O casamento é uma das instituições mais antigas da humanidade e faz parte de várias civilizações, povos e culturas, podendo variar dependendo das crenças e dos costumes.
É curioso justamente como o casamento era visto e acertado antigamente, por vezes sem o consentimento dos noivos ou da noiva, em uma decisão mais entre os pais e o envolvimento de dotes e outros acertos. Hoje em dia, isso é considerado descabido na maioria dos países, pois a decisão é feita a partir do desejo e da vontade dos indivíduos.
Ainda assim, tal tradição é considerada um rito de passagem muito importante tanto para o homem quanto para a mulher, ainda que muitas pessoas tenham adiado ou até desistido de realizar o “sonho de se casar”. Neste artigo, você entenderá melhor sobre o casamento, a sua formação e transformações ao longo da história, bem como alguns exemplos de casamentos em diversas religiões.
O que é o casamento?
Ainda que esteja atrelado ao Cristianismo, o casamento é uma instituição muito comum em várias sociedades e religiões. Isso porque, no passado, era fundamental criar ambientes seguros para que se pudesse viver, procriar e perpetuar a espécie, além de um sistema de regras e normas para tratar sobre a concessão de direitos de propriedade.
O casamento era importante para resolver tais questões, tanto que o seu termo era muito usado no sentido de efetivar um contrato, uma formalidade ou uma cerimônia que celebrasse a união conjugal legítima entre o homem e a mulher.
A palavra casamento reúne o termo “casar”, que quer dizer “juntar, unir”, com a terminação “mento”. Na Língua Portuguesa, o termo casamento é um substantivo masculino, cujo significado indica, conforme o dicionário Aurélio: “ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil”.
Hoje em dia, como se sabe, o mundo se tornou muito mais plural e com maior diversidade cultural, sexual e religiosa. Sendo assim, é possível ampliar o significado do termo “casamento”, para que se possa considerar também a união estável, aceita pela legislação brasileira. Esta trata-se de uma união que pode ser legal ou não, religiosa ou não, entre sexos opostos ou não. O que vale é o objetivo de que as duas pessoas possam conviver diariamente sob o mesmo teto e desenvolvam entre si uma relação amorosa.
Formação e evolução do casamento
No texto História do casamento, a autora Gley P. Costa afirma que, na Idade Antiga, o casamento não era em lugar público, mas sim dentro das casas. Não havia ainda rituais definidos e cada família acreditava em deuses distintos.
Posteriormente, o casamento ganhou algumas regras e, basicamente, ocorria a partir de um “acordo formal entre o noivo e o pai da noiva, que incluía o pagamento de um dote por parte do pai”. Nesse caso, a cerimônia transcorria em um cortejo noturno, no qual familiares e amigos acompanhavam de uma casa a outra, a pé ou a cavalo. Isso oferecia publicidade ao casório e quem participava era considerado testemunha.
E apesar de estar ligado à religião cristã, o casamento só foi acrescido como um dos sacramentos na Idade Média, após o Concílio de Florença, de 1439. Até então, haviam apenas seis sacramentos e o casamento não fazia parte. A partir daí, a cerimônia ganhou importância e se tornou indissolúvel, isto é, “aquilo que Deus une, o homem não separa”. Consequentemente, a poligamia e o concubinato foram proibidos, além da infidelidade se tornar pecado. O amor ficava em segundo plano nesse contexto, pois era relevante ser fiel e ter filhos em comum.
Somente a partir do século XVIII começa a surgir um casamento mais igualitário, tendo como base o afeto mútuo e a compatibilidade sexual. O prazer que antes era reprimido passou aos poucos a ser menos criticado.
As mudanças na sociedade, como a Revolução Industrial e o capitalismo, ajudaram a colocar a mulher no mercado de trabalho, deixando que ela fosse propriedade familiar e ter missão meramente reprodutora, passando a também ser produtora.
Esse cenário vai contribuir para a sua libertação, que, no entanto, começa a acontecer de fato apenas no final do século XX e início do século XXI, quando a mulher passa a conquistar cada vez mais espaço na sociedade. Por outro lado, o casamento teve a sua importância diminuída e hoje está mais ligado em afeto, amor e vontade do casal, muito distante de acordo formal, contratos e dotes.
Exemplos de casamentos
Cada religião tem alguma característica distinta em relação ao casamento. Na igreja católica, por exemplo, raramente os casamentos são feitos fora da igreja. É necessário também que os noivos tenham certidão de batismo. Nas igrejas católicas ortodoxas, o casal recebe uma coroa na cabeça, evidenciando a importância desse sacramento.
No judaísmo, as cerimônias não podem ocorrer aos sábados, nem em datas religiosas. Uma curiosidade é que os noivos tomam uma taça de vinho na cerimônia, que depois é esmagada com os pés, ao mesmo tempo em que os convidados desejam felicidades ao casal. Esse ato representa o rompimento com o passado e a abertura de um novo futuro.
Na religião budista, os noivos se ajoelham em frente a um móvel que deve conter o pergaminho sagrado. Quem conduz a cerimônia deve ler um trecho do Sutra de Lótus, que contém as palavras de Buda. Noivos e convidados rezam em voz alta. Em seguida, o casal bebe três goles de chá ou de uma espécie de champanhe.
No candomblé, as roupas são espelhadas nas cores do santo de preferência, ou mesmo de branco. A cerimônia é realizada em idioma africano pela mãe de santo. Antes do casamento, o casal toma um banho de ervas para purificar a alma.
A curiosidade do casamento hindu é que a mulher oferece mel e iogurte ao marido, em sinal de doçura e pureza. Os dois também se presenteiam com um tipo de colar.
Nas igrejas de origem evangélica, uma característica comum a algumas cerimônias é a ocorrência da ceia, em que o casal toma vinho e come pão, em uma lembrança à Última Ceia de Jesus.