Pautamos nossa experiência pessoal para entender e explicar muitos dos fenômenos que vemos à nossa volta. Porém, os nossos sentidos podem nos enganar.
Os filósofos antigos baseavam suas explicações sobre o funcionamento do mundo em observações e discussões com os pares, e não baseada em um método científico, criterioso, mais confiável e pautado em experimentação. Assim, a partir de meados do século XVII, com a disseminação do método científico, muitos “fatos” foram água abaixo.
Um desses “fatos” foi a ideia de que a Terra estava estática no centro do universo enquanto o Sol, Lua e os planetas conhecidos giravam em torno de nós. Pense: estamos parados, correto? E vemos o Sol e Lua e os planetas girando em torno da Terra. Então devemos estar no centro! Esse é o modelo geocêntrico, concebido por Ptolomeu no século II d.C. em sua obra “Almagesto”.
Modelo geocêntrico: o que defendia?
O modelo era simples: Terra no centro, com o Sol, a Lua e outros planetas conhecidos girando em torno da Terra; além disso, havia também um domo estrelado, contendo estrelas “fixas”, que também girava em torno da Terra. Enquanto alguns filósofos da época possuíam ideias divergentes, foi a ideia geocêntrica que sobreviveu.
Além disso, uma forte influência religiosa no mundo ocidental não se pode deixar de lado; A ideia de que Deus fez a Terra e que estamos no centro do universo contribuiu e muito para perpetuar esse modelo.
Junto a isso, modelos geométricos, tidos como sagrados de acordo com os gregos antigos, como círculos, perpetuavam a ideia de que, além de estarmos no centro, os corpos celestes se moviam em órbitas perfeitamente circulares.
Entretanto, observações mais minuciosas dos movimentos dos astros não batiam com essa noção. Basta você pensar dessa forma: se houver algo girando em torno de você, um movimento fixo e mais ou menos linear será observado e, se a velocidade do corpo não variar, a cada intervalo de tempo uma distância fixa será percorrida. Então, adições ao modelo, como órbitas dentro de órbitas, foram o que sustentaram a ideia por mais de um milênio.
Mudança de modelo
Durante esse período, muitos pensadores árabes criticaram o modelo de Ptolomeu, propondo mudanças pontuais, mas não há evidências de que houve uma mudança de paradigma, pendendo para um modelo em que o Sol está no centro, e não a Terra.
Foi apenas no século XVI, com Nicolau Copérnico, que o geocentrismo começou a perder espaço para um novo modelo em que o Sol está no centro do universo: o modelo heliocêntrico.
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Referências
BEN-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Physics for scientists and engineers, sixth edition. New York: W. H. Freeman and Company, 2008.