chegaram ao México, sendo, a princípio, bem recebidos pelos Astecas. Acredita-se que essa boa acolhida se deu pela crença de que um deus, Quetzalcoatl, retornaria em um ano chamado de Ce-Catl, que simbolizava o fim de um ciclo de 52 anos. 1519 era justamente um ano Ce-catl e, por esse motivo, os Astecas podem ter confundido os espanhóis com os deuses que tanto aguardavam.
O fato é que, ao perceber que os europeus eram inimigos, os Astecas trataram de defender seu território, conseguindo derrotar os invasores a princípio. Oito meses depois, os espanhóis retornaram, tendo ao seu lado um grande contingente de tlaxcaltecas, um povo inimigo dos Astecas. As batalhas duraram até 1521, quando finalmente os nativos foram derrotados.
Além da ajuda dos inimigos, outros fatores contribuíram de forma decisiva para a vitória espanhola, como várias doenças (exemplo da varíola) trazidas pelos próprios europeus e para as quais os nativos não tinham defesa, além de um equipamento superior, que contava com armas de fogo e uso de cavalos.
Sociedade Asteca
A sociedade Asteca era baseada em duas classes principais:
- Nobreza: faziam parte nobres, líderes militares e líderes religiosos. A condição de nobreza era hereditária e dava certos privilégios, como consumir bens de luxo e possuir terras e propriedades;
- Camponeses: eram agricultores, comerciantes e artesãos. Um fato curioso é que um plebeu podia obter privilégios semelhantes aos da nobreza caso demonstrasse valor na guerra.
Embora fosse um sociedade em que os papéis de homens e mulheres eram muito bem definidos, as mulheres tinham certos privilégios não encontrados em outras sociedades, como o de possuir propriedades.
A religião Asteca era organizada em torno da prática de rituais de calendário, dedicados a um panteão de diferentes divindades, tendo como divindade principal Quetzalcoatli. Também a prática do canibalismo era muito difundida entre os Astecas.
Legado Asteca
A cultura e a história dessa civilização foram muito importantes para a formação de uma identidade nacional mexicana após a independência do país, em 1821. Antes mesmo disso acontecer, os habitantes buscaram na história dos Astecas elementos para criar a sua própria história.
Palavras da língua dos nativos, o náuatle, são encontradas no cotidiano mexicano, e o próprio nome do país é uma homenagem ao último povo livre a habitar a região antes que o país se tornasse parte do império espanhol.