Civilização egípcia – O que foi? História, Sociedade, Império novo e Decadência

Uma das mais antigas e fascinantes civilizações da história humana foi a civilização egípcia, muito famosa pela construção das Grandes Pirâmides e pelo costume de mumificar os mortos. Os egípcios criaram um grande império, que se desenvolveu ao longo do Rio Nilo, no local onde hoje está o moderno estado do Egito.

A descoberta do Vale dos Reis e, posteriormente, da Pedra de Roseta, colocou os egípcios como fonte de interesse de historiadores e arqueólogos, que começaram a elucidar os mistérios que envolviam essa grandiosa civilização.

Breve história da civilização egípcia

A civilização egípcia se formou a partir da mistura de diversos povos que habitavam ao longo do curso do rio Nilo, tendo seu crescimento fortemente vinculado aos recursos hídricos fornecidos pelo rio. Tomando conhecimento do sistema de cheias dessa região, os egípcios organizaram uma avançada atividade agrícola que garantiu o sustento de um grande número de pessoas.

Por volta de 4000 a.C., várias tribos originam pequenas unidades políticas chamadas de nomos, que se reuniram em dois reinos, um do Baixo Egito, ao norte, e outro do Alto Egito, ao sul. A unificação desses reinos se deve a Menés, fundador da Primeira Dinastia, por volta de 3100 a.C, que estabeleceu a capital do chamado Antigo Império em Mênfis.

O final desse primeiro período da civilização egípcia é marcado pela construção de grandes pirâmides, sobretudo as encontradas no Planalto de Gizé: Quéfren, Miquerinos e, a maior de todas, Quéops.

Nos próximos 1500 anos, o Egito se tornará um grande império, conquistando vários territórios e tornando-se uma civilização militarmente poderosa.

O Império novo

O auge da civilização egípcia se dá no chamado Império Novo, com faraós guerreiros que enfrentaram reinos inimigos, como Cuxe e Hitita, expandindo a influência dos faraós na região do Crescente Fértil.

A estabilidade do império foi abalada durante o governo do faraó Amenófis IV, que quebrou uma tradição religiosa de séculos ao instituir o culto a um deus único, Aton, assumindo o nome de Aquenáton (O Esplendor de Aton). Seu filho, o famoso Tutancâmon, restaurou o politeísmo egípcio. Sua tumba, encontrada em 1932 pelo arqueólogo britânico Howard Carter, renovou o interesse público pelo Antigo Egito. Sua máscara mortuária pode ser visitada no Museu Egípcio.

Um dos mais importantes e conhecidos faraós foi Ramsés II, o Grande, que governou, aproximadamente, entre 1279 e 1213. Responsável por grandes construções e por selar a paz com os Hititas, império rival localizado onde hoje está a Turquia, ele também foi muito associado ao Êxodo, fuga dos israelitas do Egito após séculos de vida em regime de servidão. Estudos recentes, porém, apontam para Tutmés III como sendo o faraó que reinava durante o evento.

A decadência do Império

Após a morte de Ramsés II, o império entra em um lento processo de decadência até 525 a.C., quando o Egito foi conquistado por Cambises II, Rei da Pérsia, pondo fim ao Antigo Egito. A região seria posteriormente conquistada por Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, também pelos romanos e pelos árabes.

A sociedade egípcia

A sociedade egípcia era uma teocracia, ou seja, tinha sua política fortemente centralizada na figura do faraó, que era visto como um deus, tendo o controle de todos os assuntos concernentes à vida no império e à administração dele.

A economia egípcia era baseada na agricultura e na criação de animais, graças às terras férteis ao longo do rio Nilo. A troca de produtos com outros reinos no seu entorno também era uma atividade importantes.

A sociedade egípcia era altamente estamental, ou seja, não permitia, salvo raras exceções, qualquer tipo de ascensão social, com todas as classes muito bem definidas: abaixo do faraó estavam os sacerdotes, funcionários reais, militares, artesãos, comerciantes, camponeses, servos e escravos (normalmente, prisioneiros de guerra).

Uma das características mais marcantes do Egito Antigo era a sua escrita, chamada de hieróglifa. Essa escrita só foi decifrada em 1822, por Jean François Champollion, graças à descoberta da chamada Pedra de Roseta, em 1799. Essa pedra, que atualmente se encontra no Museu Britânico, possui um texto escrito em três línguas: hieróglifo, demótico (uma espécie de escrita popular) e grego, e a comparação entre elas permitiu a Champollion decifrar a antiga escrita egípcia.

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