A Mesopotâmia não era um país, em si, mas uma região geográfica: era um vale, entre os famosos rios Tigre e Eufrates, onde atualmente é o Iraque. As primeiras comunidades que se assentaram na região o fizeram por volta de 6000 a.C., durante a transição do Neolítico à Idade do Cobre.
Principais civilizações da Mesopotâmia
Ao longo dos milênios, a Mesopotâmia foi ocupada por diversas civilizações. A seguir, comentaremos um pouco a respeito dos principais reinos que ocuparam essa região e foram responsáveis por produzir aquilo que é chamado “arte mesopotâmica”.
Os Sumérios
A primeira civilização a se formar na região, entretanto, foi a Civilização Suméria. A cidade de Uruk, a primeira cidade do mundo, começou a prosperar na região da Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C.
Os sumérios puderam se assentar na região graças aos rios Tigre e Eufrates, que possibilitaram um cultivo excessivo de grãos. Esses povos realizaram diversas inovações que viriam a influenciar posteriormente a sociedade ocidental, como: a primeira cidade-estado; a primeira religião organizada numa estrutura hierarquizada de deuses, homens e rituais; a língua cuneiforme, a primeira língua escrita; etc.
Os Acádios
Por volta de 2334 a.C., uma nova força surge na região da Mesopotâmia: a cidade de Acádia. Sargão I, patési da cidade de Arcádia, lançou uma campanha militar que viria a dominar diversas cidades da região, inclusive as da civilização suméria. Apesar disso, as estruturas políticas, inclusive os reis sumérios das cidades-estados, foram mantidas.
A capital dos Acádios era a cidade de Acádia, na margem esquerda do rio Eufrates. Os acádios estenderam-se muito além da Mesopotâmia, mas duraram apenas 180 anos, entrando em colapso por volta do século XXII a.C.
Os Babilônicos
Os babilônicos unificaram os antigos reinos da Suméria e da Acádia durante o governo de Hamurabi (1792 a.C. – 1750 a.C.), período de bastante prosperidade para a Babilônia. Eles se assentaram na região da Mesopotâmia antes disso, por volta de 2500 a.C., ganhando proeminência a partir do surgimento da dinastia Amorita, que se inicia em 1894 a.C.
Outro período bastante próspero foi o chamado período neobabilônico, que durou de 627 a.C. a 539 a.C., durante o reinado de Nabucodonosor II. A Babilônia, enquanto nação independente, chegou ao seu fim após ser conquistada por Ciro, o Grande, rei da Pérsia, em 539 a.C.
Os Assírios
Outro povo bastante importante na região foram os assírios, que surgiram por volta de 2000 a.C., ganhando influência a partir de 1900 a.C. Coexistiram com os babilônicos, disputando a região da mesopotâmia em diversas guerras contra esses povos.
A principal cidade-estado assíria é Assur, que recebeu o nome de um deus. O auge do império assírio foi durante o período chamado Neoassírio (883 a.C. a 612 a.C.), conquistando muitas regiões, como a ponta do golfo pérsico, a Crescente Fértil, domingo até mesmo parte do Egito.
O Império Assírio começou a entrar em declínio a partir de uma série de revoltas internas, que resultaram na emancipação de povos dominados e, consequentemente, em seu colapso por volta de 612 a.C.
O que é a arte mesopotâmica?
Dá-se o nome “arte mesopotâmica” a todas as manifestações artísticas realizadas na região da Mesopotâmia durante a existência dos reinos da Suméria, da Acádia, da Babilônia, da Assíria e de alguns outros reinos menores. Trata-se, portanto, de uma arte bastante heterogênea, com características bastante variadas, e difícil de ser sintetizada.
Características da arte mesopotâmica
Algumas características mais gerais podem ser elencadas. Por exemplo, por conta da grande instabilidade da região, sempre ameaçada com guerras internas e invasões estrangeiras, muitas das obras de arte tratavam de feitos e proezas militares, como o Marco da vitória de Naram-Sin, rei da Acádia (aprox. 2330 a.C.), atualmente no Museu do Louvre.
Outro exemplo, ainda mais elaborado, é o Estandarte de Ur (entre 2600 a.C. e 2400 a.C.), narrando em tiras, de maneira semelhante à de uma história em quadrinho, a evolução de uma batalha, desde o momento em que o Rei guia o exército até, no verso, uma cena de um banquete, representando a comemoração pela vitória suméria.
Os próprios edifícios militares recebiam decorações ornamentadas. Quando Nabucodonosor II reconstruiu a cidade da Babilônia durante o seu reinado (605 a.C. a 562 a.C.), o fez com muralhas e portões ornamentados. Um exemplo, que sobreviveu aos milênios, foi o portão de Ishtar, enfeitado com tijolos policromados e esmaltados representando monstros, alguns deles próprios da religião babilônica, como a representação de um Mushussu, uma serpente-dragão.
Outra característica comum entre os povos da região, embora mais predominante nos Sumérios, é a influência da religião nos assuntos de estado. Na Suméria, o rei era o responsável por realizar a vontade divina na terra, sendo um mediador entre o sagrado e o terreno. Os templos, responsáveis pelas organizações municipais e econômicas, eram bastante decorados com obras de arte e características arquitetônicas que expressavam as crenças e os rituais religiosos.
A pintura e a escultura eram geralmente destinadas a ornamentar portas, paredes e tetos de construções arquitetônicas, principalmente templos e palácios, e representavam cenas religiosas ou militares.
Em se tratrando de esculturas, os assírios merecem um certo destaque. A sala do trono de um palácio de uma das principais cidades assírias, Nimrud, era protegida por grandiosas esculturas em calcário, chamadas iamassu. Uma delas representa um deus de importância menor, que possui cabeça de homem, corpo de touro e asas de águia. A escultura também tinha caráter religioso, pois servia, segundo a crença assíria, para espantar maus espíritos.
Apesar disso, a escultura esteve presente em todas as principais civilizações mesopotâmicas. Os sumérios, por exemplo, produziam-nas com o intuito de ornamentar templos, principalmente para auxiliar em rituais religiosos.
Já dos acádios, sobreviveram esculturas representando cabeças, geralmente de pessoas proeminentes. Uma delas, feita em bronze, acredita-se retratar o próprio Sargão I, grande conquistador acadiano.