Antônio Frederico de Castro Alves, mais conhecido como Castro Alves, foi um dos mais importantes poetas brasileiros, considerado o último grande poeta da terceira geração do Romantismo brasileiro.
Suas poesias, famosas pela defesa da abolição da escravatura e dos escravos, deu ao poeta a alcunha de “Poeta dos Escravos”. Um de seus poemas mais conhecidos é justamente “O Navio Negreiro”, que denuncia e ilustra os horrores da escravidão.
Primeiros anos
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras, no interior da Bahia. Foi filho do médico e professor Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro.
Em 1852, com cinco anos, começa seus estudos iniciais na escola do professor José Peixoto da Silva. Já em 1854, muda-se para Salvador, capital da Bahia, pois seu pai foi convidado a lecionar na Faculdade de Medicina.
Nesse mesmo ano, completa seus estudos iniciais no Ginásio Baiano, demostrando bastante interesse pela poesia logo cedo. Foi nessa escola que Castro Alves fez amizade com Rui Barbosa, um dos grandes nomes da história brasileira.
Suas primeiras poesias foram escritas por volta de 1859, aos doze anos. Influenciado pela poesia francesa, especialmente pela de Victor Hugo, a quem admirava, colocou-se a estudar francês, chegando a traduzir algumas das obras do poeta francês.
O abolicionismo e os ideais republicanos
Em 1862, a família muda-se para Recife, que na época era palco de ideais abolicionistas e republicanas, que definiriam a personalidade do rapaz. Castro Alves decide cursar direito e começa a preparar-se para ingressar na Faculdade de Direito de Recife.
Em 1863, conhece Eugênia Câmara, atriz teatral, em uma apresentação. Nesse mesmo ano, publica seu primeiro poema de cunho abolicionista, “A Primavera”, ainda com seus dezesseis anos de idade.
Em 1864, mesmo ano da morte de seu irmão, ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde logo ganha fama de poeta inflamado. Nessa mesma época, começa a participar de grupos republicanos, participando de comícios políticos e falando em praças públicas. Em 1866, junto com Rui Barbosa, funda uma sociedade abolicionista. É nesse ano, também, que seu pai morre.
Rio de janeiro e São Paulo
No começo de 1868, Castro Alves parte para o Rio de Janeiro acompanhado de Eugênia Câmara, e faz contato com José de Alencar e Machado de Assis, já consagrados escritores. O poeta lê seus escritos aos autores, que os enche de elogios.
Depois do carnaval, o casal vai para São Paulo, onde continua seus estudos de direito, mas sem se dedicar muito a eles. Ainda assim, entretanto, obtém aprovação. É nessa passagem por São Paulo que sua relação com Eugênia se deteriora por conta de brigas, possivelmente pelo fato de o poeta gozar da recepção e da fama na cidade, deixando a vida conjugal de lado. Essas brigas resultariam numa separação definitiva, que muito entristeceria o poeta.
Tiro no próprio pé e morte
Com o emocional desgastado, em um dia de caça com amigos, em 1 de novembro de 1868, onde acaba disparando, acidentalmente, a sua arma, devido a um salto sobre uma vala. A carga de chumbo atinge o seu pé esquerdo.
Apesar de tratado por médicos próximos ao poeta, o problema se agravou imensamente. Ele volta para o Rio de Janeiro em 21 de março de 1869 e é submetido a uma amputação. Por conta da saúde pulmonar debilitada, os médicos não puderam anestesiá-lo, sendo obrigado a morder um lenço para amenizar a dor.
Sem perspectivas de melhora, volta a Salvador, onde morre, em 6 de julho de 1871, aos 24 anos de idade.
Principais obras
- Espumas flutuantes (1870);
- Gonzaga ou A Revolução de Minas (peça teatral, 1875);
- A Cachoeira de Paulo Afonso (1876);
- Os Escravos (1883);
- Hinos do Equador (1921).