As relações harmônicas interespecíficas são as relações que acontecem entre indivíduos de diferentes espécies no ecossistema.
O que são relações interespecíficas?
As relações interespecíficas são a maneira como diferentes espécies se relacionam entre si de forma positiva ou negativa. No caso das relações harmônicas (positiva), elas mostram como a natureza cria sistemas de interação, no qual diferentes seres vivos se beneficiam harmonicamente, ou seja, sem que haja algum tipo de prejuízo para uma ou ambas as partes.
Essas relações harmônicas contribuem com a biodiversidade, já que permite que diferentes espécies se beneficiem, por exemplo: as plantas fornecem abrigo e alimento para muitos animais, enquanto os animais polinizam as plantas e ajudam a disseminar suas sementes.
Além disso, as relações interespecíficas ajudam na manutenção do equilíbrio ecológico. Por exemplo, uma espécie de predador pode se alimentar de uma espécie de presa, mas se a população de presas diminuir muito, a população de predadores também pode ser afetada.
Isso pode criar um desequilíbrio no ecossistema e afeta outras espécies que dependem dessas interações.
Por isso, ao longo da história, essas relações interespecíficas foram estudadas por pesquisadores para entender melhor como os seres vivos interagem entre si e como isso afeta a saúde do planeta todo.
Relações interespecíficas positivas e negativas
As relações interespecíficas se classificam em harmônicas e desarmônicas. Como dito anteriormente, no caso caso das relações harmônicas (ou positivas) não há prejuízo para nenhum dos associados. No entanto, se há prejuízo para alguma das espécies, a relação interespecífica é chamada de desarmônica (ou negativa).
Veremos a seguir alguns tipos de relações harmônicas interespecíficas.
Protocooperação
A protocooperação acontece quando dois indivíduos de espécies diferentes se beneficiam mutuamente, sem que um dependa do outro. Esses indivíduos podem sobreviver se ficarem isolados uns dos outros. A protocooperação também é chamada de mutualismo facultativo.
Um exemplo muito comum de protocooperação é do caranguejo paguro (também conhecido como bernardo-eremita) que vive dentro de conchas vazias para proteger seu abdome longo e desprovido de carapaça. O caranguejo paguro coloca anêmonas sobre a concha para espantar os predadores.
Já a anêmona se beneficia porque quando o paguro se locomove, carregando a concha e, desse modo, a anêmona se alimenta dos restos dos alimentos do paguro.
Comensalismo
O comensalismo é a relação entre duas espécies em que apenas uma se beneficia, mas sem que a outra espécie se prejudique. Isso é muito comum com o peixe-piloto, que acompanha tubarões e aproveita os restos alimentares desses predadores.
Entretanto, pode acontecer de uma das espécies envolvidas nesta relação ser afetada sem que a outra se beneficie ou se prejudique. Nesse caso, a relação é chamada de amensalismo.
Inquilinismo
O inquilinismo é quando uma espécie usa outra para se abrigar, sem que a outra se prejudique. O principal objetivo dessa relação é a proteção. Como acontece com o peixe agulha, que se abriga no interior do pepino-do-mar para se proteger dos predadores, e sai somente para se alimentar.
No entanto, existe outra interação em que uma espécie se hospeda em outra, mas causando danos significativos para outra espécie. Ou seja, o hospedeiro se torna uma fonte de alimento para a espécie parasita, causando danos a sua vida.
Mutualismo
No mutualismo, ambas as espécies são beneficiadas, podendo haver uma interdependência entre as espécies, sem que haja prejuízo.
No mutualismo, envolve-se trocas de alimentos e produtos do metabolismo. Podemos citar como exemplo de mutualismo algumas bactérias que vivem nas raízes de leguminosas que trocam nitrogênio e nutrientes entre si.
O mutualismo se classifica em facultativo e obrigatório. No caso do facultativo, a espécie se beneficia do mutualismo, mas não depende dele para sobreviver. Entretanto, no mutualismo facultativo, se a espécie não se beneficiar desta relação, ela não sobrevive.
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Referência
Referência: LINHARES, Sergio; GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Biologia Hoje 3. 3. Ed. São Paulo: Ática, 2016