Augusto dos Anjos – Quem foi? Biografia e Obras

Augusto dos Anjos foi o Poeta da Morte (como era conhecido), um importante escritor simbolista do Brasil, que se destacou pelas inovações temáticas e de estilos em suas composições.

Ocupante da cadeira nº 1 da Academia Paraibana de Letras, Augusto dos Anjos morreu cedo – porém, seu legado continua forte na cultura do Brasil.

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Quem foi Augusto dos Anjos?

Augusto dos Anjos

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu onde hoje se localiza o município de Sapé, na Paraíba, no dia 20 de abril de 1884, da união do advogado Alexandre Rodrigues dos Anjos com Córdula Carvalho Rodrigues dos Anjos.

Descendente de uma família de proprietários de engenho, Augusto dos Anjos foi alimentado com leite de escrava com a qual tinha uma forte amizade. A posição privilegiada da família logo foi perdida graças à abolição da escravatura e o fim do Império.

Infância

A alfabetização de Augusto dos Anjos foi feita em casa – seu pai era o maior responsável pelo aprendizado e pelo contato do menino com os poemas. Porém, passou a ter aulas no colégio Liceu Paraibano (onde futuramente foi também professor).

Ele começou a compor versos com apenas sete anos de idade. A decadência da família, que foi lenta e bastante agoniante, foi vista de forma crua por Augusto dos Anjos. A crise mesmo ocorreu na primeira década do século XX.

Juventude

Desde sua adolescência, Anjos publicou poemas e, após se formar, em 1907, em Direito, pela Faculdade de Direito doAugusto dos Anjos Recife, começou a lecionar Literatura Brasileira.

Depois da crise financeira e do fim de sua privilegiada família, além de seu descontentamento causado pelo afastamento do cargo de professor no Liceu Paraibano, o jovem foi morar no Rio de Janeiro.

Por lá, Augusto dos Anjos continuou seguindo a carreira de magistério, dando aula como professor substituto em matéria de Geografia, Cosmografia e Corografia do Brasil. Ainda, Augusto dava aulas particulares em vários bairros cariocas.

Seus poemas apareceram em vários periódicos daquele período. Foram as leituras realizadas na época de seu curso superior que marcaram sua visão filosófica e literária para o futuro.

Em 1910, Augusto dos Anjos se casou com Ester Fialho e teve três filhos, porém o primeiro deles morreu ainda prematuramente.

Carreira e movimento literário

Em sua carreira, Augusto se inspirou em outros grandes nomes da literatura, como Graça Aranha, Alberto de Oliveira, Cruz e Souza e Olavo Bilac.

Seu primeiro livro – e única obra publicada em sua vida – foi publicado em 1912, dois anos antes de sua morte.

A antologia “Eu” é uma das suas obras mais importantes e conhecidas, em especial pelo período pré-modernista da literatura brasileira e pela estranheza em um dos poemas presentes no livro, no qual um dos personagens não se categorizava como pessoa, mas sim como um pé de tamarindo.

Tal obra chamou a atenção da crítica que viu como Augusto dos Anjos era diferente dos poetas latino-americanos.

Durante sua vida, publicou poemas em periódicos, sendo que o primeiro deles foi “Saudade”, no ano de 1900.

Até hoje, muitos críticos remetem o poeta às características formais que existiram em dois movimentos daquela época: o Parnasianismo e o Simbolismo. Contudo, Augusto dos Anjos passou por três fases em sua carreira, que podem ser facilmente percebidas:

  • Primeira fase: marcada pelo simbolismo;
  • Segunda fase: visão de mundo pouco tradicional;
  • Terceira fase: obras mais maduras.

As formas métricas em suas obras são bastante rígidas, entretanto seus versos apresentam algumas características realistas. Para o poeta, o amor é visto com ceticismo.

Augusto dos AnjosPoeta da morte

Seu apelido, “Poeta da Morte”, foi criado a partir da obsessão do escritor pelo tema em questão, com tendência à morbidez, com o uso de termos e palavras científicas e médicas.

Em suas obras, não era possível encontrar a presença de palavras suaves e doces, mas sim termos que transformavam o poema em algo melancólico e pessimista, que combinava perfeitamente com sua personalidade.

Augusto dos Anjos foi uma figura bastante sensível e introspectiva. Muito triste e empático, a dor do outro em si.

Sua morte aconteceu em 1914, em decorrência de uma pneumonia dupla. Com apenas 30 anos de idade, Augusto dos Anjos deixou a viúva Ester e os outros dois filhos.

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