O abstracionismo é um estilo de arte bastante conhecido. Você pode gostar dele ou detestá-lo, mas, de uma forma ou de outra, para o bem ou para o mal, é inegável que ele desperta algum tipo de emoção em quem observa alguma pintura com traços abstracionistas.
Caracterizado pela sua não-representação da realidade, ou da representação da realidade de maneira pouco, média ou muito deformada, o abstracionismo é muito mais antigo do que você imagina (não, ele não surgiu no século XX!).
Confira tudo a respeito do abstracionismo neste artigo que nós, do Gestão Educacional, preparamos para você!
O que é o abstracionismo e como surgiu?
O abstracionismo, também chamado arte abstrata, arte não-figurativa, arte não-objetiva ou arte não-representacional, é uma forma de arte, um estilo, que prioriza a criação de obras “não-representacionais”, ou seja, que não representam objetos ou figuras da realidade concreta (ao menos não tal como eles são).
Para compor a obra, portanto, os artistas abstracionistas fazem uso de formas, linhas e combinações de cores, não com o intuito de representar a realidade tal qual ela é, mas sim representá-la a partir de um olhar subjetivo, numa espécie de ilusão da realidade visível, a partir de um desvio da realidade tal qual ela é, ou seja, de uma abstração. Essa abstração pode ser mínima, parcial ou completa.
O abstracionismo não é um único movimento, mas um estilo que permeou diversos outros movimentos, especialmente no início do século XX. Porém, não é correto dizer que ele surgiu no século em questão, uma vez que está presente na história da humanidade desde os seus primórdios, em graus maiores ou menores. Por exemplo, no Maneirismo, movimento de meados do século XVI, os artistas faziam uso de um certo grau de abstração ao representar as figuras humanas com membros ligeiramente alongados, já destoando da realidade.
Já no Concretismo, movimento de meados do século XX, os artistas não aceitavam nenhuma influência do mundo exterior em suas pinturas, que deviam ser pré-concebidas em suas próprias mentes. Portanto, a abstração, nesse caso, chega num nível muito maior.
Porém, uma coisa que ambos os movimentos compartilham é negação da ideia de que a arte deve ser a pura imitação da realidade, como a arte tradicional pregava. Giorgio Vasari, por exemplo, acreditava que a arte deveria caminhar em direção à representação fidedigna da realidade. Os abstracionistas questionam essa ideia partindo do pressuposto de que cada um tem a sua própria interpretação da realidade.
No século XX, a primeira obra abstracionista, de fato, ou seja, sem nenhuma relação com o mundo exterior, foi Picture with a Circle (1911), de Wassily Kandinsky, pintor de origem russa, pertencente ao Expressionismo.
No Cubismo, outro exemplo, há a captação e a representação do mundo exterior não de uma perspectiva, mas de várias ao mesmo tempo. Ou seja, os objetos são pintados de diversos ângulos diferentes numa mesma pintura. Um exemplo é a pintura Violino e Castiçal (1910), de Braque.
Abstracionismo lírico x abstracionismo geométrico
O próprio abstracionismo é divido em dois estilos diferentes. Há o abstracionismo lírico e o abstracionismo geométrico.
No abstracionismo lírico, que tem no nome “lírico” justamente por estar relacionado à expressão de sentimentos ou de pensamentos, a obra de arte é composta de modo a expressar os anseios interiores do artista e, portanto, deve partir do inconsciente e da intuição, e não do mundo exterior.
O Expressionismo é o maior exemplo do abstracionismo lírico. Nascido como uma reação contrária ao Impressionismo (cuja característica principal era a captação da realidade exterior por meio da luz), no expressionismo, representava-se o mundo interior dos artistas, uma vez que estes estavam desiludidos com o mundo exterior, que não fora consertado como fora prometido durante a Revolução Industrial e Científica.
Já no abstracionismo geométrico, como o nome sugere, predomina a utilização de formas geométricas, apesar de não ser uma regra, e composições não-representativas. Aqui, não são as emoções que estão em primeiro plano, mas o racionalismo. O Cubismo e o Futurismo são dois exemplos de abstracionismo geométrico.