Figura icônica, considerada um dos maiores nomes da literatura brasileira, o mineiro Drummond de Andrade morou no Rio de Janeiro por vários anos, mas nunca deixou seu amor pela terra natal longe de seus versos.
Poeta, cronista, jornalista e funcionário público, o famoso escritor tem uma biografia muito interessante, principalmente quanto as suas obras e os seus feitos. Confira mais sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade, a seguir, no Gestão Educacional.
Quem foi Carlos Drummond de Andrade?
Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade de Itabira, Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902, sendo o nono filho do casal de fazendeiros Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade.
Embora não se conheça muito de seus primeiros anos de infância, é sabido que Carlos Drummond de Andrade partiu para estudar na capital de Minas Gerais, em 1910. Para completar de vez seus estudos, a partir de 1918 mudou-se para Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, ganhando prêmios em concursos literários. Posteriormente, acabou sendo expulso do Colégio Anchieta, por “insubordinação mental”, retornando à Belo Horizonte com a família, no ano de 1920.
Foi nesse ano que Carlos Drummond de Andrade teve sua primeira experiência como escritor de verdade, publicando seus primeiros trabalhos no jornal “Diário de Minas”, ocupando o cargo de redator-chefe alguns anos mais tarde. Além desse local, Drummond também trabalhou no “Estado de Minas”, no “Minas Gerais” e no “Diário da Tarde”.
Em 1925, o poeta se formou em Farmácia e ainda se casou com Dolores Dutra de Morais. É curioso dizer que a formação em Farmácia foi realizada por insistência da família e, por conta disso, Drummond nunca sequer exerceu essa profissão, pois dizia querer “preservar a saúde dos outros”.
Com alguns amigos – Emílio Moura e Gregoriano Canedo –, ele fundou “A Revista”, uma publicação que exaltava o Modernismo, porém durou somente três números. Mesmo assim, esse projeto foi considerado um importante veículo de afirmação do Modernismo no estado de Minas Gerais.
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Em 1928, nasceu sua filha, Maria Julieta Drummond de Andrade e, no mesmo ano, seu poema (que provocou escândalo e controvérsias, pelo aspecto modernista) foi publicado na Revista de Antropofagia, de São Paulo. Você, provavelmente, conhece qual é: “No Meio do Caminho”.
Em 1930, Drummond lançou seu primeiro livro, chamado de “Alguma Poesia”. Já que 1934, o escritor mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, pois iria trabalhar como funcionário público, no cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, o novo Ministro da Educação e colega de Drummond na época da faculdade.
Durante os anos, Carlos Drummond de Andrade colaborou com vários jornais cariocas. O cargo de funcionário público durou até 1945, quando ele resolveu sair e figurar como um dos editores de “Imprensa Popular” – um diário lançado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro). Entretanto, acabou afastando-se alguns meses depois, por discordâncias no âmbito político.
Drummond ainda trabalhou na Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tornando-se, mais tarde, chefe da Seção de História, na Divisão de Estudos e Tombamento.
Após 35 anos de serviço público, aposentou-se, em 1962, e faleceu no dia 17 de agosto de 1987, por conta de insuficiência respiratória. Ele já sofria com uma saúde mais debilitada, desde o final de 1986, quando teve um infarto. O que também afetou muito sua saúde foi acompanhar a doença e morte de sua única filha, vítima de câncer.
Principais obras de Carlos Drummond de Andrade
Até hoje, Carlos Drummond de Andrade é aclamado como o maior poeta brasileiro, principalmente pelo uso de versos livres e linguagem objetiva como características principais em suas obras.
Além de poemas, o autor escreveu livros em prosa e até alguns com temática infantil. Em suas obras, ele tratou de diversas questões, tais como a existência, o individualismo e o fazer poético – mas não somente isso: em uma fase mais social de sua vida, apresentou desejo de transformação e solidariedade em seus versos.
Em outra época, Carlos Drummond de Andrade passou pelo período da Guerra Fria, deixando claro, por meio de suas obras, a desesperança e a impotência frente a certas situações.
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Confira uma lista das principais obras do autor:
- Alguma Poesia (1930);
- Brejo das Almas (1934);
- Sentimento do Mundo (1940);
- A Rosa do Povo (1945);
- Contos de Aprendiz (1951);
- Passeios na Ilha (1952);
- Viola de Bolso (1952);
- Ciclo (1957);
- Lição de Coisas (1962);
- Antologia Poética (1962);
- Cadeira de Balanço (1966);
- Poemas (1971);
- As Impurezas do Branco (1973);
- A Visita (1977);
- Contos Plausíveis (1981);
- Amar se Aprende Amando (1985).
Uma curiosidade é que a importância de Carlos Drummond de Andrade para a cultura brasileira é tanta que existem muitas homenagens a ele espalhadas pelo Brasil. A mais conhecida está localizada na praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, com a estátua “O Pensador”.
No Rio Grande do Sul, mais especificamente na sua capital Porto Alegre, existe a estátua “Dois Poetas”.