Um dos maiores problemas ambientais da atualidade é o desmatamento, tanto no Brasil como no mundo. Infelizmente, o índice deste processo parece ter aumentado ao invés de diminuir.
Motivados por razões econômicas, parece haver um desinteresse por parte do governo e dos produtores rurais para dar fim ao desmatamento, intensificando problemas como as alterações climáticas e acabando com vários benefícios que a vegetação traz ao homem e ao meio ambiente.
O que é o desmatamento?
O desmatamento, ou desflorestamento, é definido como a eliminação total ou parcial da cobertura vegetal, seja ela do tipo florestal ou não.
Este problema ambiental pode ocorrer pelo corte da madeira ou pelas queimadas.
Causas do desmatamento
Raramente a causa do desmatamento é natural, como o fogo que ocorre naturalmente no cerrado brasileiro e nas florestas australianas. Quase toda motivação é pela ação humana, que a realiza para abrir área para plantação, criação de gado ou retirada de madeira e outros produtos.
Consequências
As consequências deste processo destrutivo são inúmeras, tanto para a biodiversidade quanto para os seres humanos e a economia.
Para começar, o desmatamento leva à perda e fragmentação do habitat de várias espécies animais e vegetais e destrói os corredores ecológicos, que ligam uma área florestada a outra.
Estes corredores facilitam a movimentação e dispersão dos animais que saem em busca de recursos e parceiros para reproduzirem. Essa perda de habitat e de corredores ecológicos leva à perda da biodiversidade.
Outra consequência muito grave é a alteração climática, colaborando para o aquecimento global. A vegetação é responsável por grande parte da manutenção do clima; quando retirada, leva essas regiões a permanecerem mais quentes. Quando se queima a floresta, esta libera uma grande quantidade de gases, que intensificam o efeito estufa, consequentemente, intensificando o processo de aquecimento da Terra.
Além disso, pode causar a desertificação de certas áreas que são, naturalmente, mais secas e de solo arenoso, causado a infertilidade do local. A retirada da vegetação expõe o solo, que fica mais suscetível aos processos erosivos, fazendo com estas áreas fiquem improdutivas.
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A perda de vegetação também altera a qualidade da água, pois o solo nu absorve menos água das chuvas do que com a presença de plantas. Isto diminui as reservas subterrâneas, os lençóis freáticos, e seca as nascentes. Além disso, aumenta-se o escoamento da água que não é absorvida, causando mais enchentes, principalmente em grandes cidades, onde o lixo aterra os bueiros.
O desmatamento das matas ciliares também deixa os rios desprotegidos. Assim, lixo e outros matérias levam ao assoreamento dos cursos d’água e à poluição da água.
A retirada da vegetação também causa o desequilíbrio do ecossistema, aumentando a incidência de pragas e outras doenças que afetam plantações e até mesmo seres humanos.
Do ponto de vista social, o desmatamento também leva à perda de territórios de populações tradicionais, principalmente na Amazônia.
Soluções
No Brasil, há algumas ações para controle e prevenção do desmatamento, que são realizadas pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente). O plano foi lançado em 2004 e seu principal objetivo é conter o desmatamento na Amazônia e, desde 2009, no Cerrado. Assim, vê-se a importância de ações governamentais para conter o problema.
No entanto, é preciso que a população esteja consciente sobre as graves consequências do processo e pressione os governantes para que atuem cada vez mais fortemente, além de denunciar os casos de desmatamento locais.
Dados no Brasil e no mundo
Mundialmente, o principal responsável pelo desmatamento é a agropecuária, corroborando para 80% dos casos, seguido da urbanização e exploração de madeira. Segundo dados da Global Forest Watch, 12 milhões de florestas tropicais foram desmatadas em 2018, o que equivale a 30 campos de futebol por minuto.
Desde a chegada dos portugueses, o Brasil sofre com a expansão do desmatamento. Além da Amazônia, o bioma Cerrado tem sido alvo do problema para a expansão do cultivo da soja e do gado.
Em 2018, o Brasil foi o país que mais perdeu árvores, sendo desmatado 1,3 milhões de hectares. E neste ano, o índice foi o maior desde que os dados começaram a ser contabilizados.
Brasil e Indonésia, juntos, são responsáveis por 46% do desmatamento de florestas tropicais no mundo.