A língua portuguesa, assim como todas as outras línguas do mundo, é articulada. Isso significa dizer que os enunciados que os falantes criam não são uma coisa só, indivisível, mas sim que eles podem ser desmembrados em unidades menores.
Nesse sentido, uma oração é um conjunto de palavras, uma palavra é um conjunto de morfemas e os morfemas são um conjunto de sons. Nesse senti, há áreas na linguística responsáveis pelo estudo de cada uma dessas relações.
Neste artigo, trataremos do estudo da combinação de palavras para a formação de unidades maiores: frases, orações e sentenças. Trataremos, portanto, da sintaxe!
[VEJA TAMBÉM: O QUE É SEMÂNTICA?]
O que é sintaxe?
A sintaxe é uma disciplina da linguística responsável por estudar a combinação de palavras em sintagmas e a combinação de sintagmas em sentenças. Trata, portanto, da construção de frases, orações e períodos.
Frase, oração e período: entenda a diferença
Diferente do que geralmente se pensa, frase, oração e período não são a mesma coisa. É importante compreender a diferença antes de prosseguirmos.
Frase
É composta por uma ou mais palavras com sentido completo, não sendo obrigatória a presença de um verbo.
- Exemplo: Fogo!
Pronunciado diante de uma casa pegando fogo, seu sentido é facilmente compreendido.
Oração
É a frase que se biparte em sujeito e predicado, podendo, às vezes, faltar o sujeito. É imprescindível a presença do verbo, que atua como núcleo da oração.
- Exemplo: O homem | é alto.
Período: É a frase formada de duas ou mais orações. Divide-se em coordenados (com as orações sendo independentes uma das outras) e subordinados (com as orações sendo dependentes uma das outras).
- Exemplo de coordenado: Marina cumprimentou os convidados | e saiu logo em seguida;
- Exemplo de subordinado: Marina não gostava | de que lhe virassem as costas.
[VEJA TAMBÉM: TIPOS DE PREDICADO]
Termos essenciais da oração
Os termos essenciais da oração são dois: o sujeito e o predicado.
O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Já o predicado é aquilo que se fala sobre o sujeito. Por exemplo:
- Miguel | viajou para a África do Sul.
- Sujeito: Miguel;
- Predicado: Viajou para a África do sul.
Por mais que sejam termos obrigatórios, tanto o sujeito quanto o predicado podem não estar explícitos. Observe os exemplos:
- Andei quatro quilômetros hoje.
- Boa pessoa, o Gabriel…
Em 1, o sujeito, apesar de não explícito, pode ser facilmente identificado pela flexão do verbo: Eu andei. Esse tipo de sujeito é chamado oculto.
Já em 2, o predicado não conta com o verbo “é” materialmente expresso.
Orações cujos termos essenciais estão implícitos são chamadas elípticas.
[VEJA TAMBÉM: O QUE É PRAGMÁTICA?]
Termos integrantes da oração
Os termos integrantes também se dividem em dois: complementos nominais e complementos verbais.
Termos integrantes são tipos de palavras que completam o sentido de substantivos, adjetivos, verbos e advérbios.
Complemento nominal
Os complementos nominais são palavras que se ligam a substantivos, adjetivos e advérbios por meio de preposições. Eles integram o sentido da palavra a que se ligam.
Veja alguns exemplos:
- Eu detesto o barulho da cuíca;
- Ninguém suporta a presença dele;
- Ele nunca se esqueceu daquela conversa com o pai.
Os termos destacados integraram o sentido dos substantivos com que se relacionaram.
Complemento verbal
Os complementos verbais completam o sentido de verbos transitivos. Verbos transitivos são aqueles que não possuem sentido completo, exigindo alguma informação a mais.
Os principais complementos verbais são, resumidamente, os seguintes:
- Objeto direto: completa o sentido de um verbo transitivo direto. Verbos transitivos diretos são aqueles que não exigem preposição. O complemento, portanto, vem logo a seguir, sem preposição. Exemplo: Prendam-no! Ele roubou minha bolsa!
Em alguns casos, porém, um verbo transitivo direto pode vir seguido de preposição. Nesses casos, são chamados objetos diretos preposicionados. Exemplo: Ele bebeu do vinho e comeu do pão.
- Objeto indireto: completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Verbos transitivos indiretos são aqueles que exigem preposição. O verbo vem, obrigatoriamente, seguido de uma preposição. Exemplo: Ele passou o dia tentando lembrar da infância.
Termos acessórios da oração
Termos acessórios são aqueles que, apesar de fundamentais para o entendimento da oração, não são essenciais na estrutura básica dela.
Os termos acessórios da oração são os seguintes:
- Adjunto adnominal: termos, de valor adjetivo, que se juntam ao núcleo substantivo para acrescentar-lhe uma informação nova, especificando ou delimitando seu significado. Pode ser expresso por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos ou numerais adjetivos.
Exemplo: Minha filha é uma criança feliz.
- Adjunto adverbial: são termos, de valor adverbial, que acompanham o verbo, acrescentando-lhe particularidades, indicando uma circunstância. Pode ser expresso por advérbios, locuções, expressões ou orações adverbiais.
Exemplo: O conquistador atacou ferozmente a cidade.
- Aposto: são termos de caráter nominal que se juntam imediatamente a substantivos ou pronomes com o propósito de esclarecer ou individualizar o significado do termo a que se juntam. Geralmente, fica entre vírgulas, mas também pode aparecer sem vírgula alguma. Veja os exemplos:
Exemplo: Paulo Leminski, grande poeta curitibano, nasceu em…
Exemplo: O poeta Paulo Leminski nasceu em…
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Exercícios Resolvidos
1) A alternativa que não possui um adjunto adverbial é:
a) A criança tomou toda a sopa.
b) Arrume suas coisas: partiremos de madrugada.
c) Comprei uma rosa sem espinhos.
d) Você passou longe da resposta.
2) Divida as sentenças abaixo em sujeito e predicado.
a) A menina de olhos castanhos só gosta de ler livros de fantasia.
b) Eu nunca vi alguém gostar tanto de festas.
c) Debaixo da cama, o gato dorme.
RESPOSTAS
1) C
2)
a) Sujeito: A menina de olhos castanhos | Predicado: todo o resto
b) Sujeito: Eu | Predicado: todo o resto.
c) Sujeito: O gato | Predicado: dorme / debaixo da cama.