Os agregados sociais são um termo específico para designar um determinado grupo de pessoas com certas características dentro do tecido social. Este conceito em Sociologia, e até mesmo na Psicologia Social, é importante no estudo sobre os grupos sociais e como eles interagem na sociedade, impactando no processo social e nos acontecimentos da vida dos indivíduos.
Neste artigo, você irá compreender quais grupos de pessoas compõem os agregados sociais, os principais tipos, bem como suas características. Além disso, será apresentada a diferença deste conceito com relação aos grupos sociais, outro elemento bastante relevante dentro da Sociologia!
O que são agregados sociais?
Os agregados sociais são muito utilizados para se referir a uma “reunião de pessoas com fraco sentimento grupal e frouxamente aglomeradas”, conforme Pérsio Santos de Oliveira destaca no livro Introdução à Sociologia. Apesar desse vínculo frágil, tais indivíduos conseguem produzir uma comunicação entre si, ainda que mínima, bem como mantêm algumas relações sociais. Em geral, no entanto, esse processo se dá de maneira relativamente anônima.
A título de exemplo, uma série de desempregados em uma fila para conseguir um trabalho pode ser indicado como um grupo de agregados sociais que interagem minimamente entre si, de forma anônima. Em geral, esses indivíduos estão mais ligados a setores marginalizados da sociedade do que aqueles que estão integrados e conseguem ter participação mais relevante nos processos sociais.
De qualquer forma, a intensidade e a forma de interação dos agregados vai depender de como eles reagem aos estímulos recebidos, a possibilidade de conseguir intervir naquilo de seu interesse e com a razão para que eles se integrem enquanto agregados.
Tipos de agregados
São três os tipos de agregados sociais: a multidão, a massa e o público.
A multidão é um grupo de indivíduos que detém um motivo em comum entre si e estão dentro de um mesmo espaço físico. A multidão pode se criar de maneira espontânea, sem uma comunicação anterior dos envolvidos, e não tem necessariamente uma liderança ou uma hierarquia definida. Também, não existem organização ou regras pré-estabelecidas, cada pessoa conta com o seu julgamento íntimo na hora de tomar as suas decisões. Não são levados em conta nome ou posição social.
Um exemplo recente é quanto as Manifestações de Junho de 2013, que começaram em São Paulo, com alguns grupos específicos, protestando contra o aumento da tarifa de ônibus, mas que depois passaram a englobar outras cidades, ampliando as reivindicações, sem uma liderança clara e com vários grupos colocando os seus anseios nas ruas durante semanas. Posteriormente, alguns grupos tomaram a frente das ações e mudaram um pouco a configuração do movimento.
Por sua vez, massa é um conceito mais complicado de se definir e diz respeito a um agrupamento virtual de pessoas, já que não há contato físico ou interação direta entre quem faz parte da massa. Outra característica é que, quando o indivíduo entra em contato com a massa, acaba perdendo as suas características individuais.
Eles não interagem entre si, nem possuem a capacidade de criticar aquilo que os integrou como massa, ou seja, são passivos. Os telespectadores de um programa de televisão podem ser enquadrados como massa, pois possuem os mesmos interesses, mas sem interação, e consomem passivamente a mensagem que assistem.
Já o público não possui uma forma específica, sendo que ele responde a um mesmo estímulo espontaneamente. Nem sempre estão no mesmo espaço físico, podendo ser formados, por exemplo, de maneira virtual por meio da Internet.
Mas, vale destacar que todos os sujeitos estão expostos aos mesmos estímulos. O público possui uma certa organização e, além disso, pode interagir entre si e com aquilo que os estimulou a agregar como público, seja por meio de aplausos, vaias, opiniões, o público pode interagir, por exemplo, durante um show musical, uma peça de teatro ou mesmo em uma partida de futebol.
Importante salientar que cada um deles é distinto do outro, porém, é possível que eles possam se tornar comuns entre si, dependendo do meio no qual se formam.
Diferença entre agregados e grupos sociais
A principal diferença entre os agregados sociais e os grupos sociais é que os primeiros possuem, em geral, pouca interação ou mesmo participação clara na sociedade enquanto agrupamento. O anonimato impede que sejam compartilhados elementos que possam identificá-los entre si e possibilitar uma maior interação social.
Já o grupo social é definido, pela Sociologia, como qualquer reunião estável de dois ou mais indivíduos associados pela interação. Por conta dessa relação, os grupos acabam mantendo alguma organização para produzir ações conjuntas, de acordo com o interesse desse agrupamento. Sendo assim, eles compartilham hábitos, costumes, normas, valores e também objetivos.
Os principais grupos sociais são a família, a vizinhança, o educativo (escola, universidade), o religioso (instituição), de lazer (clubes, associações), o profissional (escritórios, lojas) e o político (organização política ou grupo partidário).
Sendo assim, as relações entre os indivíduos de determinado grupo social não são anônimas e estão pautadas por gostos e objetivos comuns. Já nos agregados não há, necessariamente, um bem comum e as relações são frouxas, pouco compartilhadas e anônimas.