A partir de seu desenvolvimento no século XIX, o capitalismo tornou-se o modelo econômico hegemônico, sendo praticado no mundo todo. Vários modelos, ideologias e correntes antagônicos tentaram, sem sucesso, criar uma alternativa econômica oposta.
O capitalismo é um sistema econômico que se baseia na propriedade privada, concentração dos meios de produção e liberdade irrestrita de comércio, com objetivos financeiros.
Tem como características a acumulação de capital, a propriedade privada, o trabalho assalariado e o sistema de preços, entre outros fatores. Surge em meio ao Mercantilismo, atingindo um grande desenvolvimento a partir da Revolução Industrial e se diversificando no século XX.
O que é anticapitalismo?
Podemos chamar de anticapitalismo tudo aquilo que se opõe ao capitalismo, ou seja, ideologias, modelos econômicos e correntes de pensamento.
As origens do anticapitalismo se encontram no século XIX. Foi lá que, a partir da Revolução Industrial, o capitalismo se desenvolveu, e foi lá também que os resultados desse desenvolvimento se mostraram.
A mecanização, promovida pelo desenvolvimento industrial, fechou muitos postos de empregos. Além disso, devido à alta demanda de mão de obra, aqueles que conseguiam manter seus empregos eram obrigados a aceitar salários baixíssimos, jornadas de trabalho extenuantes e péssimas condições de trabalho.
Vários pensadores começaram a se debruçar sobre o problema, criticando a maneira como o lucro era colocado acima de tudo. Dessa forma, teorias, modelos e ideologias foram elaborados, na tentativa de criar um modelo que fosse mais igualitário e menos explorador.
Algumas dessas ideologias travaram grandes embates contra o capitalismo durante o século X, sobretudo o Socialismo.
Modelos anticapitalistas
Marxismo
Karl Marx, filósofo alemão nascido na cidade de Trier, em 1818, foi um grande crítico do capitalismo, desenvolvendo inúmeras teorias no campo filosófico, político e econômico, no sentido de buscar modelos alternativos mais justos e igualitários para a sociedade.
Para ele, havia uma constante luta de classe entre a burguesia, classe dominante que mantinha os meios de produção, e o proletariado, aqueles que, ao não disporem dos meios de produção, eram obrigados a vender sua força de trabalho.
Marx entendia que essa relação entre burguês e proletário era uma relação de exploração baseada pela busca frenética de acúmulo de capital e marcada pela injustiça, uma vez que os resultados do trabalho revertiam, em sua grande parte, apenas para os patrões.
Além disso, Marx via o Estado como uma força opressora, criada para proteger os interesses da classe dominante, embora fosse apresentado como um instrumento que representaria o interesse de todos.
A única maneira de reverter esse sistema de exploração era, segundo Marx, uma luta de classes, seguida de uma ditadura do proletariado, termo que causa certa confusão e associa, de forma errônea, as ideias de Marx com governos ditatoriais.
Essa ditadura nada mais é do que uma revolução do proletariado, na qual os trabalhadores socializariam os meios de produção, e as classes sociais e o Estado seriam extintos e todos seriam iguais, vivendo em uma sociedade autorregida. A esse estágio da sociedade, Marx deu o nome de Comunismo.
Mas, antes de chegar ao Comunismo, era preciso uma fase de transição, na qual os meios de produção ficariam nas mãos do Estado, que executaria a gradual mudança entre o sistema capitalista e comunista, a qual Marx chamou de Socialismo.
Distributismo
É uma teoria política e econômica pensada pelo historiador francês Hilaire Belloc, em 1913, e amplamente divulgada pelo escritor inglês Gilbert Keith Chesterton, tendo como principal característica a defesa da propriedade e a garantia de liberdade política e econômica. Nesse sentido, o distributismo tecia críticas tanto ao capitalismo, quanto ao socialismo.
Belloc acreditava que uma família que possuísse sua própria terra e seus equipamentos poderia prover a própria subsistência, sem necessitar vender sua força de trabalho. Dessa forma, o distributismo criticava ambas as vertentes políticas anteriormente citadas, pois são sistemas que concentram a posse das propriedades e dos meios de produção na mão de poucos, no caso do capitalismo, e nas mãos de um estado centralizador, no caso do socialismo.
Anarquismo
Anarquismo é uma ideologia política que defende o fim do Estado e de qualquer tipo de hierarquia ou dominação, seja ela religiosa, cultural, política, econômica ou social.
Defende, também, o fim da propriedade privada dos meios de produção como forma de acabar com o capitalismo, uma vez que este sistema cria desigualdades sociais e econômicas pela exploração do trabalho.
Os mais famosos teóricos do anarquismo foram Pierre-Joseph Proudhon e Mikhail Bakunin.
A ideologia anarquista possui muitas vertentes que divergem em vários pontos. As mais conhecidas e estudadas são: Mutualismo, Anarquismo individualista e Anarquismo coletivista.
Uma corrente que surgiu nas últimas décadas é o Anarcocapitalismo, que prega o fim do Estado, mas defende a propriedade privada e o livre mercado.
Capitalismo hoje
Apesar de todas as críticas que sofreu ao longo do tempo, e do surgimento dos modelos anticapitalistas, muitos ainda em atividade, o capitalismo segue sendo o padrão econômico adotado pela grande maioria dos países, criando novas vertentes de acordo com as necessidades, e se adaptando às oportunidades que possam surgir.