Literatura Brasileira: Fases, Escolas e Principais Autores

Os primeiros indícios de literatura brasileira não são bem de fato literários, já que começaram com os primeiros registros da chegada dos europeus às nossas terras. Demorou um tempo até que a literatura pudesse ser considerada brasileira de fato, isto porque, durante muito tempo, houve influencia portuguesa nos registros feitos. Diante disso, existe uma divisão na literatura nacional entre a Era Colonial e a Era Nacional, leia mais abaixo.

Era Colonial

A era colonial foi o início da literatura brasileira, tendo começado em 1500 e se estendido até 1808. Obviamente, possui este nome porque o Brasil, durante esse período, era colônia portuguesa. Veja, abaixo, quais são as escolas que fizeram parte desta época.

QuinhentismoLiteratura Brasileira: Fases, Escolas e Principais Autores

Esse momento foi composto de textos que mostravam o Brasil como uma nova terra a ser conquistada, tendo conjuntos literários sobre a informação e a literatura dos jesuítas. A obra desse período mais conhecida é a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita no ano de 1500, a qual relata características das terras brasileiras para o então rei de Portugal.

Outro escritor que merece destaque, nessa época, é Padre José de Anchieta, com a sua Literatura Jesuíta ou de Catequese, contemplando autos, hinos, poemas, sermões e cartas com o objetivo de catequizar os índios nativos.

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Barroco

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Período que começa em 1601 e termina em 1768, iniciado com Prosopopeia, poema de Bento Teixeira. Essa escola teve fundação na Bahia, no contexto histórico da economia do açúcar no Brasil.

Há dois estilos literários que compõem o Barroco:

  • Cultismo: linguagem mais refinada e com vários jogos de palavras;
  • Conceptismo: jogo de ideias com mais conceitos estabelecidos.

Estas obras são marcadas pela angústia e pelo conflito entre o mundo carnal (antropocentrismo) e o espiritual (teocentrismo), repletas de metáforas, antíteses e hipérboles.

O período acaba com a fundação da Arcádia Ultramarina – uma sociedade brasileira de literatura -, na cidade de Vila Rica, Minas Gerais. O maior representante dessa época foi Gregório de Matos – chamado também de “Boca de Inferno” -, além de Padre Antônio Vieira, famoso pelos seus Sermões.

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Arcadismo ou Neoclassicismo

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O Arcadismo acontece entre 1768 a 1808, representado pela fase final da era colonial, tendo os seus principais autores diretamente ligados ao movimento da Inconfidência Mineira.

O contexto histórico que marca esse período foi a exploração de ouro e das pedras preciosas no Brasil, além da importância da cidade de Vila Rica – que hoje é Ouro Preto. A burguesia estava em alta, assim como seus valores, influenciando diretamente nas obras do período com características como a objetividade e racionalidade em primeiro lugar.

Em suma, essa escola tem como principais características o bucolismo, a simplicidade e exaltação da natureza, sendo lembrada por Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa e Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

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Momento de Transição

Este período dura de 1808 a 1836, sendo estático na literatura brasileira, marcado pela chegada da Missão Artística Francesa no ano de 1816, que foi contratado por Dom João IV.

Era Nacional

Esta era inicia no ano de 1836 e perdura até hoje, tendo o seu estopim com o Romantismo e indo até o Pós-Modernismo. Ela tem esse nome porque aconteceu depois da declaração de Independência do Brasilno ano de 1822, gerando, assim, a característica marcante do nacionalismo.

Romantismo

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Esse é conhecido como o primeiro movimento exclusivamente brasileiro, que começa no ano de 1836 com Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves Magalhães, e vai até 1881, quando nomes brasileiros marcantes, como Machado de Assis e Aluísio de Azevedo, dão início ao Realismo/Naturalismo.

Essa fase possui como pano de fundo a chegada da família real portuguesa às terras brasileiras, no ano de 1808, o que modernizou o território e deu características marcantes ao movimento, como: individualismo, nacionalismo, idealização da mulher, indianismo e valor à liberdade.

Esse período do Romantismo no Brasil é comumente dividido em três fases:

  • Primeira fase: nacionalismo como destaque, no qual o índio é um herói nacional – os principais nomes dessa fase são José de Alencar, com O Guarani, e Gonçalves Dias, com Primeiros Cantos;
  • Segunda fase: temas ligados ao pessimismo e egocentrismo, tendo como nomes de destaque Álvares de Azevedo, autor de Noite na Taverna, e Casimiro de Abreu, com Meus Oito Anos;
  • Terceira fase: liberdade como principal característica, tendo nomes de destaque, como Castro Alves, autor de O Navio Negreiro, e Sousândrade, com O Guesa.

