Revolução Industrial: 4 fatores que impulsionaram a revolução na Inglaterra

A Revolução Industrial, no século XVIII, teve a Inglaterra como a grande pioneira. Isso aconteceu por uma série de fatores, que facilitavam que o país iniciasse este processo de mudança nos meios de produção.

Entre eles  podemos destacar os Atos de Navegação, a acumulação de capital, o volume de matéria-prima e a mão de obra.

Para que ocorresse a Revolução Industrial fatores múltiplos operaram não apenas no âmbito da produção, mas também nas relações trabalhistas. Partindo-se da invenção da máquina a vapor, em 1698, e seu aperfeiçoamento, em 1765, os métodos de produção foram gradativamente se tornando mecanizados.

Dessa forma, em fins do século XVIII e no século XIX, uma série de evoluções tecnológicas apareceram, para além dos motores a vapor. Entre elas, estavam a mecanização da fiação de algodão e o uso do carvão como combustível, levando à redução de custos para a produção de materiais como o ferro.

Veja, a seguir, um pouco mais sobre cada um dos 4 fatores que impulsionaram a Revolução Industrial na Inglaterra.

Atos de Navegação

Os Atos de Navegação, decretados por Oliver Cromwell, foram um dos fatos responsáveis por levar a Inglaterra à Revolução Industrial. A sanção da lei ocorreu em 1651.

Tratava-se de uma lei que determinava que todas as mercadorias compradas e vendidas pelo país teriam que ser transportadas em embarcações inglesas. Isso teve impacto nas rotas marítimas e transformou a Inglaterra na maior potência comercial do mundo.

Com isso, os ingleses investiram na indústria bélica e comercial, desafiando a potência econômica holandesa do século XVII. Esse impulsionamento da economia da Inglaterra levou a um intenso enriquecimento do país.

Acumulação de capital

A burguesia inglesa estava fortalecida também desde o século XVII, especialmente após a Revolução Gloriosa e a deposição do rei James II. Tempos depois, foi consolidado o sistema da monarquia constitucional no país.

Com os Atos de Navegação, a Inglaterra se tornou a mais importante zona de comércio da Europa, dominando, ainda, os mercados na África, Índia e nas Américas, o que facilitou a importação de matérias-primas e exportação de produtos industrializados.

Este cenário possibilitou o acúmulo de capitais de algumas pessoas. Desta forma, a burguesia tinha capital para investir na construção de indústrias e também na produção agrícola.

Matéria-prima

Outro aspecto decisivo para a Revolução Industrial na Inglaterra foi a grande reserva de matérias-primas. O país tinha acordos com colônias na América do Norte, que garantiam algodão a preço baixo. Tinha disponível também enormes quantidades de carvão e ferro para uso nas máquinas.

O carvão levou à redução de custos na produção de ferro, tornando os fornos de fundição mais eficazes. Além disso, com as invenções das primeiras máquinas-ferramentas, que tornaram possível a fabricação de peças de precisão feitas em metal.

Mão de obra

Revolução Industrial: 4 fatores que impulsionaram a revolução na Inglaterra (Imagem: Pintura "The Longshoremens Noon", de John George Brown, 1879)
Revolução Industrial: 4 fatores que impulsionaram a revolução na Inglaterra (Imagem: Pintura “The Longshoremens Noon”, de John George Brown, 1879)

Por fim, um aspecto ainda mais importante foi a mão de obra. Isso porque a Inglaterra tinha muitos trabalhadores para atuarem nas indústrias. E este fato aconteceu especialmente por conta da Lei dos Cercamentos.

Esta lei determinava que terras comuns dos camponeses fossem cercadas para se tornarem pasto. Os direitos de propriedade foram concedidos aos antigos senhores que haviam se tornado parte da burguesia, monopolizando a criação de ovelhas e a produção de algodão.

Os cercamentos, então, resultaram na expulsão dos camponeses dessas áreas, que não conseguiam mais se sustentar no campo e migraram para as cidades, dando origem a uma nova classe social, o proletariado.

A migração em massa fez com que as cidades tivessem grande quantidade de mão de obra. Este cenário fazia com que os donos das indústrias tivessem condições de pressão sobre os trabalhadores e, com isso, pudessem oferecer salários mais baixos. Pois, caso um não aceitasse, seria facilmente substituído por outros que buscavam emprego. Desta forma, eles aceitavam salários cada vez mais inferiores e em uma carga horária exaustiva.

Isso acontecia especialmente também porque a Inglaterra criou uma Lei que proibia a “vadiagem”, ou seja, as pessoas seriam punidas se ficassem andando pelas ruas sem trabalho.

No século XIX, o crescimento populacional fez com que a população inglesa aumentasse de 13,9 milhões de pessoas, em 1831, para 32,5 milhões de habitantes em 1901.

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Referências

https://www1.educacao.pe.gov.br/cpar/ProfessorAutor/Hist%C3%B3ria/Hist%C3%B3ria%20%20I%20%208%C2%BA%20ano%20%20I%20%20Fundamental/A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Industrial.ppt

http://revista.urcamp.tche.br/index.php/congregaanaismic/article/view/2347

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