A Medicina e a Biologia têm se desenvolvido cada vez mais no que abrange o entendimento do corpo humano e sua capacidade de regeneração. Nesse aspecto, as células-tronco desempenham um papel fundamental. O corpo humano possui cerca de 216 tipos de células diferentes, e as células-tronco são capazes de se transformar em todas elas.
Em função dessa incrível habilidade, as células-tronco são utilizadas em pesquisas para o tratamento de inúmeras doenças que são caracterizadas pela degradação celular. Apesar de apresentar resultados promissores, o tratamento de doenças com esse tipo de terapia ainda é bastante recente e seu emprego efetivo demanda a execução de testes longos e rigorosos para garantir a eficiência.
O que são células-tronco?
Células-tronco são aquelas que possuem a capacidade de se transformarem em outros tipos de células em nosso corpo, ou seja, têm a capacidade de autorrenovação e diferenciação celular. Assim, são células que ainda não possuem especialização.
A maior parte delas é encontrada no embrião durante o estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação).
Como funcionam as células-tronco?
As células-tronco surgem no ser humano ainda na fase embrionária, antes do nascimento.
Depois disso, alguns órgãos ainda possuem certa quantidade de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico.
Tipos de células-tronco
Há três tipos principais de células-tronco:
- Células-tronco embrionárias;
- Células-tronco adultas;
- Células pluripotentes induzidas.
As células-tronco embrionárias se localizam em todo o embrião durante o estágio de blastocisto. Após esse período, já são encontradas células especializadas.
As células-tronco adultas são localizadas principalmente no cordão umbilical e na medula óssea. As células hematopoéticas, localizadas na medula óssea vermelha, são responsáveis pela produção de sangue, líquido que deve ser constantemente renovado. Quando ocorre um transplante de medula óssea é essa célula que é substituída.
Já as células pluripotentes induzidas, também chamadas de iPS (induced pluripotent stem cells), são as criadas em laboratório. As primeiras células humanas induzidas foram produzidas pela primeira vez em 2007, a partir de células de pele.
O processo de reprogramação é feito por meio da inserção de um vírus que contém genes que se inserem no DNA da célula adulta e reprogramam o código genético. Assim, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e podem ser especializadas em qualquer tipo de tecido.
Embora os resultados sejam muito promissores, as iPS e as embrionárias ainda não são completamente idênticas e o processo de reprogramação ainda não é totalmente seguro, por conta da utilização dos vírus. Alternativas estão sendo estudadas, mas é essencial que possamos comparar os 2 tipos celulares.
Uso de células-tronco no tratamento de doenças
O uso dessas células pode ser empregado de maneira eficiente no tratamento de diversas doenças, num processo chamado de terapia celular.
Em teoria, qualquer doença que apresente degeneração de tecidos pode ser tratada com esse método. No entanto, as pesquisas com esse tipo de tratamento ainda são bastante recentes.
Dentre as doenças que podem ser tratadas, destacam-se a leucemia, as doenças cardíacas e as doenças hematológicas.
O uso de células-tronco embrionárias, por possuírem uma capacidade ainda maior de renovação celular, tem sido estudada para o tratamento de doenças como câncer, diabetes, genéticas, lesões de medula espinhal, demências e autoimunes.
Um dos problemas que dificulta o uso e a pesquisa com células-tronco é a Lei de Biossegurança. Apesar de permitir seu uso em pesquisas no Brasil, estabelece algumas restrições, como a necessidade dos embriões estarem congelados pelo menos três anos antes de serem utilizados nos experimentos, a necessidade de consentimento dos genitores, a proibição da comercialização, a produção e a manipulação genética de embriões e a proibição de clonagens terapêuticas.