Principalmente no verão, é muito comum ouvirmos barulhos, como cantos, próximos a riachos, poças ou rios. Este canto é a vocalização dos anfíbios, que pode ter motivação no acasalamento ou na disputa entre machos.
Este grupo de animais gera diferentes sentimentos nas pessoas. Enquanto algumas ficam enojadas com seu aspecto asqueroso, outras admiram a variação de sua coloração e seus cantos elaborados. Porém, precisamos reconhecer que estes animais desempenham papéis importantes no ecossistema.
Eles surgiram há, aproximadamente, 350 milhões de anos e correspondem a cerca de 6.100 espécies conhecidas no mundo, sendo que 800 delas estão no Brasil.
São muito sensíveis a alterações ambientais, sendo utilizados como indicadores da qualidade do habitat. São também objeto de estudo de pesquisas farmacológicas, uma vez que possuem compostos biologicamente ativos que podem servir para uso humano.
Infelizmente, a degradação ambiental causada pelos humanos está levando inúmeras espécies de anfíbios à extinção. Por isso, é importante conhecermos e protegermos este grupo animal tão importante.
O que são os anfíbios?
Os anfíbios são animais vertebrados pertencentes à classe amphia. Amphi significa ambos, e bio significa vida, na língua grega. Portanto, refere-se à característica destes animais de viverem parte da vida na água e parte na terra.
A primeira fase do desenvolvimento dos anfíbios, larval, é aquática, exclusivamente de água doce. Assim como os peixes, eles sobrevivem respirando por brânquias.
Já a fase adulta, é terrestre. No entanto, sua respiração passa a ser não somente pelos pulmões, mas também cutânea, pela pele. Isso implica na presença de uma pele muito fina, sensível e úmida, fazendo com que estes animais não possam ficar muito distantes da água, por perigo de ressecamento.
Por outro lado, suas adaptações permitiram que os anfíbios sejam o primeiro grupo capaz de sobreviver fora da água, apesar da dependência da umidade.
Características
As principais características deste grupo são:
- Presença de pálpebras, que protegem os olhos;
- Pulmões, que tornou a respiração mais eficiente;
- Pele permeável, que possibilita a respiração também no ambiente aquático;
- Coração com dois átrios e um ventrículo, o que tornou a circulação mais eficiente;
- Tímpano, proteção dos ouvidos.
Exemplos de anfíbios
Os anfíbios são classificados em três ordens, conhecidas como Apoda (ou Gymnophiona), Urodela (ou Caudata) e Anura.
Apodes
São representados pelas cobras-cegas. Elas lembram minhocas grandes, mas possuem ossos, cabeça e olhos reduzidos. Vivem enterradas no subsolo e são mais ativas à noite.
Exemplo Amphisbaena alba
É uma cobra-cega pertencente à ordem Squamata. Ela é encontrada em todo continente Sul Americano, inclusive no Brasil. Alimenta-se de pequenos invertebrados e artrópodes. É uma espécie ovípara que faz postura uma vez ao ano, com cerca de dois a três ovos.
Urodelos
São representados pelas salamandras e pelos tritões. Possuem um corpo alongado, com cauda e patas laterais.
Exemplo Triturus alpestris
O tritão Triturus alpestris pertence à ordem Caudata. Conta com uma pele lisa coberta por muco venenoso, que o protege de predadores e contra o ressecamento. Seu comprimento varia entre 8 e 14cm. A fase larval é herbívora e a fase adulta carnívora, se alimentando de artrópodes, vermes e moluscos.
Esta espécie pode viver até os 18 anos.
Anuros
Sapos, rãs e pererecas pertencem a este grupo. Sua fase adulta não conta com patas nem cauda.
Exemplo Adelphobates galactonotus
É uma espécie de sapo venenoso pertencente à ordem Anura. É encontrado na Amazônia, principalmente na Floresta Amazônica Brasileira.
Ele é encontrado entre folhas no chão ou em troncos de árvores caídas, onde busca seu alimento, insetos, com maior facilidade.
Seu tamanho é de cerca de 4cm e a coloração do seu dorso varia entre o amarelo, laranja e vermelho.
Classificação na cadeia alimentar
Em função de seu ciclo de vida bifásico, parte na água, parte na terra, os anfíbios desempenham diferentes papéis na cadeia alimentar. Na fase larval, as dietas destes animais podem ser detritívoras, filtradoras, onívoras, herbívoras ou carnívoras.
Já a fase pós-metamórfica é carnívora, com dieta baseada principalmente no consumo de invertebrados.
Eles também são presas de outros invertebrados, por exemplos peixes, répteis, aves, mamíferos e até mesmo anfíbios. Assim, seu posicionamento na cadeia alimentar varia de acordo com a espécie.