A sociedade de massas é um termo que remete a uma forma na qual a sociedade está organizada dentro do capitalismo. Entender o conceito de sociedade de massas ajuda a perceber como funciona a dinâmica do capitalismo, bem como suas relações sociais.
A ordem social na qual vivemos atualmente se constitui de grandes grupos sociais convivendo no mesmo contexto e congregando basicamente dos mesmos valores. Esse ambiente configura o que conhecemos por sociedade de massas, uma categoria de análise relevante dentro dos estudos sociológicos, os quais veremos mais a fundo a partir de agora.
O que é sociedade de massa?
A sociedade de massa serve para definir um novo contexto social existente após o término da Primeira Guerra Mundial, em que a grande massa da população passa a se tornar integrada da sociedade.
Falando de outra maneira, a sociedade de massas faz referência a uma nova etapa no desenvolvimento do capitalismo, em que os interesses da vida das pessoas são produzidos em massa, pois os gostos, desejos, hábitos são homogeneizados.
Há um conceito que explica bem a questão da sociedade de massas que é o da indústria cultural, criado pelos membros da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer. Segundo esses sociólogos e filósofos, a indústria cultural gera uma padronização dos gostos e dos desejos da massa humana, especificamente em relação ao consumo, ao trabalho e à diversão, como formas e alienação para que os indivíduos não percebam que estão sendo retirados de sua existência.
Essa visão, de viés marxista, contém uma crítica de que, no capitalismo, a sociedade massifica e torna uniforme os sujeitos, que perdem suas particularidades e sempre estão almejando algo para comprar, alguma pessoa famosa para ser ou copiar, etc.
Por outro lado, quem ganha com isso é quem vende os produtos e serviços que prometem fazer a pessoa sair de uma existência supostamente medíocre e alcançar o sucesso ou encontrar a paz.
Causas
O mundo foi evoluindo e se conectando de tal forma que o surgimento da sociedade de massas dentro desse contexto acabou sendo inevitável. Vivemos o que se chama de aldeia global, expressão cunhada pelo filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan, para explicar que as novas tecnologias possibilitam o encurtamento das distâncias, o que acabou fazendo com que qualquer coisa que ocorra envolva e atinja diversas camadas da população.
Avançando na reflexão sobre as sociedades de massas, Giovanni Semeraro afirma, em Da sociedade de massa à sociedade civil: A concepção da subjetividade em Gramsci, que as massas se tornaram importantíssimas no contexto atual, de duas maneiras:
“Quer se procure a sua legitimação instrumentalizando-as passivamente, quer elas, de baixo, manifestem ativamente as suas reivindicações nas mais diversas expressões. Assim, enquanto, de um lado, se multiplicam e se sofisticam os instrumentos de manipulação, de outro, a criatividade popular renasce obstinadamente, manifestando cada vez mais a sua vontade de escrever a história com as próprias mãos”.
Características da sociedade de massa
São várias as características que marcam a sociedade de massas. Entre elas, podemos citar a crescente urbanização da vida social do homem e o consequente inchaço dos centros urbanos, com suas metrópoles e megalópoles agrupando milhões de indivíduos. A burocratização e a racionalização das instituições do Estado teriam causado um enfraquecimento nas formas de ação dos sujeitos, pois o Estado possui todos os recursos e o monopólio legítimo da força para manter e determinar o regramento em âmbito coletivo.
É aqui que a massa social se aproxima cada vez mais, possibilitando uma maior neutralização dos conflitos que normalmente ocorreriam no convívio entre os diferentes. Vale dizer que essa ação neutralizadora é uma das características mais marcantes deste conceito.
Exemplos
As sociedades de massas são as sociedades onde todos nós vivemos e que são marcadas pela perda dos vínculos naturais, como os da família e os da comunidade local, muito em conta pelas organizações formais e relações que são intermediadas pelos meios de comunicação de massa.
Ao mesmo tempo em que os sujeitos se distanciam de seus pares, a TV, o celular e o computador acabam aproximando personagens distantes, mas que oferecem uma relação mais pobre e despersonalizada.
As comunidades virtuais e as redes sociais ajudam a exemplificar esse processo. Os comerciais e os produtos midiáticos que motivam indivíduos a consumirem alguns objetos como forma de alcançar status, ainda que aquelas coisas sejam supérfluas, é outro exemplo disso.
Conclusão
Como se vê, as sociedades de massa são um fenômeno característico do capitalismo e têm causado efeitos diversos na humanidade. Ao mesmo tempo que aglutina pessoas em interesses e valores mútuos, pode acabar afastando-as de si próprias e dos sujeitos mais próximos, levando a relações menos íntimas, o que pode afetar e frustrar o indivíduo social ao longo do tempo.
Entender como a sociedade se movimenta pode ajudar a evitar certos aspectos que prejudiciais aos seus partícipes.