Páscoa é uma data religiosa que comemora, dentro da religião cristã, a ressurreição de Cristo, ocorrida três dias depois de sua crucificação. É uma das datas mais importantes, tanto na tradição cristã quanto na judaica, e costuma ser comemorada entre os dias 22 de março e 25 de abril.
Origem no judaísmo
A palavra páscoa vem do hebraico pessach, que pode ser traduzida como “passagem”. O termo dá nome à celebração em que os hebreus comemoram o Êxodo, a libertação do povo hebreu após um longo período de escravidão no Antigo Egito.
Ao longo do tempo, a celebração da páscoa foi sendo modificada, até chegar aos rituais atuais. A data tem uma importância ímpar dentro do judaísmo, pois foi esse evento um dos responsáveis pela preservação dos laços culturais das comunidades judaicas nos diversos locais por onde viveram.
A data nas tradições judaica e cristã
A data em que a páscoa é comemorada é diferente nas tradições judaica e cristã. A data judaica foi instituída na época de Moisés, e ocorre 163 dias após o início do ano judeu (em 2019, será no dia 19 de abril).
Já no caso da tradição cristã, a data segue o Concílio de Nicéia que, em 325 d.C., estabeleceu que a páscoa devia acontecer no primeiro domingo após a lua cheia, que ocorre após o equinócio da primavera, em 21 de março. Como o aparecimento da lua cheia não ocorre em datas exatas, a data da páscoa sempre muda de um ano para outro. As datas de Carnaval, Quaresma, Sexta-Feira Santa e Corpus Christi são diretamente definidas pela data da Páscoa.
A Igreja Ortodoxa, por sua vez, segue o calendário Juliano, criado por Júlio César em 46a.C., enquanto a Igreja Católica segue o calendário Gregoriano, nomeado pelo papa Gregório XIII, que, em 1582, determinou uma série de correções ao calendário antigo. Essas modificações também causam disparidades entre as datas comemoradas por elas.
Páscoa cristã
Os primeiros cristãos eram judeus, e celebravam a páscoa conforme os costumes judaicos. À medida que o cristianismo começou a se expandir, sobretudo dentro do Império Romano, o costume foi sendo modificado. Na tradição cristã, a data celebra a ressurreição de cristo, ocorrida três dias após sua crucificação.
As comemorações começam 40 dias antes da páscoa, a chamada Quaresma, que, entre outras coisas, relembra os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar a pregar. O domingo anterior ao domingo de páscoa é chamado de Domingo de Ramos, que relembra a entrada de Jesus em Jerusalém e dá início à Semana Santa.
Existem diferenças na forma como a páscoa é celebrada pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e demais correntes cristãs. Por exemplo, luteranos e anglicanos só celebram a Sexta-Feira Santa e o Domingo de Páscoa, enquanto as demais correntes protestantes celebram apenas o domingo. As Testemunhas de Jeová, por sua vez, usam a data para relembrar a morte de Cristo, e não sua ressurreição.
Diferenças entre as páscoas cristã e judaica
Além dos motivos, a diferenciação entre as duas religiões se dá, também, pela forma como as celebrações acontecem. Os católicos iniciam as comemorações na Quaresma, na qual é proibido ingerir carne vermelha, 40 dias antes da Páscoa, passando pelo Domingo de Ramos, que dá início à Semana Santa, até chegar ao Domingo de Páscoa.
Na tradição judaica, costuma ser realizado um jantar especial chamado Sêder de Pessach, duas noites antes da páscoa (em Israel costuma ser uma noite), no qual é narrada a história do Êxodo do Egito. Para esse jantar, todos os alimentos fermentados devem ser retirados da casa. Depois do pessach vem o Chag Matzot, sete dias de comemoração em que se come o Matzá, um tipo de pão sem fermento.
Páscoa como data comercial
Embora seja uma data religiosa, sendo considerada feriado nacional em vários países, a Páscoa tornou-se muito importante também para o comércio. No Brasil, ela vem movimentando o comércio ano após ano, com as vendas de peixe (principalmente o bacalhau), frutas e ovos de páscoa. Por ser um feriado nacional, também movimenta o setor de turismo, pois muitas pessoas aproveitam a folga extra para viajar.
Dessa forma, nos países católicos, cada vez mais a páscoa vem perdendo seu sentido religioso, distanciando-se de suas origens e seus símbolos e confundindo-se com uma data meramente comercial.
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