Briófitas – O que são? Características e Importância Ecológica

Dentro do Reino Plantae, os vegetais são divididos em quatro grandes grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Trataremos, no artigo de hoje, do grupo mais basal, as briófitas.

As características compartilhadas entre essas e os outros grupos são a pluricelularidade, presença de células eucariontes (presença de núcleo celular) e capacidade de realizar fotossíntese como meio de produzir seu próprio alimento.

Estima-se que há cerca de 14 mil espécies de briófitas no mundo, embora não haja grande diversidade de espécies deste grupo no Brasil, com apenas 3.125 exemplares. A maior parte delas é encontrada na Mata BriófitasAtlântica.

E os tipos mais característicos deste grupo vegetal são os musgos, os antóceros e as hepáticas.

 

O que são briófitas?

Briófitas é o grupo vegetal mais basal, que está dividido em três filos:

  • Hepatophyta: representados pelas plantas hepáticas, com aproximadamente 6 mil espécies;
  • Anthrocerophyta: é o menor grupo, caracterizado pelos antóceros, com aproximadamente 150 espécies distribuídas no planeta;
  • Bryophyta: caracterizada pelos musgos, com aproximadamente 12.800 espécies mundialmente.

Apesar de essa divisão não estar bem esclarecida, mesmo com as análises genéticas, ela é a mais utilizada atualmente.

Características das briófitas

Briófitas

Habitat

As briófitas podem habitar diversos tipos de ecossistemas e geralmente se desenvolvem sobre árvores e rochas de locais úmidos, sendo conhecidas por “tapetes verdes”.

No entanto, há espécies que habitam locais relativamente secos, as quais sobrevivem ativando o metabolismo lento para sobreviver à dessecação. Além dessas, também há outras espécies que são aquáticas.

Estrutura

São plantas de pequeno porte, raramente atingindo tamanho maior que 40cm. Não possuem vasos vasculares (xilema e floema, portanto, sua morfologia é composta por rizoides, caulidios e filídios, justamente porque são menores e menos complexos que seus similares em plantas vasculares, raiz, caule e folha, respectivamente.

Assim, tipicamente são epífitas, ou formam touceiras sobre a superfície do solo.

Ciclo de vida

O ciclo de vida destas plantas é dividido em duas fases distintas: o gametófito e o esporófito. A fase dominante é o gametófito, que é maior, tem vida livre e é responsável pela produção de gametas para a reprodução.

O esporófito tem duração curta e é menor, sendo taloso ou folhoso.

Reprodução

A reprodução dessas plantas pode ser sexuada, ou seja, com sexo separados, ou assexuada (pelos órgãos vegetativos).

A reprodução sexuada é a mais comum. Na região apical dos gametófitos ocorre a produção dos gametas. Os gametas masculinos são chamados de anterozoides e são móveis, com flagelos. Já os gametas femininos se denominam oosferas, sendo imóveis.

Quando chove, os anterozoides são levados a plantas femininas, pela água. É por isso que as briófitas dependem tanto da água para a sobrevivência. Quando estão em uma planta feminina, os anterozoides se deslocam até a oosfera, fertilizando-a e gerando um zigoto, que se transformará em um embrião.

Quando o embrião se desenvolve, forma-se o esporófito, fase em que há produção de esporos. O esporófito possui uma haste e uma cápsula, que forma os esporos.

Quando os esporos estão maduros, eles são liberados e caem no solo úmido, germinando. Assim, os esporos irão se desenvolver e originar um novo musgo, a fase de gametófito. Essa fase representa a reprodução assexuada.

Há outras espécies de briófitas que se reproduzem por fragmentação, gerando novos indivíduos a partir de partes do gametângio do corpo. Há, também, a reprodução assexuada, que ocorre por propágulos, ou gemas, que são levados pela água até se estabelecerem em um local longe da planta-mãe.

Briófitas

Importância ecológica

São bons indicadores ecológicos, por serem sensíveis a mudanças sutis nas condições ambientais, principalmente dos níveis de poluição. No entanto, seu uso para este fim, no Brasil, precisa ser aprimorado, após estudos de identificação e classificação serem bem concluídos.

Essa característica é explicada em parte pelo seu meio de absorção de água, que ocorre diretamente pelas folhas e pelos caules, ou seja, não filtram a água pela raiz antes de absorve-la, como fazem outros grupos vegetais. Assim, tornam-se mais susceptíveis aos poluentes.

Além disso, esse grupo deve ser mais explorado para estudar a evolução das plantas, já que são a linhagem mais antiga desse Reino e podem oferecer algumas pistas sobre como exatamente tudo ocorreu.

Importância econômica

Seu uso econômico é limitado, sendo o gênero Sphagnum o mais utilizado para enfeitar vasos e condicionar o solo. Este gênero também é utilizado em países do hemisfério norte para a fabricação de combustível para substituir lenha e carvão.

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