Barão do Rio Branco – Quem foi? Biografia e Principais Feitos

José Maria da Silva Paranhos Júnior, conhecido como Barão do Rio Branco, foi um advogado, diplomata, geógrafo e historiador brasileiro. Seu pai foi o Visconde de Ouro Preto, figura importante na política e diplomacia brasileira.

É considerado o patrono da diplomacia no Brasil, sendo uma das figuras mais importantes da história do país, por sua participação na formação das fronteiras nacionais.

Barão do Rio Branco

Nascimento

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1845, filho de Teresa de Figueiredo Faria e José Maria da Silva Paranhos, o Visconde de Ouro Preto. Desde criança, estava habituado a conviver com figuras importantes da história nacional, despertando seu interesse em assuntos políticos, jurídicos e administrativos.

Muito dedicado aos estudos, formou-se em Direito em 1866, pela Faculdade de Direito do Recife.

Carreira de Barão do Rio Branco

Após concluir os estudos, iniciou uma carreira meteórica. Foi nomeado como Promotor Público em 1868, pela comarca de Nova Friburgo, e eleito deputado geral pelo Partido Conservador, no ano seguinte.

Em 1872, foi um dos fundadores do periódico “Nação”, e, em 1876, torna-se Cônsul Geral do Brasil, na cidade de Liverpool, dividindo seu tempo entre a cidade inglesa e Paris, onde vivia sua esposa, a atriz belga Marie Stevens. Também, ocupou, em Paris, o cargo de Superintendente de Imigração para o Brasil.

Título de BarãoBarão do Rio Branco

Por conta dos serviços prestados, em 1884, passa a fazer parte do conselho privado do imperador, e, em 1888, recebe da Princesa Isabel, então princesa regente do Brasil, o título de Barão do Rio Branco.

Questões internacionais

A grande contribuição de Barão do Rio Branco na história do Brasil é sua participação em três disputas diplomáticas que ajudaram a definir as fronteiras do país no final do século XIX. O mapa atual do Brasil se deve, em grande parte, ao seu trabalho

A questão de Palmas

Em 1889, Brasil e Argentina concordaram em resolver diplomaticamente uma questão fronteiriça, na qual os argentinos reivindicavam a posse de parte dos atuais estados de Santa Catarina e Paraná, com base nos termos do Tratado de Madri, assinado em 1750.

A defesa da causa brasileira ficou a cargo de José Maria Paranhos, que apresentou uma extensa documentação ao presidente norte americano Grover Cleveland, responsável pela arbitragem. A decisão, proferida em 1895, foi favorável ao Brasil.

Amapá

Desde o século XVIII, Brasil e França viviam em disputa pelos territórios às margens do Rio Oiapoque. A disputa era travada, ora no campo militar, ora no campo da diplomacia. Após a Proclamação da República, em 1889, o país se esforçou para resolver a questão fronteiriça com a França de forma definitiva, apelando, mais uma vez, para a mediação de uma corte internacional.

Em 1897, um acordo entre as partes foi assinado, designando a Suíça como tribunal arbitral. Novamente, o barão foi escolhido para defender a causa brasileira, o que fez brilhantemente, apresentando vasta documentação que comprovava a posse da terra. Dessa forma, no dia 1 de dezembro de 1900, o Brasil foi declarado vencedor da disputa, com o território do Amapá sendo incorporado de forma definitiva ao país.

Acre

O sucesso nessas questões fez com que José Maria Paranhos fosse nomeado, ainda em 1902, Ministro das Relações Exteriores, cargo que exerceu até o fim da vida. À frente do ministério, negociou com Bolívia e Peru a posse do território do Acre.

A região já era habitada, em sua maioria, por brasileiros, desde 1852, que para lá migraram por conta do ciclo da borracha. Após tensas negociações e ameaças de invasão de ambas as partes, Brasil e Bolívia chegaram a um acordo que incluía, em troca do território, um pagamento de, aproximadamente, 2 milhões de libras, cessão de uma pequena parte do atual estado de Rondônia, e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

O barão ocupou o Ministério das Relações Exteriores até seus últimos dias. Morreu em 10 de fevereiro de 1912, aos 66 anos.

Barão do Rio Branco

Curiosidades

O Barão do Rio Branco já foi tema de filme, estampou a nota de 1.000 cruzeiros, o verso da moeda de 50 centavos, está presente como nome de cidades e avenidas em todo o Brasil (a capital do Acre, Rio Branco, recebeu esse nome em sua em sua homenagem), e também foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico e membro da Academia Brasileira de Letras.

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