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Realismo

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O Realismo inicia no Brasil com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, porém é importante destacar nomes como Raul Pompeia, autor de O Ateneu, e Visconde de Taunay, com Inocência.

Esse é o momento em que os escritores decidem falar sobre as realidades da sociedade brasileira, focando na situação socioeconômica e dos principais problemas que circundavam a população daquele tempo.

As principais características destas obras são: crítica à sociedade, linguagem popular, objetividade, problemas psicológicos, demonstração de cenas cotidianas, personagens reais e ironia.

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Naturalismo

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O Naturalismo surgiu no território brasileiro em 1881, quando a obra O Mulato, de Aluísio de Azevedo, foi publicada. Ele surgiu em conjunto com o realismo, porém tem características marcantes, como: linguagem coloquial, realismo exagerado, personagens patológicos, sensualidade e erotismo desvelado.

Um ótimo exemplo que define esse movimento é O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, o qual conta a história do homônimo casarão onde várias pessoas convivem com seus problemas, enfrentando a realidade da época.

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Parnasianismo

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O parnasianismo começou com Fanfarras, obra de Teófilo Dias, no ano de 1882, que surgiu paralelamente às duas escolas citadas anteriormente, mas é vista de forma independente.

O tema central era “a arte pela arte”, no qual se queria mostrar a realidade das coisas, mas com foco em formas, métricas, rimas e versos, ou seja, havia um padrão fixo para se escrever sonetos, uma leve retomada do clássico.

Os principais nomes dessa escola são Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, chamados também da Tríade Parnasiana. Os escritores desse estilo eram muito criticados por não realizarem uma crítica à sociedade, apenas preocupados com a estética da escrita.

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Simbolismo

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Essa fase começa com Missal e Broquéis, escrita por João da Cruz e Souza, em 1893, sendo marcada pelo uso de uma linguagem abstrata, composta por misticismos, religiosidade e valorização da morte, dos sonhos e da metafísica, ou seja havia a vontade dos escritores de compreender a alma humana.

Os principais nomes desse movimento foram Alphonsus de Guimarães, com Ismália, e Augusto dos Anjos, com Sete Tons de uma Poesia Maior.

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Pré-Modernismo

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Classificado como uma fase de transição entre o simbolismo e o modernismo, o pré-modernismo aconteceu no início do século XX. É possível verificar características como a ruptura do clássico, o uso de linguagem coloquial e regional e os temas brasileiros abordados.

Nomes que se destacam durante este período são Monteiro Lobato, com Reinações de Narizinho, Lima Barreto, com O Triste Fim de Policarpo Quaresma, e Augusto dos Anjos, com Eu e Outras Poesias.

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Modernismo

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O movimento inicia com a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, onde vários representantes da escola realizam esse encontro para disseminar um novo estilo na escrita, nas pinturas, enfim, na arte no Brasil.

O movimento foi inspirado nas vanguardas artísticas europeias, nas quais havia o desejo de se distanciar do tradicional, focando principalmente na liberdade estética e experimentação de diferentes formas artísticas.

O movimento é dividido em três etapas:

  • Fase heroica;
  • Fase de consolidação;
  • Fase pós-moderna.

O Modernismo tem como principais características uso do humor, temas do cotidiano brasileiro, nacionalismo e linguagem direta. Os principais nomes dessa literatura no Brasil são Mario de Andrade, com Macunaíma, Oswald de Andrade, com Pau-Brasil, Manuel Bandeira, com Estrela da Manhã, Rachel de Queiroz, com O Quinze, e Cassiano Ricardo, com A Face Perdida.

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Pós-Modernismo ou literatura contemporânea

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Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a arte brasileira acaba passando por uma grande transformação, na qual várias outras formas de produção acometem todo o tipo de arte no Brasil.

O período é marcado por variedade de estilos, individualismo, regionalismo, ausência de valores, misticismo e liberdade de expressão. Os nomes marcantes dessa época são Guimarães Rosa, com Grande Sertão Veredas, Clarice Lispector, com A Hora da Estrela, e Nelson Rodrigues, com Asfalto Selvagem.

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