O mimetismo nada mais é do que uma semelhança física ou comportamental que uma espécie fingi ter para se proteger de seus respectivos predadores.
Mimetismo: o que é?
A adaptação biológica utilizada por muitos animais e plantas para garantir a sua sobrevivência é chamada de mimetismo. O objetivo desta prática é enganar os predadores imitando outras espécies, embora também possa ser usado para obter vantagens na alimentação, acasalamento ou confundir as presas.
Para ter sucesso no mimetismo, algumas espécies utilizam as cores, odores, emissão de som e características físicas de algum organismo modelo. Sendo assim, o organismo imitador consegue executar imitações bem-sucedidas.
Por exemplo: os insetos usam características químicas, físicas e comportamentais para se adaptarem e sobreviverem por mais tempo no ambiente.
A seleção natural é responsável pela criação de espécies miméticas, ou seja, espécies que praticam o mimetismo.
Função do mimetismo
Esta habilidade é praticada por diferentes espécies de animais, plantas, fungos e até mesmo humanos, em diferentes contextos, desde a defesa até a reprodução. Através do mimetismo, um organismo pode enganar seus predadores ou presas, tornando-se mais difícil de detectar ou reconhecer, o que aumenta suas chances de sobrevivência.
Em resumo, a função do mimetismo é ajudar os organismos a sobreviver em ambientes onde há pressão seletiva, ou seja, onde há competição por recursos ou risco de predação.
O mimetismo entre as plantas é um exemplo de como a evolução pode levar a adaptações complexas e engenhosas para permitir que as plantas sobrevivam e se reproduzam em seus ambientes naturais.
Tipos de mimetismo
O mimetismo ocorre de três maneiras distintas na natureza: batesiano, mülleriano e agressivo.
Mimetismo Batesiano
O mimetismo batesiano foi descoberto pelo naturalista inglês Henry Bates (1825-1892). O tipo batesiano é quando um animal inofensivo se assemelha a outro causando danos ao predador. Isso permite que a espécie ganhe uma vantagem seletiva, aumentando assim o número na população.
É o caso de alguns animais que fingem ter determinada característica física que causa repulsa no predador, garantindo assim a sua proteção. Como acontece, por exemplo, com a cobra-coral falsa, que assume as características da cobra-coral venenosa para afastar seus predadores e inimigos.
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Mimetismo Mülleriano
Quando várias espécies evoluem e passam a apresentar a mesma aparência que as torne protegidas contra as ações de predadores, chamamos de Mimetismo Mülleriano. Foi o zoólogo alemão Fritz Müller (1831-1897) que descreveu esse fenômeno pela primeira vez.
É o caso das borboletas impalatáveis que compartilham o mesmo padrão de coloração para confundir seus predadores. Mas isso só é possível devido a um processo evolutivo de mutação.
Mimetismo Agressivo
O mimetismo agressivo é quando o predador se disfarça de presa para conseguir capturá-la. Além disso, o predador pode imitar uma situação inofensiva para atrair a presa.
Um exemplo muito comum acontece com as aranhas Myrmarachne, que alteram suas características físicas para se parecerem com as formigas (suas presas). Nesse caso, pode-se dizer que, além do mimetismo agressivo, há também o batesiano.
Diferenças entre mimetismo e camuflagem
Algumas espécies praticam o mimetismo ou a camuflagem. Por isso, é importante entender o que diferencia uma habilidade da outra. No mimetismo, a espécie imita uma característica física de outra espécie para confundir seu predador e assim garantir a sua sobrevivência.
Exemplo de animais que praticam o mimetismo: algumas espécies de borboletas e aranhas.
Enquanto na camuflagem, a espécie assume características físicas parecidas com o ambiente em que vive para se esconder dos predadores. Exemplo de animais que praticam a camuflagem: camelão, raposa-do-ártico e bicho pau.
Apesar de cada habilidade ser praticada de maneira diferenciada, o objetivo de sobrevivência é o mesmo em ambas habilidades. Entretanto, é importante dizer que algumas espécies de predadores também utilizam o mimetismo ou a camuflagem para enganar suas presas e atacar, como o polvo que engana suas presas.
Importância do mimetismo para a ecologia e para preservação
A prática do mimetismo garante a sobrevivência e permanência de muitas espécies em um determinado habitat. Portanto, esta prática contribui não só com a preservação de determinadas espécies como também mantém o ecossistema em equilíbrio.
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Referências
LINHARES, Sergio; GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Biologia Hoje 3. 3. Ed. São Paulo: Ática, 2016