Os vírus são conhecidos por serem agentes causadores de várias infecções. Entretanto, os chamados “vírus do bem” são utilizados no tratamento e cura de diversas doenças.
Entenda o que são vírus
Os vírus causam muitas doenças em todos os seres vivos, inclusive nas plantas. Mesmo não causando a morte das plantas, os vírus causam problemas no desenvolvimento, prejudicando o cultivo e os agricultores.
Os vírus se reproduzem no interior da célula viva e não possuem uma organização celular, causando doenças em seus hospedeiros. Fora das células, os vírus ficam inertes.
Os vírus são considerados por muitos cientistas agentes patogênicos e, por isso, não são seres vivos. Os vírus não fazem parte de nenhum dos cinco reinos e não possuem metabolismo próprio; no entanto, alguns pesquisadores os consideram seres vivos por apresentarem capacidade de replicação, hereditariedade e estarem sujeitos à evolução.
Vírus do bem?
Engane-se quem pensa que os vírus são apenas causadores de doenças. Eles também podem desempenhar um papel benéfico para os seres vivos. Esses tipos de vírus são criados em laboratórios com objetivo de combater infecções.
Eles se espalham por células específicas do corpo e eliminam os agentes patogênicos que estão presentes nelas.
As pesquisas com os vírus do bem estão crescendo a cada dia e esta nova tecnologia pode transformar o tratamento de várias doenças. A seguir, separamos algumas das utilizações dos vírus do bem.
Controle de pragas
Os vírus são muito utilizados nos controles de pragas, por exemplo. Na agricultura, os vírus são muito utilizados para combater as pragas que atacam as plantações, como, por exemplo, o Baculovírus Spodoptera.
Esse vírus é um potente bioinseticida que combate a lagarta do milho (Spodoptera frugiperda), levando a lagarta a óbito após a ingestão do milho que está com o bioinseticida.Esse tipo de ação desempenhada pelos vírus é chamado de controle biológico.
Terapia gênica
Um outro papel importante que os vírus desempenham é a terapia gênica.
A terapia gênica consiste na introdução de genes saudáveis no corpo para modificar ou substituir genes disfuncionais que causam malefícios a saúde. O primeiro ensaio clínico de terapia gênica bem-sucedido foi publicado nos Estados Unidos em 1990 em um paciente com erro inato do metabolismo.
A terapia gênica é aplicada em diferentes situações:
- Doenças hereditárias e raras;
- Câncer;
- Doenças multifatoriais.
Devido a resultados bastante positivos, o uso dos vírus como controle biológico e o uso da terapia gênica tem crescido bastante no Brasil.
Vantagens e desvantagens da terapia gênica
A utilização da terapia gênica possui vantagens e desvantagens. A vantagem é que vários distúrbios genéticos podem ser tratados com terapia gênica.
No entanto, há uma desvantagem: esse tratamento pode levar a alterações genéticas indesejadas que causam efeitos adversos ou até mesmo novas doenças.
Vírus Mosaico do fumo
O vírus mosaico do fumo (também conhecido como Tobacco mosaic virus, ou TMV) é um que atinge somente as plantas de tabaco. Entretanto, ele obtém resultados positivos quando usado em pesquisa científica, produção de vacinas e produção de nanopartículas.
No caso da pesquisa científica, ele atua como referência em pesquisas de genética e biologia molecular. Ele contamina uma grande variedade de plantas. Além disso, ele se desenvolve rápido em laboratório. Dessa forma, os cientistas têm uma compreensão melhor de que como é a comunicação entre as células.
Já na produção de vacinas, o mosaico do fumo é utilizado como um vetor na produção de proteínas específicas que serão fundamentais na produção de vacinas. Os cientistas utilizam essas proteínas em plantas de tabaco contaminadas pelo mosaico do fumo.
O mosaico do fumo também é usado na produção de nanopartículas, e por isso, pode ser utilizado de diversas maneiras. As nanopartículas produzidas com mosaico do fumo são aplicadas na medicina e na área eletrônica, por exemplo.
No caso do uso medicinal, as nanopartículas são usadas na produção de medicamentos e auxiliam no diagnóstico de diversas doenças.
Vírus da Granulose
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Referências
LINHARES, Sergio; GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Biologia Hoje 2. 3. Ed. São Paulo: Ática, 2016
