Chamamos de burocracia uma estrutura organizativa caracterizada por determinadas regras e procedimentos definidos e regularizados, divisão de responsabilidades, hierarquia, especialização do trabalho e relações impessoais. Está presente em qualquer tipo de organização, sejam ela pública, privada, social, com ou sem fins lucrativos.
Em um segundo momento, o termo adquire conotação pejorativa, designando um conjunto de medidas administrativas desnecessárias, onerosas e redundantes.
O termo tem origem na palavra latina bura, um tipo de pano de lã avermelhado, que evoluiu para a palavra francesa burel. Esse tecido era utilizado para cobrir as escrivaninhas das repartições públicas francesas, dando origem à palavra bureau que, com o tempo, passou a ser utilizada como referências aos escritórios como um todo.
Consta que o primeiro a utilizar o termo burocracia, por volta de 1740, foi Jacques Claude Marie Vincent, funcionário do governo francês, ao referir-se ao excesso de regras que dominava a administração pública.
Principais características da burocracia
Se por um lado a organização administrativa é fundamental para o bom funcionamento de qualquer instituição, seja ela pública ou privada, por outro, o excesso de regras, muitas delas, desnecessárias, torna custoso, demorado e cansativo muitos dos processos essenciais.
Esse lado negativo da burocracia pode ser entendido, em muitos casos, como ineficiência por parte da instituição.
O modelo burocrático é marcado pela hierarquia (cuja principal característica é a impessoalidade), a rígida divisão do trabalho, as regras, os regulamentos e os procedimentos inflexíveis, com todo o processo conduzido por documentos escritos e registro das atividades.
De maneira geral, as principais características do modelo burocrático que podem ser apontadas são:
- Caráter legal de normas e regulamentos: organizações reguladas por normas, regulamentos e legislação próprias, com definição prévia de como tudo deve funcionar;
- Caráter formal das comunicações: todas as ações e todos os procedimentos são feitos por escrito, sendo tudo documentado. Trata-se de ação de rotina, que pode ser facilitada por formulários e planilhas;
- Caráter racional e divisão do trabalho: divisão do trabalho que atende a uma racionalidade que é adequada ao objetivo a ser atingido, ou seja, a eficiência da organização;
- Impessoalidade nas relações: a distribuição das atividades é feita em termos de cargos e funções, nunca em termos pessoais;
- Hierarquia da autoridade: cada subordinado deve estar sob a supervisão de um superior, e os cargos são definidos por regras específicas;
- Rotinas e procedimentos: todas as atividades são reguladas por um conjunto de regras e normas:
- Competência técnica: a seleção, a admissão, a transferência e a promoção dos funcionários são sempre baseadas em critérios de avaliação e classificação válidos para toda a organização e não em critérios ou preferências particulares;
- Especialização dos funcionários: cada funcionário é especializado nas atividades do seu cargo, sendo nomeado por superior hierárquico. O funcionário pode seguir carreira dentro da organização desde que seja fiel ao cargo e se identifique com os objetivos da empresa ou instituição;
- Previsibilidade de funcionamento: os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e os regulamentos da organização. Tudo dentro do sistema é estabelecido no sentido de prever todas as possíveis ocorrências, transformando em rotina sua execução.
A visão weberiana da burocracia
Max Weber, importante sociólogo alemão, tinha a burocracia como um de seus objetos de estudo. Defensor do sistema, Weber afirma que o modelo burocrático torna a administração mais eficiente e eficaz, garantindo ao trabalho rapidez, racionalidade e resultados. Para ele, o modelo burocrático reduz os problemas internos de trabalho, desde que haja um controle adequado ao sistema.
Defende também que há várias vantagens na implantação do modelo burocrático, entre elas a defesa dos funcionários que, dentro desse sistema, teriam salários e jornadas fixas, contrato de trabalho e atuação eminentemente técnica.
Na visão de Weber, as principais vantagens apontadas no sistema burocrático são:
- Rapidez nas decisões;
- Uniformidade de rotinas e procedimentos;
- Continuidade da organização pela substituição de pessoal afastado;
- Subordinação, constância e confiabilidade.
Teoria da Burocracia
A Teoria da Burocracia possui como objetivo o estudo das organizações – sua estrutura e desenvolvimento, para o alcance da eficiência, ou seja, ela torna a organização eficiente, garantindo rapidez, racionalidade, padronização e alcance dos objetivos.
Conclusão
A hierarquia rígida e inflexível e a ausência de questionamento de regras pré-estabelecidas estão entre as principais críticas à burocracia, especialmente com relação à eficiência e ao atendimento ao público.
Os críticos do sistema argumentam que a burocracia é um modelo ultrapassado, ineficiente e dispendioso. Nesse sentido, novas formas de administração precisam ser pensadas, de forma a manter a eficiência e, ao mesmo tempo, corrigir as falhas do modelo burocrático atual.
Para você entender – FAQ resumo sobre “burocracia”
Entenda mais sobre a burocracia! Essas perguntas são as mais comuns entre as pessoas que buscam entender mais sobre esse assunto.
O que é burocracia?
Burocracia é o excesso de exigências para que algo seja executado – seja uma pessoa ou empresa.
Quando falamos de burocracia no Brasil, pensamos algo ineficaz ou que demore, mas pode ser entendido como o excesso de processos que é necessário para algum fim.
Para que serve a burocracia?
A burocracia é um modo de organizar as coisas para que as decisões finais sejam tomadas de maneira mais objetiva.
No geral, a burocracia cria a organização das tarefas, padronização de processos e garantia final!
Podi aprender.
E espero receber mais conteúdos