Objeto Direto e Indireto – Diferenças, Como Usar, Exemplos e Exercícios

Alguns verbos, chamados transitivos, exigem a presença de um complemento verbal a fim de terem seus sentidos completados. Esse complemento verbal pode aparecer na forma de um objeto direto ou de um objeto indireto.

A principal diferença entre o objeto direto e o indireto é a de que o primeiro se conecta diretamente ao verbo, enquanto o segundo exige a presença de uma preposição, que intermedia a conexão. Porém, há uma série de detalhes que precisam ser levados em conta ao se estudar esse assunto.

Se você deseja tirar todas as suas dúvidas a respeito dos objetos diretos e indiretos, conhecendo os vários tipos de cada um deles, confira este artigo completo do Gestão Educacional a respeito do assunto!

O que é complemento verbal?

Para entender os objetos diretos e indiretos, é preciso, antes, compreender o que é o complemento verbal e qual a relação dele com os objetos mencionados.

No estudo da regência verbal, ou seja, da relação entre o sujeito e o verbo, e entre o verbo e o complemento, identificamos a diferença entre o verbo transitivo e o verbo intransitivo.

O verbo intransitivo, basicamente, é aquele que tem o seu sentido completado nele mesmo, sem exigir a presença de outro termo que o complete. Por exemplo:

 

  • O filho da Catarina nasceu.

Perceba que o verbo no exemplo acima não exige nenhum outro termo para completar seu sentido, pois este já está completo. Temos, portanto, um exemplo de verbo intransitivo.

Já o verbo transitivo não tem o seu sentido completado nele mesmo, exigindo que outro termo surja para completá-lo.  Eis que surge, então, o complemento verbal, cujo objetivo é justamente o de integrar a significação transitiva de um verbo transitivo. Veja o exemplo:

  • Catarina comprou um berço.

Nesse exemplo, o verbo em questão não tem seu sentido completo, exigindo que outro termo apareça para completá-lo, nesse caso, “um berço”. Se disséssemos apenas: “Catarina comprou”, ficaria no ar a pergunta: “mas comprou o quê?”. Temos, portanto, um exemplo de verbo transitivo, que requer a presença de um complemento verbal.

Com alguns verbos transitivos, o complemento integra-se diretamente com o verbo, sem exigir a presença de uma preposição. Temos, nesse caso, um objeto direto. Em outros contextos, entretanto, faz-se necessária a presença de uma preposição, que liga o verbo com o complemento. Temos, nesse caso, um objeto indireto.

Há, ainda, um terceiro tipo de verbo transitivo: o verbo transitivo direto e indireto, que, como o nome sugere, exige dois complementos, um de cada tipo. Por exemplo:

  • Eu emprestei o livro | ao João.

O verbo “emprestar”, nesse exemplo, evoca dois complementos: o objeto direto “o livro” e o objeto indireto “ao João” (sendo “ao” a junção entre a preposição “a” e o artigo “o”).

O que é objeto direto?

Compreendidas as relações entre objeto direto e indireto, complemento verbal e verbos transitivos, aprofundemo-nos, agora, no estudo do objeto direto, em particular.

O objeto direto, como vimos, é o complemento verbal que integra diretamente a significação transitiva de um verbo transitivo. “Integrar diretamente” significa que ele o faz sem a presença de uma preposição (com algumas exceções, como veremos ao tratarmos do “objeto direto preposicionado”).

A união, portanto, é entre um verbo e um sintagma substantivo (que tem como núcleo um termo de caráter nominal).

Veja um exemplo de objeto direto para compreender melhor:

  • O time de basquete da escola perdeu o jogo.

“Perder” é um verbo transitivo, pois quem perde, perde alguma coisa (exigindo, portanto, um complemento). O complemento, nesse caso, uniu-se diretamente ao verbo, na forma de um objeto direto (“o jogo”, sendo “o” um artigo e “jogo” um substantivo), sem a presença de uma preposição.

O verbo que exige um complemento direto é chamado verbo transitivo direto.

Objeto direto preposicionado

Na maior parte dos casos, o objeto direto liga-se ao verbo transitivo sem a presença de uma preposição. Há alguns casos, porém, que a conexão entre o verbo transitivo e o objeto direto dá-se através de uma preposição. Temos, portanto, um caso de objeto direto preposicionado.

Confira um exemplo abaixo:

  • O primeiro mandamento diz: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

Nesse exemplo, há, entre o verbo transitivo “amar” e o objeto direto “Deus” a preposição “a”. Trata-se, portanto, de um caso de objeto direto preposicionado.

O objeto direto preposicionado geralmente aparece com verbos que exprimem sentimento, como o mencionado acima, e para evitar ambiguidades.

Objeto direto pleonástico

Outro tipo de objeto direto é o pleonástico, já citado anteriormente. Ele ocorre quando o objeto direto é citado antes do verbo, sendo retomado por um pronome oblíquo (“o”, “a”, “os” ou “as”):

  • A casa, Mariana queria-a (o pronome oblíquo “a” está retomando o objeto direto “a casa”)
  • O meu carro, comprei-o numa promoção no ano passado. (o pronome oblíquo “o” está retomando o objeto direto “o meu carro”).

O que é Objeto Indireto?

Explorados todos os tipos de objeto direto, passemos, agora, aos objetos indiretos.

O objeto indireto também ajuda a completar o sentido de um verbo transitivo, mas de maneira indireta, ou seja, com o auxílio de uma preposição. A união, portanto, é entre um verbo e um sintagma preposicional.

Por exemplo:

  • Eu não preciso de conselhos.

Quem precisa, precisa “de alguma coisa”. Perceba que a preposição “de” já aparece na resposta à pergunta levantada ao verbo. O objeto, nesse caso, foi conectado ao verbo através do emprego de uma preposição. Trata-se, portanto, de um objeto indireto.

O verbo que exige um complemento indireto é chamado verbo transitivo indireto.

Algumas das preposições mais exigidas por verbos transitivos indiretos são: de, em, a, com e pela. Veja os exemplos:

  • Você duvida da minha palavra?
  • cheguei em casa.
  • Dei um presente a ele.
  • Hoje sonhei com a Rita.
  • Entrei pela porta dos fundos.

Objeto indireto pleonástico

O objeto indireto, já mencionado na oração, também pode ser retomado por um pronome oblíquo átono. Temos, nesse caso, uma ocorrência de objeto indireto pleonástico. Veja:

  • Ao meu filho, o professor não lhe dava atenção nenhuma. (o pronome oblíquo átono “lhe” está retomando o objeto indireto “ao meu filho”).

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