A origem do termo “Positivismo” é atribuída ao francês Auguste Comte, nascido em 19 de janeiro de 1798. Esse filósofo é conhecido como o fundador da Sociologia e o maior representante do positivismo.
O autor era formado em noções de matemática e frequentou, por exemplo, a École Polytechnique de Paris, a qual exerceu forte influência sobre seu pensamento. Para Comte, só existiria ciência no caso de os fenômenos permitirem, a partir da observação das relações e de suas manifestações, antever os desdobramentos futuros.
Em outros termos, a constância ou a regularidade dos fenômenos constatados leva à possibilidade de generalizar a partir deles, formulando leis positivas.
O que foi o Positivismo?
De um modo geral, o positivismo foi um movimento filosófico presente intensamente no século XIX. Teve como principal característica a romantização da Ciência, pois acreditava-se que essa poderia ser considerada a única referência para a vida individual e social do ser humano.
Sabemos que o termo positivismo deriva do latim positum e, portanto, refere-se àquilo que está posto, que existe na realidade, que pode ser observado e experimentado.
Desse modo, o movimento é uma crítica a qualquer tentativa de filosofia metafísica, ou seja, uma filosofia que busca a essência imaterial das coisas pela ação da razão.
Em outras palavras, para os positivistas, só pode existir conhecimento verdadeiro sobre o mundo material, pois o que não pode ser experimentado não existe ou não pode ser conhecido.
Lei dos Três Estados
Conte apresentou a Lei dos Três Estado, também denominada por ele como sendo “a minha grande lei”. A partir desse pensamento, o filósofo argumentava que a humanidade tinha vivenciado três estágios durante toda a sua presença no mundo.
De um modo resumido, pode-se entender que o ponto chave dessa ideia é que cada um desses estágios é melhor do que o outro, em termos de evolução, de progresso etc. Esses três estágios, ordenados do menor para o maior, em termos de desenvolvimento, são denominados: Teológico, Metafísico e Positivo.
No primeiro estágio, a realidade é explicada a partir da ideia de entidades sobrenaturais, em que os deuses são a causa de todos os fenômenos.
No segundo estágio, está presente uma espécie de hibridismo entre o estado Teológico e o Positivo, pois os deuses são trocados por entidades abstratas, tais como, essência e substância.
Finalmente, o terceiro estágio é considerado como o ápice do conhecimento humano, uma vez que as leis dos fenômenos presentes em nosso dia a dia são descobertas a partir de um método baseado apenas na observação e experimentação.
Enfatiza-se que todos esses três estágios, na perspectiva do pensador, são essenciais para a evolução da humanidade.
Positivismo no Brasil
Este movimento filosófico se espalhou por todo o mundo e também desembarcou no Brasil, principalmente, na passagem do século XIX para o XX. Benjamim Constant, por exemplo, foi um dos mais influentes pensadores brasileiros contaminados pelos ideais positivistas.
Acredita-se que a influência do positivismo no Brasil foi enorme. Basta lembrar, por exemplo, a constante referência ao lema da bandeira nacional, “Ordem e Progresso”. Essa frase releva a concepção de que somente pela ordem é possível alcançar o progresso tão desejável na vida material e na sociedade. Além disso, a ordem é conquistada pelo conhecimento científico, um pensamento racional, a partir das relações de causa e efeito.
Críticas ao positivismo
Uma das críticas ao pensamento positivista foi elaborada pelo Físico Thomas Kuhn, nascido em 1922, na cidade de Cincinnati, Estados Unidos. Uma de suas principais ideias está apresentada no livro A Estrutura das Revoluções Científicas que, em poucas palavras, consiste na percepção de que a ciência nem sempre pode ser considerada um acúmulo crescente e racional de informações que de uma maneira linear vai levando ao progresso.
Ao contrário desse movimento, Kuhn usa diversos exemplos históricos na ciência para trazer à tona um conceito singular, capaz de problematizar a ideia de desenvolvimento científico: a noção de paradigma.
Para Thomas Kuhn, a ciência tem como base a criação e o abandono de paradigmas, que pode ser compreendido como modelos consensuais adotados pela comunidade científica de uma época. Então, para Kuhn, como a ciência funciona?
O primeiro passo consiste na consolidação de paradigmas a partir dos quais o conhecimento vai sendo elaborado pelos cientistas. Porém, existem instantes singulares em que os paradigmas são questionados pela comunidade científica, fazendo com que a ciência mergulhe em momentos de crise.
Caso não seja resolvido esses impasses, surge o que Thomas Kuhn denomina de revolução científica. Em outras palavras, emerge novos paradigmas que nortearão o desenvolvimento da ciência.
Essa posição de Kuhn é uma crítica à ideia positiva da ciência entendida simplesmente como um acúmulo gradual de conhecimento ao longo do tempo.