Derivação Prefixal – O que é, exemplos e mais!

A derivação prefixal ou prefixação é o processo de formar palavras por meio da adição de um prefixo a um radical. Os prefixos são um tipo de afixo, e os afixos são os morfemas responsáveis pela formação de novas palavras no português.

Gramáticos concordam que os prefixos têm um significado mais bem delimitado e independente que os sufixos, pois especulam que todos eles já tiveram um significado próprio no latim e no grego.

Conceitos importantes

Antes de conhecermos os prefixos, é interessante considerarmos alguns conceitos referentes às estruturas das palavras na gramática. O núcleo de uma palavra, que vai conter, em si, seu significado, é o radical. Em geral, ele permanece o mesmo ou sofre apenas pequenas alterações, independentemente do processo de formação.

Ao radical podemos acrescentar elementos ou morfemas, entre eles os afixos: prefixos e sufixos. Além destes, há também a desinência (nominal ou verbal), a vogal temática (que vai ligar o radical à desinência), bem como as vogais e consoantes de ligação (que vão auxiliar na pronúncia das palavras).

Prefixos: partículas ou palavras independentes?

É até possível separar os prefixos na língua portuguesa entre prefixos que são apenas partículas, não tendo significados sozinhos (como re-, em “reimaginar”), e os que são palavras independentes (como entre-, em “entreabrir”).

Os especialistas na área até discutem se esses seriam casos diferentes, sendo o primeiro o que poderíamos realmente chamar de derivação, e o segundo, composição, mas essa diferença nem sempre é tão nítida; por isso, consideram os dois casos como derivação prefixal. Isso porque, em ambos, o elemento é acrescentado antes do radical ou da palavra primitiva, sem que ela se altere.

Há prefixos gregos e latinos com significados semelhantes ou até mesmo iguais, de modo que seu uso vai depender da própria palavra a ser formada. Por exemplo, o prefixo “intra-“, do latim, indica uma posição interna, como em “intramuros”. No grego, o mesmo significado ocorre com o prefixo “endo-“, como em “endemia” ou “endogâmico”.

Exemplos de prefixos

De forma geral, na derivação, conserva-se o sentido das partículas, ou seja, tanto prefixos quanto sufixos geralmente passam para os radicais a que são adicionados um significado específico.

Vamos, então, conferir alguns prefixos e seus significados!

Afastamento, separação: ab-, abs-, a-

  • Exemplos: Abdicar, abstrair, aversão

Aproximação, direção: ad-, a-, ar-, as-

  • Exemplos: adjunto, advento, assentir, arribar

Posição exterior (fora de): extra-

  • Exemplos: extraviar, extraoficial

Movimento para dentro: in-, i-, em-

  • Exemplos: ingerir, imigrar, embarcar

Negação: i- (ir-)

  • Exemplos: ilegal, irrestrito

Movimento através: per-

  • Exemplos: perfurar, percorrer

Através de ou para além de: trans

  • Exemplos: transcorrer, transportar, translinear

Ação contrária: anti-

  • Exemplos: antídoto, antípoda

Superioridade: arqui- (arc-, arque-, arce-)

  • Exemplos: arqui-inimigo, arquiduque

Dificuldade: dis-

  • Exemplos: disenteria, dispineia

Bom, bem: eu-, ev-

  • Exemplos: euforia, evangelho

Anterior: pró-

  • Exemplos: prólogo, prognostico

Repetição: re-

  • Exemplos: repetir, refazer

Posição além do limite: trans-, tras, tres-

  • Exemplos: transpor, traspassar, tresvariar

Substituição: vice-, vis-

  • Exemplos: Vice-presidente, visconde

Processos de formação de palavras

Existem dois tipos de processos que são a base da formação de palavras na língua portuguesa: por derivação e por composição. No caso da derivação, esta se subdvide em prefixal, sufixal, parassintética, imprópria e regressiva. Quanto ao processo por composição, este pode ser por justaposição ou por aglutinação.

Além deles, há também os processos de abreviação, reduplicação, hibridismo, intensificação, combinação, siglagem, neologismo, aportuguesamento e lexia.

Conhecer esses transcursos de formação é importante para compreender melhor a semântica, ou seja, o sentido das palavras. No caso dos prefixos, por exemplo, saber o que significam pode auxiliar quando nos deparamos com um termo desconhecido e precisamos inferir qual seria seu sentido.

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Referências

CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.

 

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