Victor Hugo foi um dos maiores escritores, poetas e dramaturgos franceses. Além de destacar-se pela literatura, teve grande influência na política francesa da época.
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Nascimento e primeiros anos
Victor-Marie Hugo, mais conhecido como Victor Hugo, nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançon, Departamento de Doubs, França. Foi o terceiro filho do Conde de Singuenza, Joseph Hugo, major e posteriormente general, e Sophie Trébuchet.
Devido à posição do pai, mudou-se frequentemente, passando pela Itália e pela Espanha. Por conta dessa vida agitada, Sophie, mãe de Victor Hugo, separou-se do marido, em 1803, fixando-se em Paris, com o filho.
Com a mãe, teve uma educação católica e monarquista, que refletiu nas suas primeiras poesias. E Victor Hugo tornou-se poeta ainda jovem, recebendo, em 1817, aos quinze anos, um prêmio da Academia Francesa por uma de suas poesias.
Em 1819, ganha o Lírio de Ouro, maior prêmio da Academia e Jogos Florais de Toulouse, por uma ode composta por ele.
Ainda em 1819, funda, com os irmãos, a revista “Conservador Literário”, na qual publica uma série de artigos tratando de temas que iam desde literatura e arte até política.
Juventude
Na juventude, passou a se relacionar em segredo com Adèle Founcher, mas sua mãe era contra o relacionamento. O casal esperou até a morte de Sophie, em 1822, para então se casarem. Passam a morar com o pai de Adèle, até 1924.
O primeiro filho do casal, Léopold, nasceu em 1823, mas este morreu ainda na infância. Nos anos seguintes, entretanto, tiveram outros quatro filhos, dois deles morrendo muito jovens, incluindo sua filha mais velha, Léopoldine, de quem o poeta era mais próximo. À memória dela, Victor Hugo escreveu uma série de poesias dedicadas à filha, de quem o poeta nunca superou a morte.
Seu primeiro romance é publicado ainda em 1823, de título Han de Islândia. Em 1929, publica um de seus mais aclamados romances: O último dia de um condenado, obra que reflete seus ideais assumidamente liberais, defendendo o fim da pena de morte.
As amantes
Entre 1830 e 1840, Victor Hugo publica uma série de peças teatrais que são rapidamente aclamadas pela crítica. Em 1830, lança La Bataille d’Hernani, marcando o início do gênero “drama romântico”.
Em 1833, conhece a atriz Juliette Drouet, com quem começa uma relação. Victor Hugo dedica uma série de poemas à atriz.
Entre 1844 e 1851, mantém relação com Léonie d’Aunet. Já em 1847, se relaciona com a atriz Alice Ozy, marcando uma vida amorosa bastante intensa.
Em 1841, entra na Academia Francesa, assumindo a cadeira número 41.
Vida política e exílio
Em 1845, Victor Hugo junta-se à política, pendendo para a ala dos conservadores. Apesar da educação monarquista que tivera com a mãe, defende ferozmente ideais democráticos.
Combate a ditadura de Napoleão III, a quem ajudou a eleger, mas se arrependeu após uma violação na constituição após este ser eleito, o que faz com que Napoleão III começasse a perseguir o poeta, que se vê impelido a se exilar em Bruxelas, onde ficaria por dezoito anos.
É no exílio que Victor Hugo lança algumas de suas obras mais aclamadas: As contemplações (1856), Os miseráveis (1862), considerada sua obra-prima, dentre outros. Na primavera de 1862, Os Miseráveis chega à França, mas é ignorado pela imprensa oficial.
Durante seu exílio, passa pela ilha de Jersey e por Guernesey.
Regresso à França e morte
Com a queda de Napoleão III, Victor Hugo volta à França, em 1870, onde é bem-recebido.
É eleito para a Assembleia Nacional, em 1871, mas logo renuncia como forma de protesto. Volta a ser eleito em 1876, dessa vez para o Senado.
Em julho de 1878, é vítima de um possível acidente vascular cerebral, que faz com que ele se afaste da política e da literatura, indo descansar em sua casa durante quatro meses.
Em 15 de maio de 1885, sofre uma congestão pulmonar, morrendo sete dias depois, em 22 de maio de 1885. Seu corpo é enterrado em um caixão comum, a pedido do escritor. Porém, é exposto durante vários dias no Arco do Triunfo.
Curiosidade: Victor Hugo e o espiritismo
Victor Hugo é frequentemente associado ao espiritismo. Isso porque acompanhou em vida o desenvolvimento do kardecismo, doutrina espírita formulada por Allan Kardec (1804-1869).
Durante seu exílio na ilha de Jersey, entre 1851 e 1855, participou de uma série de sessões espíritas das chamadas mesas girantes – um tipo de sessão espírita. Nessa ilha, acreditou que entrou em contato com uma série de espíritos, incluindo o espírito de sua filha Léopoldine.
As anotações desse período, descrevendo as várias sessões espíritas de que participou, foram publicadas postumamente em O livro das Mesas (2018).
Principais obras
- O último dia de um condenado (1829);
- Notre-Dame de Paris (1831);
- Claude Gueux (1834);
- As contemplações (1856);
- Os miseráveis (1862);
- O homem que ri (1869);
- Noventa e três (1874).