Aranha caranguejeira – Características físicas, Comportamento, Habitat, Alimentação e Reprodução

As aranhas são artrópodes do grupo aracnídeos e da ordem Araneida. São divididas em três grupos: Mesothelae, Araneomorphae e Mygalomorphae. No Brasil, as aranhas do grupo Mygalomorphae são chamadas de aranhas caranguejeiras. Erroneamente, esse grupo também é chamado de tarântulas.

A família Theraphosidae, que pertence ao grupo das Mygalomorphae, é constituída por 947 espécies descritas e que ocorrem em grande diversidade nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. As Theraphosidae são representadas pelas maiores aranhas do mundo, com 2.700 espécies descritas e reunidas em 16 famílias, das quais 11 são encontradas no nosso país.

Características físicas

A estrutura corporal das aranhas se caracteriza pela presença de exoesqueleto externo, formado por quitina. Sua principal diferença em relação aos outros aracnídeos é a cabeça separada do tórax por uma espécie de cintura. Além disso, o corpo é coberto por pelos que possuem função sensitiva.

As aranhas caranguejeiras podem medir até 26 centímetros de envergadura, como a Theraphosa blondi, que é a maior espécie descrita. Já a Lasiodora parahybana, a maior espécie da Mata Atlântica, mede 20 centímetros. Todas as aranhas possuem 4 pares de pernas locomotoras, que também são utilizados para manipulação dos fios de seda que saem das fiandeiras. Nas pernas dianteiras, há um par de palpos (ou pedipalpos), que são segmentos sensoriais para detecção e apreensão de presas. A ponta dessas garras contém estruturas para injetar o veneno em suas presas.

Comportamento

Essas aranhas têm hábito noturno e solitário. São, em geral, sedentárias, sendo os machos mais ativos que as fêmeas, se deslocando mais no período reprodutivo em busca das fêmeas.

Como a maioria das aranhas, esse grupo também pode ter comportamento agressivo quando o animal se sente ameaçado ou quando está caçando. Suas ações costumam ser caracterizadas por movimentos bruscos.

Habitat

A maioria das espécies de aranha caranguejeira são terrícolas, habitando cavidades no solo que forram com seda. Podem também criar os ninhos em troncos caídos. No entanto, há espécies arborícolas, que vivem em bromélias ou árvores.

Alimentação

Todas as aranhas são predadoras, e as caranguejeiras não poderiam ser diferentes. São classificadas como carnívoras, se alimentando de pequenos invertebrados como grilos, gafanhotos, baratas, moscas e mosquitos.

Reprodução

As aranhas, assim como os outros aracnídeos, apresentam reprodução dioica e realizam fecundação interna, com produção de ovos. Os filhotes não sofrem metamorfose, nascendo com a aparência de um indivíduo adulto.

Quando o macho sofre a última ecdise, atingindo a maturidade, o pedipalpo se modifica em órgão copulador (ou bulbo copulador), que pode ser mais ou menos complexo, dependendo do grupo. Essa estrutura armazena o esperma e realiza a cópula.

Curiosidades

Embora poucas espécies de aranhas sejam capazes de envenenar o homem, todas elas são venenosas. O veneno das caranguejeiras terrícolas é menos ativo que o das caranguejeiras arborícolas. Algumas aranhas caranguejeiras podem provocar lesões pela mordida, pois possuem grandes ferrões. Além disso, tanto caranguejeiras terrícolas quanto arborícolas podem conter cerdas urticantes.

Essas cerdas urticantes possuem extremidades afiadas que funcionam como um arpão, penetrando a pele. Quando se sentem ameaçadas, as caranguejeiras usam essa estrutura para afugentar seus predadores.

Essas cerdas se localizam no abdômen da maioria das espécies, podendo também ser encontradas nos pedipalpos. Algumas espécies reagem raspando o abdômen com a perna e liberando essas cerdas no ar. Outras esfregam os pedipalpos contra a base das quelíceras. Demais ainda tocam os predadores com o dorso do abdômen, introduzindo diretamente as cerdas urticantes.

Nos humanos e em outros mamíferos, essas cerdas penetram nas vias respiratórias, na pele e nos olhos, provocando coceiras, inflamações e até morte. A reação de cada pessoa a essas cerdas varia de acordo com a sensibilidade individual. Esfregar os olhos ou a pele aumenta a quantidade e a penetração das cerdas, por isso é necessário ter muito cuidado.

Aranhas caranguejeiras brasileiras

Uma das caranguejeiras brasileiras é a Grammostola pulchra, chamada popularmente de caranguejeira negra brasileira. Ela é encontrada naturalmente na região Norte do Brasil. Possui comportamento pouco agressivo e dificilmente libera pelos.

Outra espécie brasileira é a Lasiodora parahybana, cujo nome popular é caranguejeira rosa brasileira. Ela é considerada uma das maiores do Brasil e do mundo. Ocorre naturalmente no nordeste brasileiro e seu comportamento é agressivo. Essa espécie pode viver entre 12 e 15 anos.

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