Alfabeto, também chamado abecedário, é uma forma de representação gráfica dos vários fonemas dos signos linguísticos de uma língua. A origem do nome remete ao grego “alphabetos”, sendo “alpha” e “beta” as duas primeiras letras do alfabeto grego (apesar de alef e bet já serem usados no alfabeto fenício).
Apesar de você já provavelmente estar familiarizado com o alfabeto latino (o usado na língua portuguesa), você conhece a origem e a história dos vários outros tipos de alfabeto que foram usados ao longo dos séculos, desde a inversão da escrita?
Pois junte-se a nós, do Gestão Educacional, nessa viagem a alguns dos mais usados alfabetos ao longo da história.
Qual foi o primeiro alfabeto?
Essa é uma pergunta ainda não totalmente respondida. É muito difícil precisar qual foi o primeiro alfabeto a ser utilizado. Entretanto, historiadores e linguistas consideram que os egípcios já faziam uso de um tipo de alfabeto, que consistia na representação de ideias ou conceitos com base na representação gráfica de animais e objetos — os hieróglifos.
Entretanto, esse tipo de representação difere bastante daquela que foi usada pelos fenícios. Em vez de representar objetos, animais, pessoas ou entidades, os fenícios começaram a desenvolver, durante o século XV a.C., sinais gráficos que representam os sons da fala humana.
A vantagem disso era a uniformidade dos registros, uma vez que hieróglifos, além de complicados, eram passivos de divergência de um escritor para outro, justamente por serem difíceis de reproduzir.
Os fenícios desenvolveram um alfabeto com 22 signos, escritos da direita para a esquerda, com os quais era possível escrever qualquer palavra. E, por serem assíduos mercadores (uma das razões para terem desenvolvido esse tipo de alfabeto), logo levaram seu sistema para outras nações, servindo de base para uma série de outros alfabetos, como veremos, a seguir.
Alfabeto grego
O alfabeto grego, até hoje bastante utilizado (no grego moderno e na matemática, na física e na química), foi desenvolvido em meados do século IX a.C. Historiadores acreditam que o modelo de alfabeto tenha sido introduzido na Grécia pelos fenícios.
Enquanto o alfabeto fenício não possuía vogais, o alfabeto grego desenvolveu algumas, para adaptá-lo ao seu idioma. Além disso, inverteram a ordem da escrita, passando-se a encadear as letras da esquerda para direita, e aumentaram de 22 para 24 signos linguísticos.
Um detalhe interessante do alfabeto grego é a não-existência de números: as próprias letras têm determinados valores.
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Alfabeto latino
Também conhecido como alfabeto romano, é, ainda hoje, o alfabeto mais utilizado no mundo.
O alfabeto latino surgiu por volta do século 7 a.C., como adaptação do etrusco, idioma dos habitantes da Etrúria, região localizada na então península itálica (geograficamente próximo à atual Toscana). O etrusco, por sua vez, era uma variação do alfabeto grego.
Por ter influência (mesmo que indireta) do grego, o alfabeto latino também é escrito da esquerda para a direita, e em vez dos 24 sinais gráficos do grego, possuía e possui, graças a diversas alterações, 26 letras, assim como o antigo etrusco.
Graças ao imperialismo romano, o idioma foi levado para toda a Europa e, posteriormente, com as Grandes Navegações e a colonização, para todos os cantos do mundo — além de, durante a idade média, ser introduzido em países germânicos e eslavos, graças à influência da Igreja Católica.
Algumas adaptações ainda foram feitas, como no caso do português, do francês e de outros idiomas, introduzindo o cedilha ao alfabeto, graças a características próprias dos idiomas, além de outros diacríticos.
O alfabeto utilizado no português é justamente o latino, e conta com as seguintes letras: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X, W, Y, Z.
Alfabeto cirílico
Também chamado Azbuka, foi criado pelos missionários cristão bizantinos Cirilo e Metódio. O intuito era justamente o de criar um sistema que permitisse as representações das línguas eslavas, faladas principalmente nos países do Leste Europeu, para permitir uma transcrição da Bíblia às línguas em questão.
O alfabeto cirílico sofreu influência de diversos outros alfabetos, como o grego, o glagolítico e o hebraico. Além disso, sofreu diversas alterações ao longo dos séculos, variando de um idioma para o outro, sendo o mais uniformizado, provavelmente, o Russo.
Possui, ao todo, 44 letras, sendo as seguintes: А, Б, В, Г, Д, Е, Ж, Ѕ, З, И, І, К, Л, М, Н, О, П, Ҁ, Р, С, Т, Ѹ, Ф, Х, Ѡ, Ц, Ч, Ш, Щ, Ъ, Ꙑ, Ь, Ѣ, Ꙗ, Ѥ, Ю, Ѧ, Ѫ, Ѩ, Ѭ, Ѯ, Ѱ, Ѳ e Ѵ.
Alfabeto árabe
Atualmente o segundo alfabeto mais utilizado, é o principal para a representação da língua árabe. Foi bastante divulgado pelo fato de o Corão, livro sagrado do Islamismo, ser todo escrito com este alfabeto.
Diferente da maior parte dos alfabetos já citados, o alfabeto árabe é escrito da direita para a esquerda, da mesma forma que o alfabeto hebraico. Além disso, por se tratar de um Abjad (um sistema próprio e diferente de escrita), possui apenas consoantes, sendo as vogais representadas por diacrítico, ou seja, sinais colocados em cima ou embaixo das consoantes.
Alfabeto hebraico
Assim como o árabe, o que chamamos “alfabeto hebraico” não é bem um alfabeto, mas sim um abjad (sistema de escrita) denominado Alef-Beit, usado para a escrita das línguas semíticas, oriundas do antigo fenício. Foi criada por volta do século III a.C.
Composto por 22 consoantes, também sem vogais, apesar de ter seu sistema próprio de representação delas, assim como algumas das línguas apresentadas aqui, os sinais são ordenados da direita para a esquerda. Curiosamente, algumas das letras são representadas de forma diferente quando ocupam a posição final da palavra.