Karl Emil Maximilian Weber foi um pensador, jurista, economista e filósofo alemão, considerado um dos fundadores da sociologia moderna e uma das mentes mais influentes do final do século XIX e século XX.
Desenvolveu uma vasta obra que transitava pelas áreas de história, direito, filosofia, economia e, sobretudo, sociologia, cuja importância influenciou as ciências sociais, contribuindo com teorias e metodologias ainda hoje utilizadas.
Início da carreira
Weber nasceu na cidade de Erfurt, então Reino da Prússia, em 1864. Mais velho de sete irmãos, foi, desde criança, estimulado pelos pais a seguir a carreira acadêmica (seu irmão Alfred também foi um famoso sociólogo e economista).
Iniciou os estudos em Direito, na Universidade de Heidelberg, em 1882. Em 1884, transferiu-se para a Universidade de Berlim, onde obteve o doutorado, em 1889. Já em 1893, casou-se com Marianne Schnitger, escritora que ficou responsável pela obra do marido após a morte dele.
Foi professor durante um bom tempo, lecionando Economia nas Universidades de Freiburg e Heidelberg. Profundamente abalado pela morte do pai, em 1897, entra em profunda depressão, da qual só só vai se recuperar em 1903, após longo tratamento. No mesmo ano, abandona a docência para se dedicar a uma revista chamada Arquivos de Ciências Sociais e Política Social, fundada juntamente com os amigos Edgar Jaffé e Werner Sombart.
Principais ideias
Individualismo metodológico
O centro do trabalho sociológico de Weber é o indivíduo. Ele argumenta que a sociologia deve buscar entender os motivos para as ações de cada sujeito social. Portanto, a sociedade, como um todo, é resultado das formas de relação entre seus sujeitos. Weber pensava a sociedade a partir do indivíduo.
Ao colocar a primazia no indivíduo, Weber se afasta do pensamento de Durkheim, pois este último acreditava que os fatos sociais se sobrepõem ao indivíduo.
Tipos ideais
Weber era um defensor do objetividade científica, embora reconhecesse ser praticamente impossível que um sociólogo fosse totalmente imparcial, uma vez que o sociólogo é parte do objeto estudado, ou seja, a sociedade.
Uma das grandes contribuições de Weber é o conceito de “tipo ideal”, no qual o autor estabelece um modelo abstrato para se aproximar de um objeto de estudo específico.
Ação social
A partir do indivíduo, busca construir uma análise sociológica com base nas relações e ações que esses indivíduos estabelecem. Para isso, ele desenvolve o conceito de “ação social’, ou seja, qualquer ação intencional realizada por um sujeito em um meio social e que se orienta a outro sujeito. Existem, na visão de Weber, quatro tipos de ação social:
- Ação social afetiva, motivada por emoções e sentimentos;
- Ação social tradicional, motivada por hábitos e costumes;
- Ação social racional movida por fins, motivada pela possibilidade de ganhar ou conseguir alguma coisa;
- Ação social racional movida por valores, motivada por crenças ou convicções.
Principais obras
Considerada a obra mais conhecida do autor, o livro “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” é o resultado da junção de dois artigos independentes, escritos entre 1904 e 1905. O objetivo do autor, neste livro, é entender como a ética protestante criou condições para que o capitalismo se desenvolvesse nos países onde essa vertente religiosa predominava.
Weber identifica uma preferência, pelos católicos, à uma educação humanista, enquanto os protestantes se voltavam para uma educação mais técnica. Além disso, a ética protestante, mais empírica, fez com que os sacramentos religiosos percam espaço gradualmente, abrindo caminho para a racionalização do mundo moderno, com a ciência se tornando o grande valor, acima do pensamento religioso.
Além desse livro, outras obras de destaque no trabalho de Weber são:
- A ciência como vocação (1917);
- A política como vocação (1919);
- Economia e Sociedade (obra póstuma, lançada por sua esposa, em 1920).
Curiosidades
Weber era uma figura tão influente no meio intelectual alemão a ponto de ser convidado a participar da delegação que discutiu os termos do Tratado de Versalhes (tratado de paz que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial), em 1919. Também, atuou como conselheiro na redação da Constituição da República de Weimar.
Morte
Weber faleceu em 1920, na cidade de Munique, vítima da gripe espanhola, deixando vários manuscritos inacabados, que foram organizados e publicados posteriormente por sua esposa. Entre eles, estavam os textos que formariam “Economia e Sociedade”, outra de suas principais obras, publicada em 1922.