Cada vez mais o termo sustentabilidade tem aparecido na mídia, e não é por acaso. O crescimento populacional e o consumismo cada vez maior por parte dos seres humanos estão levando ao esgotamento de recursos da Terra.
Dentre estes recursos estão os energéticos, os responsáveis por manter a velocidade de nossas atividades, por meio da energia elétrica e dos combustíveis, por exemplo.
Uma das fontes de energia que utilizamos é chamada de biomassa. Considerada uma fonte de energia renovável, ela é proveniente de matéria orgânica.
Embora a maior parte do planeta não possua florestas, estima-se a quantidade de biomassa de, aproximadamente, 2 trilhões de toneladas, o que corresponde a 8 vezes o consumo de energia mundial por ano.
Atualmente, estima-se que o uso de energia proveniente de biomassa é de 14% do total mundial, sendo maior em países em desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, em função de seu clima tropical e extenso território, beneficia-se com o uso deste tipo de energia.
O que é biomassa?
Biomassa pode ser definida de diversas maneiras, de acordo com o assunto no qual o termo está inserido. Para fins de produção energética, ela é definida como todo recurso renovável proveniente de matéria orgânica vegetal ou animal, e que pode ser utilizado para a produção de energia.
Por outro lado, alguns autores definem biomassa como material exclusivamente vegetal e que seja renovável em menos de 100 anos. De acordo com essa classificação, petróleo, carvão mineral e outros não seriam renováveis.
Origem da biomassa
Na história, o uso da biomassa como fonte energética é antigo e teve início com o uso do fogo, datado de 500 mil a.C. Sua energia era utilizada para cozinhar alimentos e se proteger do frio.
Por outro lado, como o passar do tempo, o uso da madeira para queima foi responsável pelo desmatamento de extensas áreas de florestas ao redor do mundo, inclusive da Mata Atlântica e da Amazônia, no Brasil.
Como seu uso não era feito de maneira sustentável, a biomassa era vista como uma alternativa ruim às fontes não-renováveis, principalmente porque era utilizada em larga escala em países subdesenvolvidos.
Foi apenas com a crise do petróleo, em 1970, que seu uso foi incentivado.
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Fontes de biomassa
As fontes de biomassa podem ser classificadas de acordo com sua origem ou suas características, e que irão determinar sua utilização. Assim, a classificação mais comum é:
- Vegetais não lenhosos (e.g. cana-de-açúcar, milho);
- Vegetais lenhosos (i.e. madeira);
- Resíduos orgânicos (e.g. resíduos industriais, agropecuários e urbanos).
Ou ainda podem ser classificados como:
- Primário: se provenientes de materiais diretamente vindos da natureza (e.g. cana-de-açúcar e lenha);
- Secundário: combustíveis provenientes de outros combustíveis primários (e.g. álcool e carvão vegetal).
Funcionamento e processos produtivos
A energia da biomassa é a energia química associada a átomos de carbono e hidrogênio, que foram produzidos no processo de fotossíntese. Assim, nada mais é do que a conversão da energia solar.
A primeira parte do processo é a colheita da matéria orgânica, madeira ou cana-de-açúcar, por exemplo. Depois, ocorre o transporte até a usina – no caso da cana, ela será moída e o caldo extraído se transformará em açúcar e etanol.
A palha e o bagaço não são desperdiçados, mas sim empregados na queima (energia térmica) nas caldeiras. Depois, para a produção efetiva da biomassa, podem ocorrer um dos processos, abaixo:
- Combustão direta;
- Processos termoquímicos (liquefação, transesterificação, pirólise e gaseificação);
- Processos biológicos (fermentação e digestão anaeróbia).
Depois da produção, é feita a transmissão dessa energia para os consumidores ou a venda para o sistema elétrico nacional.
Vantagens e desvantagens
Como todo processo industrial, há vantagens e desvantagens em utilizar a biomassa como fonte de energia.
Dentre as vantagens, podemos destacar:
- Eficiência tecnológica;
- Alta produção de energia elétrica;
- Melhor manejo da terra, como uso de áreas agrícolas excedentes, plantações de safras anuais e uso de sistemas agroflorestais;
- Geração de empregos;
- Redução nas emissões de gás carbônico;
- Controle de resíduos;
- Reciclagem de nutrientes;
- Independência energética e geração de receita local.
Entre as desvantagens relacionadas ao seu uso, encontram-se:
- Produção e lançamento de material particulado na atmosfera, necessitando de maior investimento em filtros para as caldeiras;
- Desmatamento, se utilizado de florestas naturais para sua produção, o que leva à destruição de habitats;
- Menor poder calorífico que outros combustíveis;
- Dificuldades no transporte e armazenamento.