O Brasil é conhecido por suas matas e florestas, sobretudo pela Amazônia, e pela vasta quantidade e diversidade de espécies de madeira existentes em nosso território.
Ao longo da história do país, a madeira brasileira foi uma fonte de riquezas para os colonizadores portugueses, e item de extrema necessidade na industrialização do país, o que, infelizmente, levou o Brasil a desmatar boa parte de sua cobertura vegetal.
O pau-brasil
O primeiro item a chamar a atenção dos portugueses, no início do processo de colonização, foi uma árvore de madeira avermelhada, chamada de Ibirapitanga (madeira + vermelha) pelos indígenas, por conta de sua cor de brasa, e que produzia um corante para tecidos muito apreciado nas cortes europeias.
Com o estabelecimento das Capitanias Hereditárias, o pau-brasil foi explorado de forma intensa, com a Coroa Portuguesa estabelecendo o monopólio de sua comercialização. Em poucas décadas a extração de pau-brasil precisou ser freada para preservar a árvore, que quase foi à extinção.
Após a independência brasileira, o império renovou o monopólio do estado sobre a exploração da planta, o que durou até o século XIX, no ano de 1859. A essa altura, a massiva extração do pau-brasil já havia deixado a espécie à beira da extinção.
Graças às ações de preservação, a árvore pode ser encontrada atualmente em todo o território nacional, embora em quantidades muito inferiores às existentes anteriormente.
Desmatamento no Brasil
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, o país era coberto por florestas. Séculos de exploração do pau-brasil e de outras espécies, aliados ao crescimento das cidades, da agropecuária e da industrialização, reduziram sobremaneira a cobertura vegetal no país.
Por muito tempo a Amazônia foi preservada, em primeiro lugar, pela distância dos grandes centros e pela farta oferta de madeira nas áreas litorâneas. À medida que outras florestas e matas, como a Mata Atlântica, por exemplo, diminuíram, as atenções se voltavam para a grande floresta.
Reflorestamento e uso sustentável
Nesse sentido, foram feitos esforços para preservar as matas e florestas sem abrir mão da madeira, tão necessária para muitas indústrias. Uma das alternativas criadas foi o reflorestamento, uma técnica que consiste na reposição da vegetação em locais anteriormente desmatados.
Graças a algumas iniciativas, como a criação do Programa Nacional de Florestas (PNF), criado pelo Decreto nº 3.420/2000, que tem como meta o incremento da área reflorestada no país, o Brasil, atualmente, é um dos 10 maiores países em florestas plantadas do mundo.
A prática do reflorestamento pode trazer uma série de benefícios, tais como:
- Criação de empregos diretos e indiretos;
- Diminuição da pressão sobre as florestas nativas;
- Proteção da superfície do solo, reduzindo os riscos de erosão;
- Proteção das bacias hidrográficas;
- Maior biodiversidade;
- Retenção de dióxido de carbono;
- Aumento da produção de oxigênio.
Outra alternativa é o plantio de espécies com o objetivo de uso na indústria. Tal prática em muito contribuiu para que assim fossem poupadas as poucas matas nativas paulistas.
Eucalipto
Uma árvore trazida de fora e que se adaptou muito bem ao clima brasileiro, sobretudo em São Paulo, foi o eucalipto. Essa espécie tem sido amplamente utilizada na obtenção de celulose para a fabricação de papel, o que coloca o Brasil como um dos maiores produtores de papel do mundo.
Muitas fábricas mantêm sua própria plantação de eucalipto, mostrando que é possível fazer uso da madeira de forma sustentável e responsável, sem destruir a vegetação que ainda resta no país.
Pinus
Outra dessas espécies que foram trazidas de fora para serem produzidas por aqui foi o Pinus, uma árvore originário da América Central e dos Estados Unidos, que passou a ser plantada aqui, adaptando-se em algumas regiões brasileiras.
Essa árvore é uma excelente fonte para produção de resina e sua madeira também é muito utilizada em pequenas indústrias produtoras de paletes, móveis, brinquedos e utensílios domésticos.
Essas iniciativas, bem como o esforço de vários organismos atuantes na área ambiental têm direcionado esforços para a valorização da madeira extraída de manejos sustentáveis, mostrando que é possível aliar crescimento econômico e industrial com a preservação do meio ambiente.