Alguns filósofos gregos antigos já haviam introduzido a ideia de que a Terra orbitava o Sol, e não o contrário, mas foi o modelo geocêntrico proposto por Ptolomeu que perdurou por mais de mil anos.
Alguns pensadores de outras partes do mundo propuseram, nesse período, adições e mudanças ao modelo, mas foi com a publicação do livro “Das revoluções das esferas celestes” em 1543 que Nicolau Copérnico abriu espaço para uma revolução e mudança de paradigma: não estamos no centro do universo.
Sua obra continha argumentos para estabelecer um modelo heliocêntrico, onde o Sol estava no centro do universo e os demais planetas conhecidos à época o orbitavam.
Heliocêntrico pois Hélio é a personificação do Sol na mitologia grega. A obra, entretanto, não apresentava nenhuma evidência ou cálculo para justificar os argumentos de Copérnico, apenas tendo trocado a antes Terra no centro do universo pelo Sol, com órbitas ainda circulares, órbitas dentro de órbitas e estrelas fixas no domo estrelado.
Confirmação do modelo heliocêntrico
Giordano Bruno, filósofo e matemático italiano, defendeu as ideias de Copérnico, além de postular que estrelas distantes eram, na verdade, como sóis. Por sua visão contrária ao dogma religioso, Bruno foi queimado na fogueira.
Concomitantemente, Tycho Brahe, um astrônomo dinamarquês experiente, se opunha ao modelo heliocêntrico, propondo um modelo misto chamado sistema Tychonico, onde o Sol e a Lua orbitavam a Terra e os demais planetas orbitavam o Sol. Brahe coletou dados precisos das posições dos planetas, o que depois se mostrou de grande importância como veremos a seguir.
Nos anos seguintes, o telescópio foi inventado e utilizado para observação de navios que chegava à costa, dando o poder de uma cidade se preparar com antecedência frente a uma invasão.
Foi Galileu Galilei, físico e astrônomo nascido na atual Itália, quem apontou o objeto para o céu e observou que o planeta Vênus possuía fases como a Lua, indo contra o modelo geocêntrico. Além disso, ele notou que Júpiter possuía “luas”, ou satélites naturais que o orbitavam, agregando informações para uma expansão do nosso entendimento da escala do universo. Galilei, sendo um grande disseminador do modelo heliocêntrico, foi perseguido pela Inquisição e forçado a “desmentir” suas afirmações, sendo mantido preso até o fim de sua vida.
Foi durante o mesmo período que Johannes Kepler, um astrônomo alemão, usou dos dados de Brahe para desenvolver empiricamente três leis – hoje conhecidas como leis de Kepler – para descrever o movimento dos corpos celestes. Eventualmente essas leis serviram como base para Newton desenvolver sua lei da gravitação universal.
Referências
BEN-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Physics for scientists and engineers, sixth edition. New York: W. H. Freeman and Company, 2008.