É possível formar novas palavras a partir da derivação sufixal ou sufixação quando acrescentamos um sufixo a um radical. Isso acontece porque formamos palavras a partir de afixos, e é isso que o sufixo é: um tipo de afixo! Trata-se de um morfema que aparece especificamente ao fim da palavra.
A derivação é um dos modos de formação das palavras, juntamente da composição. Nesse processo de formação, temos a palavra primitiva, ou seja, já existente, e as palavras derivadas.
Vem entender cada um dos tipos de sufixos e conferir alguns exemplos!
Outras formas de derivação
Dentro do campo da formação de palavras por derivação temos, ao todo, cinco processos: sufixal, prefixal, parassintética, regressiva e imprópria.
Às palavras que servem como base para que a derivação ocorra chamamos primitivas. A partir delas, mantemos o radical, que é justamente a parte contendo o sentido básico da palavra e funciona como uma espécie de núcleo, e então acrescentamos, por exemplo, os afixos (prefixo ou sufixo).
Novos substantivos, adjetivos, verbos e advérbios são formados a partir da derivação sufixal. Por isso, podemos separar os sufixos entre nominais, verbais e adverbiais.
Sufixos nominais
Os sufixos nominais formam substantivos e adjetivos. Há uma variedade de derivações possíveis entre os sufixos nominais, sendo bastante frequentes em nosso cotidiano.
Há sufixos que transformam adjetivos em substantivos. Assim, podemos usar -eza para transformar “belo” em “beleza”, “certo” em “certeza”; ou -ade para que “bom” se torne “bondade”, “leal” se torne “lealdade” etc.
Há também o processo contrário, em que substantivos passam a ser adjetivos. Nesse caso, temos -oso, como em “custo”, ao virar “custoso”; ou “visto”, que se torna “vistoso” etc.
Por outro lado, a maioria dos sufixos não alteram a classe gramatical da palavra. Entre eles, os que mais usamos são os aumentativos e os diminutivos. Muitos gramáticos concordam que esses sufixos têm muitas vezes uma função emotiva, além de lógica.
É importante ressaltar, no entanto, que esses significados empregados aos sufixos dependem muito do contexto em que são usados!
Por exemplo, além de um diminutivo indicar que algo é pequeno, também pode ser uma forma carinhosa de tratar a algo ou alguém, como quando chamamos nosso irmão de “maninho”; mas também pode ser uma forma de menosprezar algo ou alguém, como quando nos referimos a alguém como uma “mulherzinha”.
Da mesma forma, os sufixos aumentativos podem indicar a grandeza de algo, ou serem usados de forma pejorativa, que associe algo ou alguém ao grotesco.
Alguns sufixos aumentativos são: -ão (paredão), -alhão (grandalhão), -aço (panelaço), -uça (dentuça), -aréu (fogaréu).
Alguns sufixos diminutivos são: -inho (vozinha), -zinho (cãozinho), -ino (pequenino), -ejo (vilarejo)
Há também outros tipos de sufixos nominais, que levam outros significados, não alterando a classe gramatical da palavra.
Assim, o substantivo continua classificado como tal, mas o sentido é outro: como -ada, que geralmente indica produtos alimentares (como “bananada”, “goiabada”) ou, ainda, pode se referir a ferimento (como “facada”, “paulada”), -ário e -ante, que indicam ocupação (como “operário”, “ajudante”, “comerciante”) etc.
Sufixos verbais
Os verbos geralmente são formados a partir do acréscimo da terminação -ar, -ir ou -er aos substantivos e adjetivos, como em “esqui-ar”, telefon-ar”, adoç-ar”, etc. Aqui, o verdadeiro sufixo é -r, enquanto -a é uma vogal temática.
No caso, tanto as vogais temáticas (-a, -e, -i), que indicarão o tema da conjugação, quanto as vogais de ligação, que auxiliam na pronúncia das palavras, são morfemas que conectam o radical ao sufixo, a fim de formar os verbos.
A partir do -r, juntamente com variações de derivação, conseguimos formar vários outros sufixos, como -ear, em “folhear” ou “semear”, -ilhar, como em “dedilhar” ou “anilhar”, -izar, em “estigmatizar” ou “sistematizar” e assim por diante.
Sufixos adverbiais
O único sufixo adverbial que temos é –mente. Ele é acrescentado a adjetivos para indicar modo, ou circunstância, como em “bondosa-mente” (de forma bondosa), “nervosa-mente” (de forma nervosa) etc.
O advérbio é aquela palavra que qualifica ou modifica um verbo, adjetivo, outro advérbio ou, mesmo, uma oração.
Derivação parassintética
Apesar do nome fazer parecer algo difícil, a derivação parassintética nada mais é que a união entre a derivação prefixal e a derivação sufixal. Dessa maneira, ocorre quando acrescentamos um prefixo e um sufixo à palavra, como em “infelizmente”: à palavra primitiva “feliz” são adicionados o prefixo in- e o sufixo -mente.
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Referências
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 edição. Rio de Janeiro: Editora Nova fronteira, 2009.